quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

ENERGIA SUSTENTÁVEL

Arara Shawãdawa optam pela energia sustentável

O projeto, idealizado pelos próprios indígenas via cooperativa Pushuã, foi selecionado no âmbito do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Acre e, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente na região – Sema, recebeu o apoio necessário para se tornar realidade e beneficiar a comunidade na produção da amêndoa seca e carvão, produtos derivados do cocão.

Com o objetivo de diminuir o uso do óleo diesel, os Shawãdawa optaram por utilizar uma fonte de energia renovável e sustentável: a energia solar. Com o apoio direto da Sema no financiamento, assistência técnica e capacitações, semana passada, na aldeia Raimundo Vale, a comunidade indígena já pôde ver 80% de sua fábrica de extração funcionar à base de energia limpa.

A preocupação dos Sahawãdawa em utilizar seus recursos evitando, ao máximo, a agressão à natureza, é apenas mais uma demonstração da desenvolvida relação de respeito e harmoniosa convivência a que se propõem com o meio ambiente.
Fonte: Funai

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

CHINA

Veto à importação de lixo na China afeta indústria de reciclagem global

A decisão foi anunciada em julho e entrou em vigor em 1º de janeiro, dando às empresas da Europa aos Estados Unidos apenas seis meses para procurar outras opções e levando algumas a armazenar lixo em estacionamentos.
Na China, algumas empresas de reciclagem tiveram que demitir funcionários ou fechar devido à perda de negócios.
A proibição impede as importações de 24 categorias de resíduos sólidos, incluindo certos tipos de plásticos, papel e têxteis.
“Grandes quantidades de resíduos sujos ou mesmo perigosos são misturados nos resíduos sólidos que podem ser usados ​​como matérias-primas. Isso poluiu o ambiente da China seriamente”, explicou o Ministério do Meio Ambiente em um aviso à Organização Mundial do Comércio.
Somente em 2015, o gigante asiático comprou 49,6 milhões de toneladas de lixo, de acordo com dados do governo.
A União Europeia exporta metade dos seus plásticos coletados e separados, 85% deles para a China. A Irlanda sozinha exportou 95% de seus resíduos plásticos para a China em 2016.
Nesse mesmo ano, os EUA enviaram mais de 16 milhões de toneladas de commodities de sucata para a China no valor de mais de US$ 5,2 bilhões.
– Problema ambiental “catastrófico” –
A proibição tem sido como um “terremoto” para países dependentes da China, disse Arnaud Brunet, chefe do Escritório Internacional de Reciclagem.
“Isso colocou a nossa indústria sob estresse, uma vez que a China é simplesmente o maior mercado do mundo” para materiais reciclados, disse à AFP.
As exportações mundiais de plástico para a China podem cair de 7,4 milhões de toneladas em 2016 para 1,5 milhão de toneladas em 2018, enquanto as exportações de papel podem despencar em quase um quarto, de acordo com a estimativa de Brunet.
A diminuição será em parte devido a uma queda no limite de impurezas que a China está disposta a aceitar por tonelada de resíduos – padrões mais elevados que a maioria dos países atualmente não pode atender.
Alguns agora estão olhando para mercados emergentes em outros lugares, como a Índia, o Paquistão ou o sudeste da Ásia, mas isso pode ser mais caro do que mandar lixo para a China.
O envio de materiais recicláveis ​​para a China é mais barato porque eles são colocados em navios que “de outra forma estariam vazios” ao retornar ao país asiático depois de entregar bens de consumo na Europa, disse Simon Ellin, diretor executivo da Associação de Reciclagem britânica.
Brunet também advertiu que muitos países alternativos ainda não têm a capacidade de ocupar o lugar da China, uma vez que “a capacidade de processamento não se desenvolve da noite para o dia”.
Há o risco de que a proibição cause um problema ambiental “catastrófico”, já que os acúmulos de resíduos recicláveis ​​são incinerados ou despejados em aterros com outros resíduos.
Nos Estados Unidos, coletores de materiais recicláveis ​​já estão reportando “estoques significativos”, disse Adina Renee Adler, diretora sênior de relações internacionais no Instituto de Indústrias de Reciclagem de Sucata (ISRI).
“Alguns municípios anunciaram que não aceitarão certos materiais ou os direcionarão para aterros”, disse.
Brandon Wright, porta-voz da Associação Nacional de Resíduos e Reciclagem dos EUA, disse à AFP que algumas instalações estavam armazenando estoques do lado de fora ou em estacionamentos.
– “Difícil fazer negócios” –
A proibição também criou desafios para empresas chinesas dependentes de resíduos estrangeiros.
“Será muito difícil fazer negócios”, disse Zhang Jinglian, dono da empresa de reciclagem de plástico Huizhou Qinchun, na província de Guangdong.
Mais de metade dos seus plásticos eram importados, e à medida que os preços de tais matérias-primas subirem, a produção será reduzida em pelo menos um terço, disse. Ele já havia despedido uma dúzia de funcionários.
Outros, como a Nantong Heju Plastic Recycling, na província costeira de Jiangsu, “deixarão de fazer negócios”, disse um representante.
Mas, ao mesmo tempo, a proibição poderia levar a China a melhorar seus próprios sistemas de reciclagem, permitindo reutilizar mais materiais locais, disse o especialista em plásticos da Greenpeace Liu Hua.
“Atualmente não existe um sistema de reciclagem completo, legal e regulamentado”, na China, onde até mesmo grandes cidades como Pequim dependem de catadores ilegais, afirmou.
“Quando não há recursos provenientes do exterior, há uma maior probabilidade de melhorarmos nossa própria reciclagem interna”.
Na Europa, a proibição também poderia ter o efeito positivo de estimular os países a se concentrarem no desenvolvimento de indústrias domésticas de reciclagem, afirmou Jean-Marc Boursier, presidente da Federação Europeia de Gerenciamento de Resíduos e Serviços Ambientais.
“A decisão chinesa nos obriga a nos perguntar se não estaríamos interessados ​​em criar fábricas de processamento na Europa para exportar produtos em vez de resíduos”, afirmou.
Na terça-feira, a UE revelou planos de eliminar os plásticos descartáveis, como copos de café, e tornar recicláveis ​​todas as embalagens de plástico até 2030.
Fonte : AFP

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

TAIWAN

Proteger meio ambiente é última desculpa da China para perseguir negócios de Taiwan

O último obstáculo vem sob a forma de regulamentos restritivos de proteção ambiental que sufocam os negócios, forçando-os a fechar.
Desde que a China promulgou leis para abrir o comércio e negócios com Taiwan na década de 1990, muitas empresas da ilha do outro lado do estreito aproveitaram a oportunidade do grande mercado da China.
No entanto, para alguns, os investimentos não tiveram benefícios.
No final do ano passado, um documento vazado online revelou que a cidade de Kunshan, na província de Jiangsu, um centro para as empresas de Taiwan, ordenou que 270 fábricas parassem sua produção de 25 de dezembro a 10 de janeiro porque a qualidade da água potável local não era padrão. Cerca de metade das empresas afetadas eram taiwanesas, de acordo com a BBC.
A diretiva foi emitida por um escritório do governo local dedicado à implementação do projeto “263” das autoridades provinciais para melhorar a qualidade do ar e da água, que incluiu medidas a serem atingidas com metas numéricas específicas até o ano 2020.
As autoridades chinesas são conhecidas por executarem zelosamente políticas em nome de atingir metas e ganhar pontos políticos: desde reduzir a poluição do ar, forçando os cidadãos a usarem gás natural em vez de carvão, fazendo com que aqueles em áreas sem infraestrutura adequada vivam sem aquecimento durante períodos congelantes do inverno, até exagerar os números da receita local para parecer mais economicamente produtivos. O projeto 263 também inclui metas para minimizar a queima de carvão na região.
A cidade de Zhuhai, na província de Guangdong, também anunciou no final de dezembro que, devido às condições climáticas antecipadas e à probabilidade de poluição do ar, o departamento provincial de proteção ambiental solicitou 75 empresas, quatro das quais são taiwanesas, que limitassem a produção de 26 a 29 de dezembro, de acordo com o jornal taiwanês United Daily News.
Em 4 de janeiro, a mídia taiwanesa informou que uma fábrica pertencente à fabricante de móveis taiwanesa Lacquer Craft na cidade de Dongguan, província de Guangdong, emitiu um aviso anunciando seu encerramento.
A empresa disse que os severos regulamentos ambientais causaram grandes perdas financeiras, levando à decisão de parar a produção em 1º de fevereiro. Cerca de dois mil funcionários da fábrica foram demitidos com indenização, de acordo com a emissora taiwanesa Sanlih Television.
A fábrica começou a operar em 2005. De acordo com o jornal taiwanês Liberty Times, um desenvolvedor imobiliário local queria que a fábrica fosse removida porque a área próxima estava se tornando um bairro residencial. Ele delatou repetidamente a Lacquer Craft ao escritório de proteção ambiental de Dongguan, afirmando que a fábrica estava produzindo resíduos com um cheiro estranho. No entanto, o escritório não encontrou qualquer problema após inspeções.
O escritório disse que, de acordo com seus registros, a fábrica se registrou em outubro de 2014 e foi bem-sucedida numa inspeção em janeiro de 2016, informou o Liberty Times.
A mídia taiwanesa Central News Agency informou que, apesar da inspeção aprovada, as autoridades locais classificaram a empresa como uma das “10 principais empresas poluidoras ambientais em Dongguan” em 2015 e 2016.
As empresas taiwanesas não são estranhas às malversações do governo que resultam em perdas comerciais. Kao Wei-pang, fundador da Associação de Vítimas Taiwanesas de Investimento na China, contou sua própria história de um empreendimento chinês em que ele outrora investiu. O vice-gerente-geral não apenas o expulsou do empreendimento, mas conspirou com os funcionários de um banco local para estabelecerem uma empresa rival.
A organização de Kao divulga os casos de empresários taiwaneses que foram enganados, erroneamente presos e até mesmo mortos enquanto conduziam negócios na China. Há mais de 60 mil casos de vítimas registradas na China, com perdas de investimentos totais estimadas em US$ 30 bilhões, de acordo com a associação.
Fonte: Epoch Times

domingo, 28 de janeiro de 2018

ÁRTICO

Projeto Iceberg, o ambicioso plano da Rússia para avançar na corrida pelos recursos do Ártico

E uma superpotência luta para ser a primeira a explorá-las: a Rússia.
Décadas depois do colapso da União Soviética, Moscou embarcou em uma missão para perfurar o fundo do mar do Ártico, enviando uma frota de robôs e embarcações não tripuladas ao local.
Agora, depois de anos de perfuração na área, planeja usar uma tecnologia nunca antes vista para dar o próximo passo.
Bem-vindos ao Projeto Iceberg: um ambicioso plano para a utilização de tecnologia avançada em condições extremas.
Corrida antiga
A corrida pelos preciosos recursos do Ártico não é nova. As reservas de gás e petróleo estão cercadas por países poderosos – Rússia, Dinamarca, Noruega, Estados Unidos e Canadá disputam um pedaço desse tesouro.
A própria Rússia vem perfurando a região há décadas. Em agosto de 2007, enviou minissubmarinos ao Polo Norte, a 4,2 mil metros de profundidade, para colocar uma bandeira de titânio no fundo do mar e advogar para si o território.
Agora, a comunidade global observa o país tentar expandir seu controle e sua influência sobre as águas do Ártico.
Da mesma forma que extrair petróleo do Mar do Norte era considerado um desafio de engenharia nos anos 70, o Ártico apresenta inúmeros obstáculos. Com profundidades que chegam a até 5 mil metros e em grande medida coberto de gelo, o oceano é provavelmente o local mais difícil do mundo para fazer perfurações.
Mas jamais se tentou algo na linha do Projeto Iceberg.
A Fundação para Estudos Avançados da Rússia planeja “o desenvolvimento de campos de hidrocarbonetos com total autonomia sob a água, sob o gelo, nos mares do Ártico com condições severas de gelo”.
Em outras palavras: robôs submarinos para buscar petróleo.
Mas há quem sugira que as metas propostas pelo Projeto Iceberg não são realistas e que poderiam ser uma cortina de fumaça para o desenvolvimento de sistemas militares sob o gelo.
Supersubmarinos e usinas nucleares debaixo d’água
A peça-chave é Belgorod, o maior submarino nuclear já construído – são 182 metros de comprimento.
A embarcação vai realizar análises submarinas e colocar cabos de comunicação sob o gelo, mas sua principal função será servir de “navio-mãe” para uma frota de submarinos menores.
“O Belgorod é uma plataforma para o desenvolvimento de vários sistemas, incluindo aqueles que ainda não existem”, diz Vadim Kozyulin, analista de defesa do PIR Centre, um think tank focado em assuntos ligados à segurança e sediado em Moscou.
Esse é o motivo por trás do tamanho gigantesco do submarino: a embarcação acaba de ganhar uma nova estrutura de 30 metros, com instalações de ancoragem para submarinos tripulados e não tripulados.
Talvez o plano mais ambicioso do Projeto Iceberg seja o de que as primeiras usinas de energia nuclear funcionem como paradas para outros submarinos.
Essas estações de energia subaquáticas serão instaladas no fundo do mar e vão funcionar como pontos de recarga para a passagem de submarinos não tripulados.
O projeto atual consiste em um reator de 24 megawatts com uma vida útil de 25 anos. Cada um funcionará quase que inteiramente de forma autônoma, recebendo a visita de técnicos uma vez por ano para manutenção de rotina.
Mas a Rússia possui um histórico ruim em relação à segurança nuclear no mar, tendo perdido sete submarinos nucleares desde 1961, alguns deles por problemas de reator – os acidentes envolvendo navios operados pela antiga União Soviética representam 14 dos desastres nucleares mais graves ocorridos no mar.
Em determinada ocasião, um submarino inteiro foi exposto a altos níveis de radiação, enquanto outro sofreu uma perda de refrigeração e uma fusão parcial do reator. Um desses acidentes foi dramatizado no filme americano K-19: The Widowmaker (2002).
A empresa de energia russa, a Nikiet, argumenta que a ausência de operadores vai melhorar a segurança. Isso significa menos riscos de erros humanos, como o que causou o desastre de Chernobyl.
Uma das teorias que explica a causa do maior desastre nuclear da história é de que os operadores desligaram muitos dos sistemas de proteção do reator violando diretrizes técnicas.
“Acredito que grande parte da tecnologia nuclear proposta aqui está amadurecida e bem compreendida”, diz William Nuttall, professor de energia da Open University, no Reino Unido.
Eugene Shwageraus, do Centro de Energia Nuclear da Universidade de Cambridge, também no Reino Unido, diz que, mesmo não tripulado, o reator poderia ser supervisionado à distância. Neste sentido, segundo ele, seria semelhante a muitos reatores modernos que exigem pouco envolvimento do operador no dia a dia.
“Os reatores de hoje já são bastante ‘autônomos’, produzindo energia 24 horas por dia e durante sete dias por semana com operadores apenas observando as leituras dos instrumentos”, afirma.
Os reatores subaquáticos estão em estágio avançado de desenvolvimento, e o objetivo é que o primeiro entre em operação até 2020.
O fator robô
Embora haja seres humanos envolvidos nesse aspecto do projeto, muitas outras operações de rotina serão realizadas apenas por robôs.
Os “cavalos de batalha” serão submarinos não tripulados em águas profundas ou veículos subaquáticos autônomos (AUVs).
Os AUVs são atualmente usados em pequenos números por muitos países, e geralmente controlados de perto por operadores, em vez de circularem livremente. A Rússia já esteve em desvantagem nessa área, mas parece ter se recuperado.
O Harpsichord-2R-PM AUV foi desenvolvido para o Iceberg e pretende ser o precursor de uma família de diferentes veículos subaquáticos. Essa embarcação de duas toneladas, de 6 metros de comprimento (20 pés) no formato de um torpedo está sendo testada no Mar Negro, mas também vem sendo usada para ajudar a recuperar destroços de aeronaves.
Em 2009, um desses AUVs localizou um avião da Marinha da Rússia que caiu durante um voo teste, deixando 11 mortos.
A queda aconteceu no mar de Sakhalin, uma ilha russa perto do Japão, mas a busca por seus destroços foi dificultada pelo gelo e pelo clima adverso. A capacidade da AUV de operar sozinha embaixo d’água permitiu recuperar as caixas-pretas, necessárias para ajudar a determinar as causas do acidente.
Mas, apesar de sua função de monitoramento subaquático, os AUVs nunca foram usados para perfurar o fundo do mar.
Igor Vilnit, responsável pelo Escritório de Desenho Central para Engenharia Marítima Rubin, a maior empresa de design de submarinos da Rússia, afirma que o objetivo é ter um perfurador AUV em operação nos próximos cinco anos.
No entanto, em meio à perfuração e à exploração subaquática, há questões maiores que se estendem para além das tensões políticas.
A mudança climática está acelerando o derretimento das calotas do Ártico – e isso representa uma série de desafios para os povos locais, bem como para a vida selvagem. Um exemplo são os ursos polares.
Mas à medida que as temperaturas mais altas derretem a cobertura de gelo do Ártico, deixando a região mais acessível à ação humana, o aquecimento global também pode agravar a turbulência política na região.
Fortalecimento militar
Em uma entrevista a jornalistas em março do ano passado, o vice-primeiro-ministro russo, Dmitry Rogozin, disse que o desenvolvimento do Ártico ajudaria a fortalecer as relações com os países vizinhos. Segundo ele, a região deveria ser um “território de paz e cooperação”.
Mas sua declaração não é consistente com outras atividades russas na área.
Cerca de 50 ex-bases militares soviéticas foram recentemente reativadas. O Exército russo incorporou novas brigadas para o Ártico, chegando, inclusive, a exibir veículos especiais militares para operações polares na parada militar do ano passado.
A frota marinha da Rússia também vai ganhar seu próprio navio quebra-gelo de última geração, assim como navios-patrulha adaptados às condições locais, essencialmente mini-quebra-gelos armados com mísseis.
O Projeto Iceberg avança em meio às sanções impostas pelos países do Ocidente contra a Rússia por causa da anexação da península da Crimeia. As sanções restringem o acesso que companhias russas de gás e petróleo têm à tecnologia e à ajuda financeira necessárias para desenvolver poços no Ártico.
Apesar disso, a Rússia decidiu prosseguir sozinha. No início do ano passado, o país iniciou uma complexa operação de perfuração de uma península remota na extremidade do Mar de Laptev. O objetivo era alcançar reservas de petróleo a 15 mil metros de profundidade sob o oceano congelado.
Mas Kozyulin permanece cético quanto à cadeia de estações de carregamento de energia nuclear planejadas segundo as diretrizes do projeto. Segundo ele, essas estações são “muito fantasiosas”. Ele se pergunta por que, sendo essa operação supostamente comercial, companhias de petróleo russas como a Gazprom não estão envolvidas.
Isso leva a crer, argumenta o especialista, que a verdadeira proposta do projeto é militar. Os reatores subaquáticos poderiam ser usados, por exemplo, para prover energia a um sistema de monitoramento marítimo planejado pela Rússia, conhecido como Harmony, que detecta e rastreia submarinos da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Em paralelo, a Rússia está solicitando a expansão de seu território submarino no Ártico junto à Comissão dos Limites da Plataforma Continental da ONU. Tal reivindicação vai de encontro à de outros países, incluindo o Canadá, diz Stephen Blank, especialista em Rússia do think tank americano American Foreign Policy Council. A Rússia foi bem-sucedida com alguns de seus pedidos no ano passado.
“A Comissão concedeu à Rússia o direito a extensos territórios no Mar de Okhotsk (no Pacífico Ocidental) em 2013″, pondera. “Moscou rapidamente o converteu em um bastião naval exclusivo. Isso provavelmente servirá como um precedente em relação ao Ártico”, acrescenta.
Blank diz acreditar que o aumento do efetivo militar na região se deve aos temores de que outros países cheguem primeiro aos recursos energéticos do Ártico.
“Não me surpreenderia se eles também tivessem mantido algum tipo de projeto secreto em águas profundas por algum tempo”, afirma o especialista.
É difícil dizer se o plano russo de explorar gás e petróleo no Ártico é realista, ou se a Rússia simplesmente quer proteger o território para que possa explorá-lo em algum momento no futuro.
O que ninguém deve duvidar é da determinação de Moscou de ser pioneiro em se beneficiar da região.
Fonte: BBC

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Transgênico

O dilema do eucalipto transgênico

Aprovado para uso comercial no Brasil em 2015, o H421 é apenas a segunda árvore geneticamente modificada do mundo a conseguir a licença para venda, ao lado de uma espécie de álamos liberada na China em 2002. Os interessados, porém, são muitos. A Fibria é outra companhia de celulose que toca pesquisas genéticas em suas mudas no Brasil, enquanto nos Estados Unidos a desenvolvedora de sementes ArborGen tenta desde 2008 emplacar seu eucalipto resistente ao frio junto às autoridades do país.
Não é para menos, já que os atrativos das árvores modificadas são vários. O H421, por exemplo, cresce mais e gera ao menos 20% mais madeira do que seus similares. “Ele permite aumentar a produtividade sem expandir a área, libera novas terras para outros usos e também aumenta a captura de gás carbônico por área plantada”, diz o gerente de assuntos regulatórios da FuturaGene, Othon Abrahão. “Até 2040, o mundo terá 9 bilhões de pessoas vivendo e consumindo”, acrescenta Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). “Nesse sentido, é essencial que a biotecnologia trabalhe para aumentar a produtividade, ou então não haverá terra suficiente no planeta”, continua ela.
O eucalipto transgênico cresce mais e gera 20% mais madeira do que as árvores similares
Mesmo com os argumentos a favor, o mundo segue sem que uma lasca de eucalipto transgênico tenha sido vendida ou explorada no mercado. Além da resistência natural de acadêmicos e ambientalistas mundo afora, que alertam para as consequências no longo prazo, o novo gênero também carece de reconhecimento comercial em nível internacional, já que nenhum dos grandes certificadores florestais aprova a modalidade. “Pelas regras atuais, se a empresa fizer o uso comercial de uma árvore transgênica, mesmo que em uma área pequena, ela perde a certificação de todas as suas áreas”, explica Andrea Werneburg, analista de desenvolvimento de negócios do FSC no Brasil, braço regional do Conselho Internacional de Manejo Florestal e um dos principais certificadores de florestas do mundo. Possuir selos como o do FSC não é obrigatório, mas eles atestam as práticas sustentáveis das fabricantes e, sem eles, boa parte dos países não aceita a madeira.
“Não conhecemos os impactos de médio e longo prazo, até porque são os primeiros casos do mundo, não há base de comparação”, diz Andrea. Entre os principais argumentos contra as árvores transgênicas estão seu ciclo de vida e seu porte, o que significa mais tempo de exposição e um raio bem maior de alcance para o espalhamento de seu material genético e interações no entorno. Um eucalipto, por exemplo, leva cerca de sete anos para crescer, bem diferente de outras plantas já familiarizadas com a transgenia, como soja e milho, que têm ciclos anuais. Outro grupo descontente aqui no Brasil são os produtores de mel, que poderiam perder sua certificação de produto orgânico uma vez que suas abelhas começassem a circular entre eucaliptos transgênicos. “De toda maneira é uma discussão difícil e que está longe de ser declarada fechada”, diz Andrea, do FSC. “O consumo de madeira e celulose deverá triplicar até 2050, e soluções para responderem a esse aumento é um debate que não podemos ignorar.”
Fonte: Juliana Elias Revista  Época

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

PARAÍBA

Ibama desativa 12 feiras de animais silvestres na PB

“Quem compra esses animais também está sujeito a multas e processos criminais, além de expor sua saúde a riscos. Eles são maltratados e podem transmitir doenças graves”, disse o chefe da Divisão Técnico-Ambiental do Ibama na Paraíba, Geandro Pantoja.
A multa por manter em cativeiro, vender ou adquirir animais silvestres sem autorização do órgão ambiental varia de R$ 500 a R$ 5 mil por unidade nos casos em que a espécie estiver ameaçada de extinção ou listada na Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites).
O Ibama continuará realizando o monitoramento de feiras na região com o objetivo de inibir o tráfico de animais silvestres.
Fonte: Ibama

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Enzimas em sabão

Enzimas em sabão ajudam a salvar o meio ambiente.

Copenhagen, Dinamarca – Uma empresa de biotecnologia dinamarquesa está tentando combater as mudanças climáticas a cada lavagem de roupas. Sua arma secreta: cogumelos de uma floresta adormecida perto de Copenhagen.
Na busca por um sabão mais ecológico, dois cientistas da empresa Novozymes atravessam regulamente a lama, buscando cogumelos-ostras que aparecem em troncos caídos e fungos que se alimentam das fibras resistentes de plantas. Eles estão estudando as enzimas desses cogumelos, que aceleram reações químicas ou processos naturais como o apodrecimento.
“Aqui acontece muita coisa, se você souber o que procurar”, explica Mikako Sasa, um dos cientistas da Novozymes.
Seu trabalho está ajudando a companhia a desenvolver enzimas para lavar roupas e detergentes de máquinas de lavar-louças que usam menos água ou que sejam efetivos também em temperaturas mais baixas. A economia de energia pode ser significativa. As máquinas de lavar, por exemplo, representam mais de seis por cento do uso de eletricidade doméstica na União Europeia.
Encontrar enzimas que combatam a sujeira não é uma estratégia nova. Por milhares de anos, os cogumelos e seus primos fungos se desenvolveram como mestres da nutrição em árvores moribundas, galhos caídos e outros. Eles digerem esses materiais difíceis secretando enzimas em seus hospedeiros. Mesmo antes que qualquer um soubesse o que eram as enzimas, elas foram usadas na fabricação de cervejas e de queijos, entre outras atividades.
Em 1833, cientistas franceses isolaram uma enzima pela primeira vez. Conhecida como diástase, transformava amido em açúcares. No início do século XX, um químico alemão comercializou a tecnologia, vendendo um sabão que incluía enzimas extraídas de tripas de vacas.
Ao longo dos anos, a Novozymes e seus rivais desenvolveram um catálogo de enzimas, fornecendo-as a produtores gigantes de bens de consumo, como a Unilever e a Procter & Gamble.
Na pequena sede estilo anos 1960 da empresa, cientistas em aventais de laboratório brancos usam máquinas de lavar em miniatura para testar novas combinações de enzimas em roupas de bonecas. Para avaliar o poder de combater as manchas de um produto, eles importam amostras de sujeira de todo o mundo, como colarinhos engordurados e escurecidos e manchas amareladas na região das axilas.
Detergentes modernos contêm até oito enzimas diferentes. Em 2016, a Novozymes gerou cerca de US$2,2 bilhões de receita e forneceu enzimas para sabões como Tide, Ariel e Seventh Generation.
A quantidade de enzimas necessárias em um sabão é relativamente pequena se comparada com as alternativas químicas, uma qualidade que atrai clientes que procuram ingredientes mais naturais. Um décimo de colher de chá de enzimas em uma carga de máquina típica na Europa corta pela metade a quantidade de sabão feito com substâncias químicas do petróleo ou de óleo de palma.
As enzimas também ajudam a diminuir o consumo de energia. Como são encontradas com frequência em ambientes relativamente frios, como florestas e oceanos, não precisam do calor e da pressão usados em geral em máquinas e outros processos para lavar roupas.
Desse modo, os consumidores podem reduzir a temperatura de suas máquinas de lavar e, ao mesmo tempo, garantir que suas camisas ficarão bem brancas. Diminuir a temperatura do ciclo de lavagem da máquina de 40 graus Celsius para água fria corta o consumo de energia pelo menos pela metade, segundo a Associação Internacional de Sabões, Detergentes e Produtos de Manutenção, um grupo da indústria.
“Acreditamos que existe uma grande variedade de processos naturais que são extremamente eficientes em recursos. Na natureza, praticamente não há desperdício. Todos os materiais são reutilizados”, afirma Gerard Bos, diretor de negócios globais e do programa de biodiversidade da União Internacional para a Conservação da Natureza da Suíça.
Em 2009, cientistas da Novozymes se juntaram aos da Procter & Gamble para desenvolver uma enzima que poderia ser usada em sabões líquidos para lavagens em água fria. Os pesquisadores começaram com uma enzima de bactérias do solo da Turquia e a modificaram por meio de engenharia genética para fazer com que se parecesse mais com uma substância encontrada em algas de mares frios. Quando descobriram a fórmula certa, deram o nome de enzima Everest, uma referência à escala da tarefa realizada.
“Sabíamos que isso seria algo que os consumidores iriam querer. Acho que é uma maneira muito tangível e prática de as pessoas fazerem a diferença em suas vidas diárias”, afirma Phil Souter, diretor associado da unidade de pesquisa e desenvolvimento da Procter & Gamble em Newcastle, na Inglaterra.
Em seguida, eles descobriram uma maneira de produzir a enzima em massa. A Novozymes implantou o DNA do novo produto desenvolvido em um lote de hospedeiros microbianos usados para cultivar volumes grandes de enzimas rapidamente e com custos baixos. As enzimas foram produzidas em grandes tanques controlados.
O resultado: um ingrediente crucial em sabões como o Tide Cold Water.
“Isso é biotecnologia em uma escala muito grande”, explica Jes Bo Tobiassen, gerente de uma fábrica da Novozymes em Kalundborg, pequena cidade na costa da Dinamarca.
Ao pesquisar novas enzimas, a Novozymes está tentando alcançar consumidores em economias que estão crescendo rapidamente, como a China.
Em boa parte do mundo desenvolvido, os hábitos de lavanderia estão bastante enraizados. Os europeus tendem a usar máquinas de carregamento frontal, muito mais eficientes no uso de água e energia do que as de carregamento superior preferidas nos Estados Unidos.
Mas na China, membros da crescente classe média, como Shen Hang, estão comprando máquinas novas e sabões mais caros e de maior qualidade. Os consumidores chineses estão entre os mais frequentes e exigentes do mundo, segundo os pesquisadores da Novozymes, mas ainda estão ajustando seus caminhos na hora de lavar roupas.
Recentemente, Shen comprou uma lavadora-secadora de carregamento frontal. Mas tem encontrado dificuldades para descobrir um sabão que possa limpar suas camisas manchadas de suor.
“Estou cansado”, diz ele sobre as afirmações exageradas dos fabricantes.
Shen usa dois tipos de alvejantes, um para roupas brancas e outro para as coloridas. Se não funcionam, esfrega as manchas com as mãos. Ele repete esse ciclo três vezes por semana.
Percebendo a oportunidade, as equipes comerciais da Novozymes pediram aos cientistas da empresa que criassem enzimas que apresentassem um desempenho melhor nas lavagens cheias de alvejantes dos chineses.
A companhia fez alguns progressos. Uma enzima recém-desenvolvida, chamada Progress Uno, está sendo adicionada aos sabões produzidos pela fabricante chinesa Liby.
Hoje, a maioria dos clientes chineses lava roupas em baixas temperaturas. Mas Peder Holk Nielsen, executivo-chefe da Novozymes, preocupa-se com o fato de que isso possa mudar à medida que a riqueza aumenta na China. Os consumidores fizeram a mesma coisa no Ocidente nas décadas posteriores à Segunda Guerra, diz ele.
Se, no entanto, graças ao desenvolvimento das enzimas, essa transição puder ser evitada, ele afirma que isso seria uma história fenomenal de sustentabilidade. “Vai economizar muita água e energia.”
Fonte: The New York Times News

domingo, 21 de janeiro de 2018

MEIO AMBIENTE PARAGUAI


Milhares de peixes mortos no Paraguai.

Governo paraguaio, através da Secretaria do Meio Ambiente, investiga as causas da mortandade. As indústrias locais são as principais suspeitas

No Paraguai, a Secretaria do Meio Ambiente está analisando os motivos detrás da elevada quantidade de peixes mortos no rio “Confuso”, próximo à capital Assunção. Foram vistos entre 5 mil e 10 mil peixes mortos, de pequeno e médio porte, na segunda semana de outubro deste ano.
A principal suspeita é que os peixes morreram devido ao excesso de resíduos industriais da zona, vertidos ilegalmente no rio. Na região, há indústrias produtoras de alimentos de ração canina e granjas. Dario Mandelburger, diretor de Proteção e Conservação da Secretaria do Meio Ambiente afirmou para o jornal El País: “Não podemos acusar sem ter provas, mas todas estão sob a lupa”.
O rio Confuso tem aproximadamente 150 quilômetros de recorrido, e não é navegável. Por sorte, não há moradias próximas ao rio que se encontra num bosque seco, cercado de zonas semiáridas e úmidas. A região se encontra numa Reserva da Biosfera, declarada pela UNESCO, por sua importância mundial para a mitigação dos efeitos da mudança climática.
Os técnicos da secretaria de Meio Ambiente estão analisando as mostras para averiguar as causas e encontrar os responsáveis. Enquanto isso, os moradores locais estão em estado de alerta sobre as águas do rio e à espera de saber o que os motivos da mortandade.
Mandelburger afirmou que sempre há problemas com parte das indústrias locais em relação aos despojamentos de resíduos. “Mas nós sempre buscamos que se cumpram (as normas). Apesar de haver acatamento, nem sempre cumprem. Digamos que há um 90% de cumprimento”, afirmou.
Com o Mestrado em Gestão e Auditorias Ambientais, programa patrocinado pela FUNIBER, os profissionais poderão se capacitar para atuar dentro e fora da empresa, seguindo o princípio da sustentabilidade dos recursos naturais.
Foto: Creative Commons por Pixabay

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

OCEANIA

Palau agora exige juramento de proteção ao meio ambiente.

Palau, pequeno arquipélago da Micronésia, na Oceania, a leste das Filipinas, se tornou o primeiro país a exigir, de todos os seus visitantes, a assinatura de um juramento de proteção ao meio ambiente. A medida, que passou a valer em dezembro de 2017, pretende incentivar a preservação dos recursos naturais da ilha, para garanti-los às futuras gerações.
Baseada no bul, um sistema tradicional de gestão dos recursos naturais em que atividades prejudiciais ao meio ambiente são interrompidas até que o país possa se recuperar, a medida foi tomada após o Projeto para o Legado de Palau, uma organização voluntária, perceber o impacto negativo que o turismo estava tendo na ilha.
Agora, todos os turistas terão seus passaportes estampados com o juramento e precisarão assiná-lo antes de entrarem no país. Em formato de poema, o juramento foi criado com a ajuda das crianças locais e exige que as pessoas protejam a ilha, ajam com carinho e explorem com consciência, entre outros mandamentos.
Além de assinar o juramento, os visitantes deverão assistir, ainda dentro do avião, a um vídeo educativo sobre a importância do turismo ecologicamente responsável e receberão uma lista de atividades que podem e não podem ser feitas no país, considerando a preservação ambiental.
Para garantir a efetividade da nova medida, o governo de Palau colocou em prática uma política que permite multar aqueles que quebrarem o juramento em até 1 milhão de dólares. Além disso, o juramento também deve fortalecer leis já existentes de proteção ao meio ambiente.
Mas não são só os turistas que precisam se comprometer com a proteção do país: residentes também estão sendo incentivados a assinar o juramento e o governo está alterando os currículos escolares para criar uma consciência ecológica nas crianças da ilha.
Esta não é a primeira medida que Palau toma para preservar seus recursos naturais. Em 2015, por exemplo, o país criou o Santuário Marinho Nacional de Palau, uma área de 500 mil quilômetros quadrados em que a pesca comercial e a exploração de petróleo são proibidas.
Fonte: ViajemTurismo

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Tartarugas fêmeas

Aumento da temperatura dos oceanos está causando boom de tartarugas fêmeas

Um estudo feito pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica da Universidade Estadual da Califórnia, em parceria com o Fundo Mundial para a Natureza da Austrália, releva que o aquecimento dos oceanos levou 99% dos novos filhotes da espécie a serem fêmeas. A temperatura do mar aumenta o calor da areia da praia, onde estão os ninhos da espécie.
A pesquisa, feita com um grupo de 200 mil tartarugas no norte da Grande Barreira de Corais, na Austrália, concluiu que isso representa uma ameaça para a população do réptil, já em extinção. Isso porque a tendência de que a maioria dos filhotes sejam do sexo feminino deve se manter nas próximas gerações da espécie. Com poucos filhotes machos, a reprodução dos animais fica em risco.
Especialistas agora se dedicam a tentar descobrir uma maneira de deixar essas áreas de ninhos de tartarugas-verde mais frias. Eles estão considerando fazer uma chuva artificial para diminuir a temperatura da areia e tentar aumentar o número de machos.
Eles também estão fazendo uma série de estudos para saber se é viável instalar barracas nas praias onde há desova de tartarugas para que a sombra evite o aquecimento da areia durante a incubação.
De acordo com os biólogos responsáveis pela pesquisa, a temperatura de 29,3º C é a ideal para que os ovos eclodidos sejam de fêmeas. Por outro lado, alguns graus abaixo de 29,3º C fazem com que todas as tartarugas marinhas sejam masculinas.
As tartarugas-verde desempenham um papel crucial em seu ecossistema. Elas roçam os gramados marinhos como um gado no pasto, e mantêm o ambiente em equilíbrio.
Elas geralmente são encontradas em águas costeiras com muita vegetação, ilhas ou baías. De acordo com o projeto Tamar, que faz ações para preservar a espécie no Brasil, a espécie faz desovas no país nas ilhas oceânicas de Trindade, na Reserva Biológica do Atol das Rocas e no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Explosão do petroleiro na China

Por que a explosão do petroleiro na China seria um desastre ambienta

Equipes de bombeiros próximas à costa sudeste da China estão trabalhando freneticamente para prevenir o que pode se tornar um pesadelo ambiental.
Um petroleiro carregando quase um milhão de barris, ou 136 mil toneladas, de uma substância altamente inflamável chamada óleo condensado pegou fogo no último sábado. O navio, chamado SANCHI, navega sob bandeira panamenha e pesa mais de 85 mil toneladas, de acordo com o site Marine Traffic. Um  comunicado do governo chinês  informa que o navio estava levando o óleo condensado para a Coreia do Sul a serviço de uma subsidiária da Companhia de Petróleo Nacional do Irã, a Bright Shipping Limited.
O incêndio começou depois que o SANCHI colidiu com um navio cargueiro.
Na segunda-feira, a Reuters informou que os restos de um tripulante foram encontrados, mas outros 31 continuam desaparecidos.
O tipo de dano ambiental que o acidente pode causar ainda precisa ser analisado.
Óleo condensado têm definições diferentes dependendo de sua origem. De acordo com a Administração de Informação Energética dos Estados Unidos, o termo se refere ao gás de petróleo ou gás natural que se condensa em líquido ao ser extraído. Nesse caso, o condensado teve origem em petróleo bruto.
Para efeitos de comparação, o derramamento de óleo da Exxon Valdez derramou 260 mil barris de petróleo bruto denso em 1989. Espera-se que o vazamento do SANCHIseja menor que o de Exxon Valdez por ser mais leve e capaz de ser queimado.
O quanto o condensado do SANCHI pode poluir a região depende principalmente se o petroleiro vai afundar ou não, disse Babatunde Anifowose, professor da Universidade de Coventry, à CNN.
Se o navio afundar, mais material vai derramar dentro d’água, dificultando a limpeza. Se ele não explodir, acredita-se que grande parte do óleo condensado possa evaporar, ele disse.
Uma explosão também tem potencial para espalhar mais fumaça tóxica do condensado – o próprio combustível do navio também pode vazar.
Uma lista de medidas de segurança da companhia de petróleo Conoco Phillips, aponta que qualquer contato com óleo condensado pode causar problemas respiratórios e deve exigir cuidados médicos.
A fuligem tóxica também representa perigo aos que conduzem esforços de limpeza e contenção.
Ainda não está claro quanto óleo condensado foi derramado no oceano.
Fonte: National Geographic

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

OCEANOS

O que são as zonas mortas dos oceanos – e por que elas estão cada vez maiores

De acordo com um estudo publicado recentemente na revista Science, o tamanho das áreas sem oxigênio nas águas abertas do oceano quadruplicou desde meados do século 20. E as zonas com muito pouco oxigênio perto das costas se multiplicaram por 10.
Isso, dizem os autores do primeiro estudo que analisa com profundidade a falta de oxigênio nos oceanos, pode causar a extinção em massa de espécies no longo prazo, colocando em risco a vida de milhões de pessoas que dependem do mar como fonte de alimentação e trabalho.
“Os maiores eventos de extinção na história da Terra foram associados a climas quentes e a deficiência de oxigênio nos oceanos”, disse Denise Breitburg, cientista do Centro de Investigação Ambiental Smithsonian, nos Estados Unidos, e principal autora do estudo.
“Na atual trajetória, é para isso que estamos seguindo. Mas as consequências para os seres humanos de continuar por esse caminho são tão extremas que é difícil imaginar que chegaremos tão longe indo nessa direção.”
Vida asfixiada
As zonas mortas são grandes extensões de água que contêm pouco ou nenhum oxigênio.
Elas são chamadas de “mortas” porque há poucos organismos que conseguem sobreviver ali – a maioria dos animais que acabam nessas manchas se sufocam e morrem.,
Enquanto as zonas de baixo oxigênio ocorrem naturalmente no oceano (geralmente a oeste dos continentes, devido ao efeito da rotação da Terra nas correntes oceânicas), o problema é a proporção em que se expandiram desde 1950.
Os baixos níveis de oxigênio fazem com que os animais cresçam menos, além de ter mais problemas reprodutivos e doenças.
Mas como ocorre a expansão das zonas mortas?
As mudanças climáticas, produto da atividade humana, são o principal responsável, especialmente nas águas abertas.
Como as águas quentes têm menos oxigênio, à medida que a água da superfície se aquece o oxigênio tem mais dificuldade em atingir as profundezas do oceano.
Outro efeito é que, quando a água é mais quente, os animais precisam respirar mais rápido – isso faz com que usem mais oxigênio em menos tempo.
Nas águas costeiras, o principal problema são as substâncias que são utilizadas na agricultura e chegam no oceano.
Elementos como o fósforo, presente em fertilizantes e adubos para plantas, são levados para os rios. Ao chegar no mar, provocam o crescimento excessivo de algas que, quando morrem e se decompõem, absorvem enormes quantidades de oxigênio.
Soluções
Como se os efeitos acima mencionados ainda não fossem suficientes, a falta de oxigênio também pode fazer o oceano liberar substâncias químicas perigosas, como o óxido de nitrogênio, um gás com efeito de estufa 300 vezes mais poderoso que o dióxido de carbono.
Mas os especialistas avaliam tratar-se de um problema que tem uma solução.
“Parar a mudança climática exige um esforço global, mas mesmo as ações locais podem ajudar a diminuir o oxigênio produzido pelo excesso de nutrientes”, disse Breitburg.
Além de implantar medidas para reduzir o aquecimento global, os cientistas recomendam medidas como criar áreas marinhas protegidas, áreas que os animais usam para escapar de baixos níveis de oxigênio nas quais a pesca seria proibida.
Fonte: BBC

domingo, 14 de janeiro de 2018

PÁSSARO

Pássaro tem pena superpreta com estrutura especial que absorve até 99,95% da luz

Em várias espécies da família das aves-do-paraíso, encontradas na Oceania, os machos têm manchas de plumagem profundamente pretas e aveludadas imediatamente adjacentes a manchas coloridas. Essas manchas pretas têm uma aparência muito mais escura do que a plumagem preta normal de espécies similares.
Usando uma série de técnicas de análise, entre elas espectrofotometria e microscopia eletrônica de varredura, a autora principal do estudo, Dakota McCoy, da Universidade Harvard, e co-autores, investigaram como ocorre a absorção da luz em penas pretas de sete espécies de aves do paraíso. Cinco espécies tinham a plumagem com o preto mais profundo e duas espécies apresentavam somente o preto normal.
Os autores descobriram que as penas superpretas têm barbulas (ramificações das penas) altamente modificadas, dispostas em conjuntos inclinados e mais ramificados. A luz, quando bate nelas, se dispersa mais e, por consequência, acaba mais absorvida, porque a cada dispersão, uma porcentagem acaba absorvida.
Numa pena preta normal, parte da luz é absorvida, mas um parte muito maior é diretamente refletida para o observador, tornando a cor menos escura. As penas supepretas têm apenas um centésimo da capacidade de reflexão das penas pretas normais.
Os autores do estudo acreditam que essas penas superpretas evoluíram porque realçam o brilho das manchas de cores adjacentes, chamando a atenção das potenciais companheiras durante exibições de acasalamento.
Fonte: G1