terça-feira, 30 de abril de 2019

Pinguim raro é fotografado em ilha próxima da Antártida.

fotógrafo Jeff Mauritzen capturou imagens de um pinguim-rei com uma rara coloração clara durante uma expedição na Ilha Geórgia do Sul, que fica no Oceano Atlântico, a 2 mil quilômetros de distância da borda sul da América do Sul. Além do animal, o profissional também encontrou dois lobos-marinhos que também tinham suas pelagens em tons claros.

Mauritzen contou ao canal National Geographic que nenhum dos animais sofreu algum prejuízo em função de sua coloração especial e eles não são tratados diferentemente por outros animais do mesmo grupo.
O pinguim-rei apresenta falta de pigmentação parcial das penas e pele, mas, diferentemente do que ocorre com o albinismo, sua condição não afeta os olhos. O animal tem uma mutação em um gene recessivo relacionado à produção de eumelanina, pigmento ligado à coloração preta, cinza e marrom em penas. A mutação só oxida o pigmento parcialmente, tornando-o sensível à luz solar e  “descolorindo” as penas escuras até que elas fiquem mais claras.
Já os dois lobos-marinhos fotografados possuem leucismo, uma condição na qual o corpo não produz melanina e ocasionalmente outros pigmentos, podendo causar diferentes tons de loiro. De acordo com um estudo publicado no jornal Polar Biology, a característica desses lobos-marinhos, apesar de ser rara, é bem menos incomum Ilha Geórgia do Sul, onde foram encontrados: lá, a probabilidade de encontrá-los é de 1 a 400 até 1 a 1,5 mil.
Isso ocorre pois os lobos-marinhos foram caçados em escala massiva no século 20. Pesquisadores apontam que um ou dois exemplares com leucismo sobreviveram, contribuindo para a prevalência dos traços especiais na ilha Geórgia do Sul.
Fonte: Revista Galileu

segunda-feira, 29 de abril de 2019

ONU reúne países para iniciar tratado de proteção aos oceanos

Registros recentes mostram que a temperatura nos oceanos bateu recorde; ONU alerta para a necessidade de acordo para proteger as altas aguas e evitar impactos ambientais globais

Calcula-se que são despejados nos oceanos entre 8 e 12 milhões de toneladas de plásticos a cada ano. Esta poluição afeta os ecossistemas marinhos e afeta o estado das águas. Principal regular climático, a poluição do oceanos também pode causar impacto ao clima, provocando mais aquecimento.
Na semana passada, a ONU alertou para o aumento recorde das temperaturas dos oceanos. Desde o início dos registros meteorológicos, o período que vai de 2015 a 2018 foi o mais quente de todos para os oceanos.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a temperatura em 2018 superou os níveis já registrados, causando um aumento do nível do mar “a um ritmo acelerado”, segundo a OMM.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alerta para a situação dos oceanos. “Os dados divulgados são muito preocupantes. Os últimos quatro anos foram os mais quentes já registrados, e a temperatura média na superfície do globo em 2018 foi superior em 1°C os valores pré-industriais”, disse.
Conferência Intergovernalmental sobre a Biodiversidade Marinha
No dia 25 de março, representantes nacionais se reuniram  para começar a elaborar um acordo que possa servir como instrumento jurídico para regular o uso dos oceanos. Os encontros formam parte de um esforço para conseguir elaborar uma lei que proteja a biodiversidade das águas. A expectativa é que em 2020, consigam ter o tratado finalizado.
A meta principal é elaborar uma espécie de Acordo de Paris específico para as águas. Será necessário, para lograr o acordo, um compromisso real já que entre os países membros da ONU há posições variadas sobre como restringir a exploração em alto mar e proteger a biodiversidade.
A reunião ocorrerá até o dia 5 de abril, e outros dois encontros estão agendados até meados de 2020. Na abertura, a diplomata Rena Lee da Singapura, quem preside esta Conferência Intergovernalmental, motivou os países a cooperar e mostrar-se flexíveis para conseguir juntos um resultado que seja justo e equilibrado.
Greenpeace foi mais enérgico, e pediu um resultado urgente, sólido e vinculante, que “não seja apenas uma declaração de intenções”, disse a ativista da ONG Pilar Marcos.
FUNIBER patrocina diversos programas na área ambiental, como o Mestrado em Ciência e Tecnologia Marinha, para interessados em ampliar o conhecimento e especializar-se para uma atuação profissional eficiente, capaz de enfrentar os desafios atuais no setor.
Fontes:

Um rio único em todo o mundo

O rio Caño Cristales, na Colômbia, atrai turistas interessados em ver as diversas cores que tingem o leito das águas durante os meses de outono

Em Colômbia se encontra o rio Caño Cristales, conhecido pelas cores chamativas com tonalidades que vão do azul, ao amarelo, laranja, verde e vermelho. Alguns chamam a correnteza deste rio de “arco-íris líquido”.
As águas deste rio, que tem apenas 100 quilômetros de longitude e 20 metros de largura, mudam de cor devido à planta Macarenia Clavigera, flora endêmica da região, especialmente durante o outono, entre os meses de Julho e Dezembro. Este espetáculo visual é único deste tipo em todo o planeta.
A planta necessita algumas condições precisas, como o nível adequado de água e a quantidade certa de luz solar, para poder apresentar tons brilhantes e pintar o rio. Por ter muitas pedras no leito do rio, basta uma chuva moderada para que se encha rapidamente. Durante o verão, quando as águas estão no nível mais baixo, as plantas podem multiplicar-se.
A zona foi fechada durante muitos anos para turistas, com a intenção de evitar ataques depredatórios e impactos negativos sobre o ecossistema local. Porém, foi reaberto há 10 anos, e hoje atrai diversos visitantes.
Desde Macarena, há transportes que fazem o passeio para o parque nacional Serrania de la Macarena, região onde se encontra o rio.
Mestrado em Gestão e Auditorias Ambientais, patrocinado pela FUNIBER, estudos nos campos da inovação e da gestão do conhecimento se confluem para oferecer uma formação integral. O profissional poderá adquirir a capacidade, a habilidade e os conhecimentos para compreender estratégias, sistemas, processos, ferramentas e métodos que permitam gerenciar a projeção das organizações no que se refere ao meio ambiente, a partir da óptica do desenvolvimento sustentável.
Caño Cristales en Colombia: ¿es este el río más hermoso del mundo?

domingo, 28 de abril de 2019

Austrália quer exterminar 2 milhões de gatos até 2020 usando petiscos envenenados.

Não são gatos quaisquer, mas animais que retornaram para a vida selvagem e agora estão ameaçando cerca de 140 espécies nativas na Austrália.

São os chamados gatos ferais. “Os gatos ferais são da mesma espécie dos gatos domésticos, mas vivem e se reproduzem na selva, sobrevivendo da caça ou de animais mortos. São encontrados em toda a Austrália, em todos os habitats”, diz o Departamento de Meio Ambiente e Energia do país.
Estima-se que existam entre dois e seis milhões de gatos ferais na Austrália. Eles se alimentam principalmente de pequenos animais nativos ou exóticos, como coelhos, pássaros e lagartos.
Em julho de 2015, o país declarou oficialmente que gatos ferais são uma praga que ameaça a vida nativa australiana. “Apesar de reconhecer a importância dos gatos domésticos como animais de companhia, gatos que voltam à vida selvagem podem ameaçar a fauna nativa”, diz a declaração.
Além disso, o país lançou um programa de eliminação desses gatos não domesticados. “Eles têm sido um dos principais responsáveis pela extinção de pelo menos 27 mamíferos, desde que foram introduzidos na Austrália. Hoje, eles colocam em perigo pelo menos 142 espécies e mais de um terço dos mamíferos, répteis, sapos e pássaros que estão ameaçados”, afirma o documento Estratégia para Espécies Ameaçadas, também de 2015.
“Sendo um fator de extinção para tantos dos nossos animais nativos, e sendo uma ameaça que foi relativamente negligenciada no passado, o combate à ameaça dos gatos selvagens é a principal prioridade desse plano de ação.”

Ativistas e personalidades criticaram a medida

Na época do lançamento do programa de abate de gatos, em 2015, foram criados abaixo-assinados contra a medida.
Um dos mais populares conseguiu cerca de 30 mil assinaturas, muitas delas este ano, depois que o fato voltou a ganhar destaque na imprensa internacional. O texto da petição recomenda que o governo australiano utilize outro método de controle da população de gatos: fazer armadilhas para capturar os animais, castrá-los e depois liberá-los.
Personalidades também fizeram críticas públicas ao governo australiano, entre elas, a atriz francesa e ativista pelo direito dos animais Brigitte Bardot. “Esse genocídio animal é desumano e ridículo. Além de ser cruel, matar esses gatos é absolutamente inútil, já que o resto deles continuará se reproduzindo”, escreveu Bardot em carta para o então ministro do Meio Ambiente australiano.
Em resposta, o governo australiano disse que “não é realista ou factível fazer armadilhas e castrar milhões de gatos ferais nos mais de sete milhões de quilômetros quadrados” do território australiano. Além disso, argumentou que não seria humano permitir que animais nativos continuem sendo mortos pelos gatos, dia após dia.

Petiscos envenenados e espalhados com aviões e drones

Segundo o Departamento de Meio Ambiente da Austrália, os métodos de tiro e armadilha são difíceis, caros, demorados e exigem pessoal especializado. Assim, “a forma mais efetiva de controlar os gatos selvagens em grandes áreas é por meio de petiscos envenenados”.
Tratam-se de pequenos petiscos de carne, injetados com uma toxina fatal para os gatos. A recomendação é que sejam jogados no chão, com aviões ou drones, por exemplo – já que gatos não cavam o solo para achar comida.
Há mais de um tipo de veneno. Para a região da Austrália Ocidental, o governo desenvolveu uma isca chamada “Eradicat”. É um petisco de carne de canguru e frango com uma toxina sintética chamada de 1080, que reproduz um veneno natural encontrado em algumas plantas dessa região.
Por isso, muitos dos animais nativos da região já desenvolveram resistência. Já os gatos, que são espécies exóticas, não têm a mesma tolerância e acabam não resistindo. Ao ser ingerido, o 1080 interromper a capacidade das células dos gatos de processar energia, fazendo com que percam a consciência e morram.
Já em outras regiões da Austrália, como o Norte e o Leste, a toxina 1080 pode ser perigosa também para espécies nativas. Assim, o “Eradicat” não é recomendado. Como alternativa, o Departamento do Meio Ambiente desenvolveu outro tipo de petisco, contendo uma cápsula de plástico rígido com veneno, chamada “Curiosity”.
Gatos não costumam mastigar muito a comida, pelo contrário, tendem a engolir pedaços inteiros. Assim, acabam ingerindo a cápsula envenenada presente no petisco. Já a maioria dos animais nativos australianos mordiscam e mastigam a comida e acabam cuspindo o plástico presente no petisco.
A “Curiosity” provoca a morte por falta de envio de oxigênio para o cérebro e outros órgãos vitais. “É um claro ganho de humanidade em relação a outras toxinas”, diz o Departamento de Meio Ambiente da Austrália.O documento Estratégia para Espécies Ameaçadas, de 2015, estabelece metas para conter os gatos ferais.
Entre elas, abater 2 milhões de animais até 2020; erradicá-los completamente de cinco ilhas, para que estas se tornem santuários de espécies selvagens; e manejar sua presença em até 12 milhões de hectares (equivalente aos Estados de Pernambuco e Sergipe juntos).
A previsão era abater 150 mil gatos até 2016, 1 milhão até o 2018, até chegar a 2 milhões em 2020.
Os princípios que norteiam a eliminação dos gatos são que ela seja feita de forma “humana, efetiva e justificável”. As ações são tomadas principalmente em regiões remotas e longe das cidades – reduzindo o perigo para os gatos domésticos.
Uma das maiores dificuldade para atingir essas metas é que os gatos não domesticados estão espalhados por regiões muito extensas e são tímidos. Por isso, é difícil localizá-los.
Para ajudar na tarefa de localização dos animais, o Departamento do Meio Ambiente da Austrália financiou o lançamento do site Feral Cat Scan, que recebe relatos de avistamento de gato ferais.
“As informações fornecidas vão ajudar a identificar soluções para manejar os gatos selvagens e reduzir seu impacto na preciosa vida nativa australiana”, diz o site, que já recebeu mais de 4 mil notificações – 130 apenas este ano.
Ainda não há informações sobre o status das metas de abate. Este ano, o governo australiano lançou uma pesquisa destinada a organizações e australianos em geral que estejam envolvidos no combate ao gato feral. O objetivo é entender como está sendo o “esforço nacional para combater essa ameaça” e conhecer os progressos feitos até 2018.
Fonte: BBC

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Brasil foi país que mais perdeu florestas tropicais nativas em 2018.

O mundo perdeu 12 milhões de hectares de florestas tropicais em 2018, o equivalente ao território da Nicarágua, afirmou nesta quinta-feira (25/04) a ONG ambientalista World Resources Institute (WRI).

O ano de 2018 foi o quarto pior em termos de desmatamento de florestas tropicais, depois dos anos de 2016, 2017 e 2014, desde que o WRI começou sua cartografia, em 2001, acrescentou o relatório anual, elaborado pelo projeto Global Forest Watch, com base em dados compilados pela Universidade de Maryland a partir da análise de imagens de satélite.
“É tentador saudar um segundo ano de declínio após o pico de 2016”, com 17 milhões de hectares de perdas, disse Frances Seymour, pesquisadora do WRI. “Mas, se olharmos para os últimos 18 anos, está claro que a tendência geral ainda é de aumento”, ressalvou.
Dos 12 milhões de hectares perdidos, 3,64 milhões de hectares são de florestas tropicais primárias, também chamadas de florestas nativas ou virgens, o equivalente ao território da Bélgica.
O Brasil foi o país que perdeu a maior área dessas florestas no ano passado – mais de 1,4 milhão de hectares –, à frente da República Democrática do Congo (481,2 mil hectares) e da Indonésia (339,8 mil hectares).
Segundo o WRI, a perda de floresta nativa no Brasil em 2018 foi menor do que seu pico, relacionado a incêndios em 2016 e 2017, mas maior do que foi entre 2007 e 2015, período em que o país tinha reduzido sua taxa de desmatamento em 70%.
A perda de florestas virgens é “especialmente preocupante”, segundo a ONG. “Estas são as florestas que têm o maior impacto em termos de emissões de carbono e biodiversidade”, disse uma especialista do WRI, Mikaela Weisse, já que armazenam carbono e abrigam uma grande fauna e flora.
A taxa de destruição de florestas nativas também é preocupante na República Democrática do Congo. Porém, ela diminuiu 63% na Indonésia, em comparação com o pico de 2016, de acordo com o estudo. A Indonésia se beneficiou de medidas do governo e de dois anos relativamente úmidos, desfavoráveis à deflagração de incêndios, mas o fenômeno El Niño pode mudar a situação em 2019.
A situação pode piorar no Brasil, segundo a organização não governamental Imazon, porque o desmatamento na Amazônia brasileira aumentou 54% entre janeiro de 2018 e janeiro de 2019, mas também devido à alteração de políticas ambientais defendida pelo presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o Global Forest Watch, ainda é muito cedo para avaliar o impacto de eventuais medidas do governo Bolsonaro sobre a cobertura florestal brasileira.
Na vizinha Colômbia, a perda de florestas nativas aumentou 9% entre 2017 e 2018, uma vez que o acordo de paz entre o governo e as Farc ajudou a tornar algumas áreas mais acessíveis, afirma o estudo.
“O desmatamento causa mais poluição climática do que todos os carros, caminhões, navios e aviões do mundo juntos”, disse Glenn Hurowitz, executivo chefe da Mighty Earth, uma organização ambientalista. “É vital proteger as florestas que ainda temos.”
Fonte: Deutsche Welle

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Descobertos povoados de 10 mil anos na Amazônia.

Os humanos formaram comunidades estáveis no sudoeste da Amazônia há mais de 10 mil anos, muito antes do que se imaginava, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira (24/04). A presença destes povoados foi indicada por restos mortais encontrados na região de Llanos de Moxos, na Bolívia.

Até agora, havia sido descoberta nesta área a existência de sociedades complexas, que habitaram a região, porém, vários séculos mais tarde, e que possuíam estruturas cerimoniais, estradas e praticavam a agricultura, plantado mandioca, batata-doce, pimenta e amendoim.
Segundo o principal autor da pesquisa, José Capriles, da Universidade da Pensilvânia, foi, no entanto, uma surpresa descobrir que a região já era povoada séculos antes durante o início e meados do período Holoceno. Devido à carência de pedras na Amazônia, é difícil para pesquisadores identificar sítios arqueológicos pré-cerâmicos.
Para o estudo, os arqueólogos analisaram o terreno e grandes quantidades de terra queimada, carvão vegetal, conchas e restos de animais encontrados no local. A análise revelou a presença de comunidades estáveis com reduzida mobilidade e uso intensivo de recursos na região há entre 10,6 mil e 4 mil anos.
Durante as escavações foram encontrados restos de cinco covas, onde estavam enterrados adultos. A maioria dos corpos foi enterrada na horizontal de costas. Segundo Capriles, essa posição muito provavelmente estaria vinculada a crenças sobre a morte. Em uma das covas foram localizados ainda conchas grandes e restos de um pigmento vermelho.
Llanos des Moxos é uma zona úmida na bacia do Amazonas, na região os especialistas estudaram três ilhas florestais. As evidências indicam que os grupos que habitavam essas ilhas dependiam principalmente da exploração de recursos silvestres. Eles eram caçadores, pescadores e coletores.
De acordo com Capriles, os três locais estudados têm aspectos em comum, que contariam uma estratégia cultural bastante desenvolvida, embora haja evidências que mostram que a intensidade de exploração de recursos variou entre eles. O estudo diz que os povoados foram abandonados muito antes do surgimento de sociedades agrícolas complexas em Llanos de Moxos.
Pesquisadores de diferentes universidades dos Estados Unidos, Suíça, Chile e Bolívia participaram do estudo, divulgado na revista especializada Science Advances, que lança uma luz sobre a transição social e ambiental na região, em grande parte ainda desconhecida.
Os arqueólogos acreditam que essas primeiras sociedades, devido ao seu crescimento ou escassez de recursos, tenham iniciado o processo de domesticação de algumas culturas, como a da mandioca.
Fonte: Deutsche Welle

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Tubarões brancos morrem de medo de uma certa criatura marinha.

Nós costumamos pensar no grande tubarão branco como um animal que vive no topo da cadeia alimentar, sem predadores naturais, e, portanto, sem medo de viver em nenhum território. Do que um tubarão branco teria medo, afinal de contas? Pois um novo estudo resolveu responder essa pergunta, e descobriu que há sim um animal de quem até mesmo os tubarões brancos têm medo: as orcas.
As novas evidências encontradas no estudo mostram que essas baleias são realmente boas em espantar a fera mais temida do mar. As orcas retiram do grande tubarão branco o trono de “predador supremo”. A equipe de cientistas marinhos, formada por pesquisadores do Aquário Monterey Bay, nos EUA, e da Universidade de Stanford, descobriu que grandes tubarões brancos (Carcharodon carcharias) se tornam extremamente escassos sempre que detectam a presença de orcas (Orcinus orca).
“Quando confrontados por orcas, os tubarões brancos desocupam imediatamente seu local de caça preferido e não retornam por até um ano, mesmo que as orcas estejam apenas passando”, conta Salvador Jorgensen, cientista sênior do Aquário Monterey Bay, nos EUA, e líder do estudo, em matéria publicada no site da instituição.
A equipe de pesquisa documentou quatro encontros entre os predadores no sudeste das Ilhas Farallon, no Santuário Marinho Nacional de Farallon, em São Francisco, na Califórnia. Os cientistas analisaram as interações usando dados de 165 tubarões brancos marcados entre 2006 e 2013 e compilaram 27 anos de pesquisas de focas, orcas e tubarões nos Farallones.
“Esta pesquisa combina duas fontes de dados realmente robustas. Complementando os novos dados de identificação de tubarões do Aquário com o monitoramento a longo prazo da vida selvagem no Refúgio Nacional de Vida Selvagem das Ilhas Farallon, nós pudemos mostrar conclusivamente como os tubarões brancos saem da área quando as orcas aparecem”, reafirma Jim Tietz, co-autor do estudo e biólogo do Programa Farallon, da Point Blue Conservation Science.
Em todos os casos examinados pelos pesquisadores, os tubarões brancos fugiram da ilha quando as orcas chegaram e não voltaram para lá até a estação seguinte. Isso teve um efeito nas colônias de elefantes-marinhos nos Farallones, que se beneficiaram indiretamente desse efeito. Os dados revelaram de quatro a sete vezes menos eventos de predação em elefantes-marinhos nos anos em que os tubarões brancos foram embora da região.
“Em média, documentamos cerca de 40 eventos de predação de elefantes-marinhos por tubarões brancos no sudeste da Ilha Farallon a cada temporada. Depois que as orcas aparecem, não vemos um único tubarão e não há mais mortes”, diz Anderson
A cada outono, entre setembro e dezembro, os tubarões brancos se reúnem nos Farallones para caçar jovens elefantes-marinhos, tipicamente passando mais de um mês circulando na região sudeste das Ilhas Farallon. As orcas que passam por ali também se alimentam de elefantes-marinhos, mas só aparecem ocasionalmente na ilha.
Para determinar quando as orcas e os tubarões coexistiram na área, os pesquisadores compararam os dados das marcas eletrônicas dos tubarões com as observações de campo dos avistamentos de orcas. Isso permitiu demonstrar o resultado nos raros casos em que os predadores se encontravam.
Etiquetas eletrônicas mostraram que todos os tubarões brancos começaram a desocupar a área em poucos minutos após breves visitas de orcas – às vezes as orcas estavam presentes na área apenas por menos de uma hora e isso já era suficiente para a debandada. As marcas então mostraram os tubarões brancos aglomerados em outras colônias de elefantes-marinhos mais distantes ao longo da costa ou dirigidas para fora da costa.
“Estes são tubarões brancos enormes. Alguns têm mais de 5 metros e meio de comprimento, e eles geralmente dominam o poleiro aqui. Temos observado alguns desses tubarões nos últimos 15 a 20 anos – e alguns deles até mais do que isso”, aponta Anderson.
O fato do tamanho dos tubarões não intimidar as orcas não é uma surpresa, entretanto – elas podem atacar baleias muito maiores do que isso. Orcas já foram observadas atacando grandes tubarões brancos ao redor do mundo, inclusive em regiões perto das Ilhas Farallon. Ainda não se sabe ao certo o motivo, mas os tubarões mortos por orcas são encontrados sem seus fígados, órgãos ricos em óleo e cheios de vitaminas.
As descobertas do estudo destacam a importância das interações entre os principais predadores na natureza, algo que é pouco documentado – ainda mais no oceano. “Nós normalmente não pensamos sobre como o medo e a aversão ao risco podem ter um papel importante na formação de grandes predadores que caçam e como isso influencia os ecossistemas oceânicos. Acontece que esses efeitos de risco são muito fortes mesmo para grandes predadores como os tubarões brancos – fortes o suficiente para redirecionar sua atividade de caça para áreas menos preferidas, mas mais seguras”, relaciona Jorgensen.
Os pesquisadores não sabem se as orcas estão atacando os tubarões brancos como presas ou se estão intimidando eles em nome da competição pelos elefantes-marinhos, presas ricas em calorias, mas acreditam que essa interação tem uma grande importância na formação e na dinâmica da cadeia alimentar.
“Eu acho que isso demonstra como as cadeias alimentares nem sempre são lineares. As chamadas interações laterais entre os predadores de topo são bastante conhecidas em terra, mas são muito mais difíceis de documentar no oceano. E como esta acontece com pouca frequência, pode demorar um pouco mais para entendermos completamente a dinâmica”, define Jorgensen. [Science AlertWashington PostMonterey Bay Aquarium]
Fonte:  Hypescience

terça-feira, 23 de abril de 2019

O mistério das ‘piranhas impossíveis’ encontradas em lago na Inglaterra.

Dois peixes com características muito próximas das piranhas foram encontrados mortos em um lago em Yorkshire, na Inglaterra.

Os animais estão sendo analisados para verificação de sua espécie.
Os peixes de dentes afiados foram encontrados por pescadores no lago Martinwells, próximo de Doncaster, uma região popular para caminhadas e pescaria.
Especialistas dizem que é praticamente impossível para piranhas, que são naturais dos trópicos, sobreviverem nas águas geladas da Inglaterra.
Autoridades ambientais do distrito de Doncaster, onde fica o lago, dizem que os peixes podem ter sido abandonados no local após terem sido criados como “animais de estimação”.
Os ferozes predadores foram encontrados por Lisa Holmes e seu parceiro Davey White, que estavam pescando no lago no domingo.
“Meu parceiro estava observando a beira do lago quando de repente viu um peixe flutuando próximo à plataforma de pesca. Quando olhamos mais de perto e vimos os dentes, percebemos que era uma piranha”, diz Lisa.
“Dado o ambiente natural das piranhas, é altamente improvável que elas tenham estado vivas em qualquer momento no lago”, diz Gill Gillies, diretor-assistente de meio-ambiente da Assembleia de Doncaster.
“Imaginamos que elas foram criadas por alguém e jogadas no lago, algo que desencorajamos veementemente.”
Os peixes agora estão sendo analisados pela agência ambiental local.
“Piranhas não são nativas da Inglaterra e não são apropriadas para nossos lagos e rios”, disse um porta-voz da agência. “Esses peixes não sobrevivem ou se alimentam em temperaturas abaixo de 10ºC e rapidamente sucumbem ao frio e aos invernos do norte.”

Dentada poderosa

Piranhas são originárias das águas doces da América do Sul. Existem 36 espécies conhecidas, 24 delas encontradas no Brasil.
Algumas piranhas foram encontradas em outras parte do mundo, mas acredita-se que são todos casos de bichos mantido em cativeiro e soltos na água, segundo a BBC Ciência e Ambiente.
Piranhas têm dentes muito afiados e mandíbulas poderosas. Um estudo de 2012, feito por pesquisadores de universidades americanas e pelo INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), apontou que a piranha-preta, que chega a atingir 40 cm de comprimento, tem a mordida mais forte entre todos os peixes ósseos.
Elas comem praticamente qualquer coisa quando estão com fome – inclusive recorrendo a canibalismo se o alimento for muito escasso.
Embora raros, casos de ataques a humanos já foram registrados – e tendem a acontecer quando banhistas se aproximam de áreas de reprodução, já que os peixes se tornam mais agressivos no período de reprodução.
Em 2016, 25 pessoas foram atacadas por piranhas em dez dias na cidade de Pão de Açucar, em Alagoas.
Fonte: BBC

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Tudo o que você precisa saber sobre a Terra.

Planeta azul, mundo, globo, Terra. Enfim, nossa casa. Esse é o terceiro planeta mais próximo do Sol e o quinto maior do Sistema Solar. Eis o que você precisa saber o objeto espacial que nos hospeda.

É uma planeta telúrico
Um planeta telúrico, ou sólido, é rochoso. No Sistema Solar, além da Terra, Mercúrio, Vênus e Marte também entram nesta categoria. A Terra é o maior deles. Os outros, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, são gasosos.
Foi formado há cerca de 4,56 bilhões de anos
Bilhões de anos após o Big Bang, no Sistema Solar, gases e grãos de poeira que orbitavam em torno do Sol começaram a se juntar e formar corpos maiores. Um deles era a Terra. No início, estava mais para uma grande bola de fogo. Mas, com o passar dos (milhões) de anos, o planeta passou por resfriamento gradativo até se solidificar e formar um supercontinente e os oceanos.
A vida é muito recente
A primeira forma de vida — bactérias — só apareceram um bilhão de anos depois, mas o homem moderno só surgiu há pouco mais de 200 mil anos.
Ficha técnica
Com forma de uma esfera achatada nos pólos, a Terra tem 12.756,2 quilômetros de diâmetro (a linha equatorial) e 510.072.000 quilômetros quadrados de área de superfície. A média de temperatura é 14ºC, a menor mínima já registrada é -93,2ºC (em um ponto da Antártida) e a maior máxima, de 56,7ºC (no Vale da Morte, na Califórnia, em 1913).
Estrutura
A Terra é formada por diferentes camadas: um núcleo interno sólido, formado principalmente por ferro e níquel; um núcleo externo, líquido, que envolve o interno; o manto, que se estende por 2,9 mil quilômetros abaixo da superfície até chegar ao núcleo; e a crosta, uma camada sólida e silicatada, dividida em placas que estão constantemente em movimento.
Composição
A massa da Terra é composta principalmente por ferro (32,1%), oxigênio (30,1%), silício (15,1%), magnésio (13,9%), enxofre (2,9%), níquel (1,8%), cálcio (1,5%) e alumínio (1,4%). Nossa atmosfera, composta de nitrogênio (78%) e oxigênio (21%), além de vapor d’água, dióxido de carbono e outros gases, é dividida em camadas. É ela que protege o planeta e o mantém habitável.
Fonte: Revista Galileu

domingo, 21 de abril de 2019

Por ‘acidente’, cientistas descobrem plásticos que estão no oceano desde os anos 60.

Criado para coletar informações sobre plânctons em mar aberto, um instrumento que viaja pelos oceanos desde 1931 pode ter acidentalmente criado um registro histórico sobre um elemento estranho ao ambiente marinho natural, mas presente amplamente graças à ação humana: o plástico.

Os Gravadores Contínuos de Plânctons (CPRs, na sigla em inglês), formados por caixas de metal com aparência antiquada e frutos de uma colaboração científica internacional, arrastaram consigo pela primeira vez uma sacola plástica em 1965, na Irlanda.
Segundo pesquisadores, pode ser o primeiro registro de lixo plástico encontrado no mar.
Os registros dos CPR também trouxeram à tona muito mais da poluição marítima nas últimas décadas.

Como os cientistas encontraram o plástico ‘acidentalmente’?

Ao coletar plânctons durante todas essas décadas – organismos que são um ótimo indicador da situação dos oceanos e das espécies que nele vivem -, a engenhoca produziu por tabela a trajetória dos plásticos nesses ambientes.
Clara Ostle, pesquisadora do projeto e membro da Associação de Biologia Marinha de Plymouth, explica que, durante a coleta de amostras de plâncton da água, a equipe precisa registrar quando algum item estranho fica preso no gravador.
“Vimos por meio desses registros que tivemos alguns casos históricos de plástico emaranhados”, explicou Ostle.
“Podemos construir uma série temporal a partir disso – para que possamos ver o aumento de plástico maiores presos.”
Além da sacola plástica coletada na Irlanda em 1965, outros pontos destacados são:
• Uma linha de pesca plástica encontrada em 1957;
• A confirmação de que houve um aumento significativo e constante do plástico oceânico desde 1990;
• Para dar esperança, a equipe observou que o número de sacolas plásticas encontradas no oceano diminuiu nos últimos anos, mas não está claro se isso está relacionado a proibições e campanhas contrárias ao uso desse material.
Os animais marinhos podem ficar emaranhados em plásticos maiores – particularmente redes e cordas. Uma equipe de documentaristas da BBC filmou no ano passado em uma ilha remota aves marinhas que morreram de fome porque seus estômagos estavam cheios de fragmentos de plástico.
Plásticos muito menores, conhecidos como microplásticos e que muitas vezes são oriundos de produtos maiores fragmentados, já foram encontrados dentro de peixes, em sedimentos no fundo do mar e até mesmo no gelo da Antártida. O potencial dano disso para estes seres ainda está sob investigação por cientistas.
Fonte: BBC

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Disputa EUA-China pode respingar no cerrado brasileiro.

A guerra comercial iniciada há um ano entre as duas maiores potências do mundo, Estados Unidos e China, deixa efeitos colaterais entre produtores de uma importante commodity americana: soja.
Desde que os chineses deixaram de comprar dos americanos devido às sobretaxas impostas por Donald Trump, produtores dos EUA amargam perdas com a soja estocada. Dados do governo americano apontam que aproximadamente 100 milhões de toneladas estão empacadas – o equivalente a 80% do total colhido no país em 2018.
E é ao Brasil que a China, maior compradora de soja do mundo, está se voltando para suprir a demanda interna.
“A briga entre China e Estados Unidos deu uma alavancada nos preços e nos valores aqui no Brasi””, confirma Antonio Galvan, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).
No ano passado, as exportações brasileiras para a China cresceram 35%. No mesmo período, oito em cada dez toneladas da soja produzida no Brasil e exportada tiveram o gigante asiático como destino.
A euforia, no entanto, é discreta. “Mais dia, menos dia, a safra contida nos EUA vai sair para o mercado”, diz Galvan. Ou seja, com excesso do produto circulando, os preços devem cair.
Uma preocupação diferente vem de outro setor da sociedade. Com as vendas em alta, novas áreas plantadas poderiam avançar sobre mata nativa brasileira.
“Quase metade da soja brasileira hoje é produzida no cerrado. E ainda não existe um acordo de mercado que barre a compra desse grão que venha da conversão de vegetação nativa do cerrado”, lembra Aline Soterroni, pesquisadora do instiuto Iiasa, da Áustria.
Segundo cálculos feitos por Fernando Ramos, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e pela pesquisadora Soterroni, 70 mil hectares adicionais de mata nativa podem sumir por ano exclusivamente por conta dessa demanda extra de soja, além do que é desmatado anualmente para pecuária e agricultura.
Dados sobre o mapeamento da soja apontam que o cultivo tem crescido entre 500 mil a 1 milhão de hectares por ano no país. Desse total, estima-se que até 150 mil hectares tenham avançado sobre mata nativa, provocando desmatamento.
Mais da metade do cerrado já foi devastado. “Se as projeções se confirmarem, o bioma vai desaparecer rapidamente, e os impactos podem ser irreversíveis”, alerta Ramos. O cerrado é a savana mais rica em biodiversidade do mundo, e o berçário de importantes bacias hidrográficas no país.
Paulo Barreto, pesquisador do Instituto Amazônico do Homem e Meio Ambiente (Imazon), diz, no entanto, que traçar essas relações de causa e efeito é complexo. “Normalmente, estudos mostram que quando há aumento de preço (da soja, no caso), isso leva ao desmatamento no ano seguinte”, afirma.
Segundo Barreto, ainda é difícil mensurar se a guerra comercial entre os gigantes da economia global tenha levado à destruição de mais florestas no Brasil: “Existe ainda muita incerteza de quanto tempo essa disputa entre China e EUA vai durar”.
Moratória da soja
Em discussão há algum tempo, o veto à comercialização de soja produzida em áreas abertas ilegalmente no cerrado ainda não decolou. A proposta segue os moldes da moratória da soja na Amazônia, em vigor desde 2006 e avaliada como bem-sucedida por pesquisadores e produtores.
“Existem elementos técnicos à disposição para apoiar o monitoramento de uma moratória da soja no cerrado”, afirma Claudio Almeida, coordenador do sistema de monitoramento do via satélite feito pelo Inpe.
“Essa moratória seria muito bem-vinda para colocar um ordenamento no plantio de grãos, e discutir publicamente como ocupar essa área do cerrado”, complementa Almeida.
Imagens de satélites são usadas para acompanhar a cobertura do bioma cerrado desde 2010. Em 2018, 6.657 quilômetros quadrados foram desmatados, o equivalente a quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Ainda assim, a taxa caiu 11% em relação ao ano anterior.
Tasso Azevedo, coordenador técnico do Observatório do Clima e coordenador geral do MapBiomas, confirma que, em tese, a busca chinesa por mais soja brasileira pode levar ao desmatamento no cerrado. “A pressão no bioma já é grande. Mas, nesse momento, tem mais a ver com os sinais dados pelo governo para essa questão”, pondera Azevedo, chamando o fenômeno de “desmatamento especulativo”.
“As pessoas estão crentes de que haverá mais uma perdão para ilegalidade mais na frente. Os sinais estão sendo dados”, exemplifica o pesquisador, mencionando a articulação do governo Jair Bolsonaro para rever e perdoar multas ambientais.
Por enquanto. A Aproja não considera implantar uma moratória para o cerrado, segundo posicionamento oficial em discussões com outros setores. Segundo Antonio Galvan, a busca da China por mais soja brasileira devido ao embate com os EUA não vai impulsionar a destruição ambiental no país.
“Não tem o menor risco de isso acontecer”, diz à DW Brasil. O motivo seria o custo. “Em Mato Grosso, a soja hoje não remunera o custo de produção. Não existe vontade de aumentar área plantada nem em áreas de pastagem. Imagine em novos desmatamentos”, afirma.
Nathália Nascimento, doutoranda do Inpe associada à Universidade de Bonn, na Alemanha, tem um olhar diferente. Com base em entrevistas com pequenos produtores e em modelagens de computador, ela considera que o atual cenário pode, sim, aumentar o desmatamento.
“O efeito do aumento no preço da soja provoca uma dinâmica de mercado de terra que pode influenciar o desmatamento indireto”, comenta. Isso quer dizer que, para aumentar a produção,  os grandes proprietários, mais capitalizados pelo lucro maior provocado pelo aumento do preço, negociam terras com produtores menores que, por sua vez, avançam para áreas ainda com remanescentes florestais.
Os produtores de soja, ressalta Nascimento, não agem por impulso. “É uma atividade que demanda capital, investimento em tecnologia, mão de obra especializada”. Por outro lado, quando não há pressão financeira para que a legislação seja cumprida, o aumento do preço do produto no mercado se torna mais atraente que o risco de ser punido.
“Ou seja, o retorno econômico de uma infração é superior à punição. Por isso que é preciso controlar a cadeia produtiva para diminuir a ilegalidade”, afirma, sobre a importância da moratória da soja no Cerrado e na Amazônia.
Fonte: Deutsche Welle

terça-feira, 16 de abril de 2019

Contrabandistas são presos com 167 chifres de rinoceronte na África do Sul.

Um contrabando de 167 chifres de rinoceronte foi descoberto na África do Sul, e duas pessoas foram presas, anunciou a polícia neste domingo (14).
Esta foi uma das maiores apreensões já realizadas no país. A mercadoria estaria destinada ao Sudeste Asiático.
Os contrabandistas “foram presos ontem [sábado] na zona da represa de Hartbeespoort (…) Uma operação de inteligência levou à prisão. Eles foram encontrados em posse de 167 chifres de rinoceronte”, informou o porta-voz da polícia, Hangwani Mulauzi.
A demanda por chifres de rinoceronte é impulsionada principalmente por consumidores na China e no Vietnã, onde eles são usados na medicina tradicional.
O chifre é formado quase exclusivamente por queratina, mesma proteína que produz o cabelo humano e as unhas. Seu valor pode alcançar US$ 60 mil (mais de R$ 230 mil) por quilo nos mercados do Sudeste Asiático. Estes valores alimentam as lucrativas redes internacionais que dizimaram populações de rinocerontes nas últimas décadas.
Na África do Sul, onde se encontra 80% da população mundial de rinocerontes, 769 animais foram mortos em 2018. Na última década, mais de 7.000 animais tiveram o mesmo fim.
Fonte: France Press