quinta-feira, 30 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE Espécies Exóticas Invasoras

Ministério realiza oficina sobre o mexilhão-dourado

A espécie (Limnoperna fortunei) de molusco bivalve, nativa da China, foi introduzida no Brasil via água de lastro (captada por navios), na década de 1990. Por suas características biológicas e ecológicas e pelo ambiente favorável para a sua proliferação, o mexilhão-dourado se disseminou por diversas bacias hidrográficas, caracterizando-se como uma espécie exótica invasora. A espécie é responsável por impactos econômicos relacionados a danos e prejuízos em usinas hidrelétricas, estações de tratamento de água e aquicultura.
A invasão também causa impactos ambientais, provocando alterações estruturais e funcionais nos ecossistemas e prejuízos às atividades humanas nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e, por último, na região Nordeste devido à recente detecção na Bacia do Rio São Francisco.
Na oficina serão definidos a visão de futuro, os objetivos e as ações que comporão o Plano Mexilhão-dourado, que tem como meta estabelecer estratégias e ações para a contenção da dispersão do mexilhão-dourado no país, visando à proteção da Bacia Amazônica e da Bacia Tocantins-Araguaia, ainda não contaminadas.
Também serão designados os representantes do Grupo de Assessoramento Técnico responsável por acompanhar e avaliar a implementação do Plano, que deve contemplar ações para os temas de arcabouço legal, capacitação, comunicação, educação e sensibilização, prevenção, controle, monitoramento, pesquisa e divulgação científica.
Participam da oficina representantes do MMA, Ibama, ICMBio, órgãos ambientais estaduais, Comitês de Bacias Hidrográficas, pesquisadores, e representantes dos setores de energia hidrelétrica, pesca, aquicultura e transporte aquaviário.
DIAGNÓSTICO
O Ministério do Meio Ambiente elaborou um diagnóstico sobre a situação da invasão da espécie no país, com informações sobre a biologia e ecologia do animal, processo de invasão no Brasil e América Latina, impactos ambientais e socioeconômicos, métodos de prevenção, controle e monitoramento, bem como levantamento das ações e iniciativas já realizadas.
O trabalho foi submetido à consulta pública e atualizado conforme as contribuições recebidas. Agora serve como base para a elaboração das ações que comporão o Plano Mexilhão-dourado.
PLANOS NACIONAIS
O Plano Mexilhão-dourado faz parte da iniciativa do MMA para o desenvolvimento de Planos Nacionais de Prevenção, Controle e Monitoramento de Espécies Exóticas Invasoras, que visam contemplar a definição e implementação de ações com relação a espécies exóticas invasoras presentes ou com risco de introdução ou invasão no país.
Os planos são instrumentos de gestão construídos de forma participativa e articulada com um objetivo definido em escala temporal. Para a primeira etapa foram priorizados além do mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei), o javali (Sus scrofa) e o coral-sol (Tubastraea spp.).
Fonte: MMA

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

PROJETOS

Urbanismo participativo para uma cidade sustentável
Especialista analisa a importância da participação cidadã na construção da cidade sustentável
A cidade é planejada por profissionais da área de Arquitetura e Urbanismo que devem oferecer soluções racionais ao cotidiano dos cidadãos urbanos. Mas este planejamento não é uma prática isolada, realizada somente pelo conhecimento técnico. Deve ser também fruto de um trabalho de consenso entre grupos e setores sociais diversos.
No artigo escrito pelo doutor em Urbanismo, Fernando Murillo, publicado este mês no jornal argentino Clarín, o arquiteto propõe algumas questões fundamentais que se deve ter em conta quando se realizam projetos urbanísticos. “A vocação democrática dos exercícios de participação pública, para ser legítima, deve representar a todos os setores da sociedade, especialmente aqueles mais vulneráveis”, afirmou. Para ele, a participação cidadã é o calcanhar de Aquiles do urbanismo.
Conhecido como urbanismo participativo, a prática apresenta certos temores. Para Murillo, os governos locais muitas vezes temem perder o controle, enquanto as imobiliárias são mais adeptas às decisões rápidas e rentáveis, e as associações de moradores receiam os resultados das mudanças no bairro e região. O especialista lembra, entretanto, que o convite à participação pode representar uma oportunidade para fortalecer e legitimar a planificação urbana se feita com instrumentos adequados.
Murillo exemplifica como experiência de êxito, uma chamada à população para participar da revisão do código de ordenamento urbano em relação ao assentamento nas cidades Luján, Escobar e Salta, na Argentina. Diante da ausência de políticas concretas apoiadas pelos vizinhos, houve novos processos de associação para resolver temas relacionados às normativas urbanísticas. O resultado deixou claro que existe muito potencial dos cidadãos em melhorar e regular os assentamentos urbanos, e que há possibilidades de articulação.
“A tentação de planificar desde a comodidade e segurança dos escritórios, implica perder a oportunidade de entender e trabalhar interesses contrapostos”, afirma o doutor Fernando Murillo. Os governos devem entender que a gestão da cidade deve passar pela co-criação para garantir os direitos de participação e o desenvolvimento da sustentabilidade.
Conhecer as melhores práticas para uma correta gestão de Projetos é um dos objetivos dos cursos da FUNIBER em Arquitetura e Urbanismo.
Foto: Todos os direitos reservados

terça-feira, 28 de novembro de 2017

PROJETOS

Medidas para uma cidade sustentável

Instituto norte-americano aponta 7 questões fundamentais de uma cidade sustentável para preservar o planeta

O centro de pesquisas World Watch Institute, localizado nos Estados Unidos, realiza a cada ano um relatório sobre o estado que se encontra o mundo, principalmente no que se refere às questões ambientais. Durante uma conferência que ocorreu em Barcelona, o diretor de publicações do instituto, Gary Gardner, informou sobres 7 questões que devemos analisar para lograr uma cidade sustentável.
A praça, o público – Construir uma cidade que permita o consumo de bens públicos deve ser um objetivo central estratégico. “Criar praças, parques ou espaços esportivos, para permitir que as pessoas possam reunir-se num espaço público com bom ambiente”, disse.
Uma cidade compacta – Basta de cidades tão grandes. Gardner defende o urbanismo compacto e denso, que não exija tanto a necessidade de automóveis. “As cidades – analisa a partir do contexto norte-americano – foram feitas de acordo com o desejo dos fabricantes de carros, que pressionaram para que desaparecesse o trem que havia nos anos 30 em Los Angeles, e os carros se converteram no principal meio de transporte”.
Recuperar o centro – Ao reduzir o uso do automóvel, o centro da cidade recuperaria a sua importância. Proteger os centros urbanos é importante para estimular a identidade da cidade e fomentar a participação cidadã.
Qualidade do ar – As cidades já superam os níveis de poluição recomendados pela Organização Mundial da Saúde. Uma vez mais, limitar os veículos privados poderá evitar a contaminação do ar e os altos custos sanitários.
Natureza – Integrar a natureza à cidade. Gardner apresentou uma lista ampla de opções para incluir espaços verdes no planejamento urbano. Além dos parques e zonas verdes, a implantação de vias e telhados com vegetação, por exemplo.
Energia Limpa – O desenvolvimento de alternativas de fontes renováveis de energia deve ser estimulado para evitar o aquecimento global causado pelos combustíveis fósseis. Por isso é importante fomentar o consumo de energia limpa.
Proteger o clima – Reduzir os resíduos, reciclando materiais, é uma saída importante para a conservação do planeta. “O problema fundamental é que o capitalismo é um devorador de recursos, tem um apetite insaciável, mas o planeta tem os próprios limites”, afirma Gardner que aponta a necessidade de desenhar um capitalismo mais eficiente para os recursos naturais.
Como os estudantes de Projetos da FUNIBER podem desenvolver iniciativas que preservem o meio ambiente e garantam uma cidade sustentável?

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE AUTRALIANO

Transplante de corais pode ajudar a salvar a Grande Barreira na Austrália

Em um teste realizado na ilha de Heron, na costa leste da Austrália, os pesquisadores coletaram grandes quantidades de ovos de corais no final do ano passado, a partir dos quais criaram larvas que posteriormente foram transplantadas para outras áreas do recife.
Quando retornaram oito meses depois, encontraram corais jovens que haviam sobrevivido e crescido, protegidos em tanques de malha subaquática.
“O sucesso desta nova pesquisa não se aplica apenas à Grande Barreira de Corais, mas também tem potencialo global”, declarou Peter Harrison, da Universidade de Southern Cross.
“Mostram que podemos começar a restaurar e reparar populações de corais danificadas em áreas onde a produção natural de larvas está em perigo”, acrescentou.
O pesquisador se mostrou otimista sobre as possibilidades de que este novo método, previamente testado com sucesso nas Filipinas em áreas de recifes degradadas pela pesca com dinamite, ajudaria a recuperar recifes de corais em grande escala.
A Grande Barreira de Corais, a maior estrutura viva da Terra, sofre um segundo ano consecutivo de clareamento sem precedentes devido ao aumento da temperatura do mar como resultado das mudanças climáticas.
O diretor da Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Corais, a agência do governo australiano que gerencia a área, disse que esse tipo de esforço é necessário para mitigar o impacto do aquecimento global.
“O sucesso desses testes é encorajador, o próximo desafio é transformar em uma tecnologia em maior escala que faça a diferença no recife em seu conjunto”, afirmou David Wachenfeld.
Fonte:  France Presse

domingo, 26 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE EQUATORIANO

Engenheiro equatoriano inventa uma alternativa para limpar derramamento de petróleo.


Cinco anos de trabalho foram necessários para o pesquisador encontrar a solução para o derramamento de petróleo.

José Rodríguez Webster, engenheiro químico de Guayaquil, Equador, inventou um produto que poderia ser a solução definitiva para os derramamentos de petróleo. Em 2010, após o vazamento de petróleo bruto no Golfo do México, a transnacional British Petroleum lançou um pedido global para encontrar uma solução que permitiria limpar o oceano. Neste momento, Rodríguez decidiu que inventaria esse produto. Hoje, o professor aposentado de 66 anos pode dizer, com satisfação, que conseguiu criar um produto que ajudará a eliminar uma parte da poluição que nós produzimos no planeta.
Cinco anos de pesquisas e testes permitiram a José obter uma fibra de celulose que pode absorver e solidificar hidrocarbonetos ou outros óleos que podem ser derramados acidentalmente em rios, lagos ou no oceano. O produto, batizado como PMC (PROWEBST Marine Cleaner) poderia ajudar a eliminar 99% dos vestígios de petróleo se aplicado da maneira correta. Os criadores do PMC explicam que, depois de absorver o petróleo, o produto pode ser utilizado como combustível sólido.
José Rodríguez, filho do inventor do PMC e gerente geral da PROWEBST, afirmou em entrevista para o ExpresoTV que, ao aplicar o produto sobre o hidrocarboneto, o poluente é encapsulado imediatamente, sendo possível retirá-lo utilizando uma rede com malha de 2 milímetros. Quando a poluição cobre uma extensão muito grande, a rede pode ser retirada com um guindaste para, posteriormente, armazenar o poluente em sacos.
O inventor do PMC fundou a empresa PROWEBST há 40 anos. Atualmente, sua fábrica tem capacidade para produzir uma tonelada de PMC por dia. De acordo com a informação dada pelos meios de comunicação locais, a PROWEBST assinou um acordo com a Petroecuador e agora trabalha para patentear sua invenção e comercializar o produto em outros países.
José diz que, em países petrolíferos, são registrados, em média, 50 derramamentos de petróleo bruto ao ano e seu produto, no momento, é único no mundo. Quando sua empresa tiver alcance internacional, será possível substituir os dispersantes que são utilizados para reduzir as manchas de petróleo a partículas, mas que, realmente, não solucionam o problema da poluição. O PMC, diferentemente do dispersante, retira o poluente da água e deixa a superfície limpa, permitindo armazenar de modo seguro os resíduos resultantes da limpeza, os mesmos que, posteriormente, podem ser reaproveitados como combustíveis.
Os alunos da área de Meio Ambiente da FUNIBER pesquisam métodos de remediação para recuperar áreas poluídas. Soluções como o PMC são de grande ajuda para combater a poluição no planeta.
Fonte: Expreso.ec
Foto Creative Commons: Rainforest Action Network

sábado, 25 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE NO MEXICO

Manual para o manuseio de detritos após acidentes naturais


Um especialista defende a necessidade de desenvolver um plano de ação para prevenção e tratamento de resíduos após desastres naturais.

Os maiores desastres naturais causam demolições e ruínas, e geram uma grande quantidade de resíduos de construção . Muitas vezes esse desperdício precisa de um tratamento especial, pois pode afetar a saúde da população e prejudicar o meio ambiente.
Sandra Herrera Flores, especialista em gestão de resíduos e assessora do Programa de Gestão Industrial Urbana da Cooperativa Alemã para o Desenvolvimento Sustentável no México (TIZA) , defende que o tratamento dos escombros seja realizado após uma atenção particular.
Herrera destaca a importância de criar um plano com indícios do que precisa ser feito antes, durante e após a catástrofe natural, especialmente no caso dos terremotos. Comentando o terremoto ocorrido no México em 19 de setembro, ela diz: "Se houvesse um mapa de risco criado aqui, saberia quais laboratórios e indústrias químicas estão localizados na Cidade do México que poderiam ter resíduos perigosos e como deveriam ser Estes são tratados neste caso ", disse ele.
O especialista defende o desenvolvimento de diretrizes para todas as cidades, para que possam apontar medidas de prevenção e práticas de gestão. Estes manuais permitiriam  antecipar material local de alto risco, planejar a seleção e separação de resíduos e encontrar o saneamento adequado .
"Independentemente do lugar, o importante é proteger a umidade, ravinas, fluxos de rios, áreas naturais protegidas" para proteger o solo e recursos hidrográficos.
Também é importante manter o controle sobre os resíduos perigosos das casas demolidas. Materiais de limpeza, baterias, eletrodomésticos e dispositivos eletrônicos, entre outros.
Para isso, o Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais do México apresentou um guia para orientar o tratamento desses tipos de lixo, informando sobre critérios específicos para o manejo adequado da demolição, que leva em consideração os tipos de localização, operação, saneamento e isolamento de espaços para eliminação final, uso e reciclagem.
Profissionais ambientais  podem ser treinados com programas de mestrado patrocinados pela FUNIBER  para colaborar na gestão de resíduos industriais e detritos.
Foto: Creative Commons  by Pixabay

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

PROJETOS EM SUSTENTABILIDADE

MA vai receber 400 mil dólares para projetos em sustentabilidade

“Nós já garantimos para o estado do Maranhão, durante a COP 23, um recurso inicial de 400 mil dólares para ser investido em projetos, que devem trazer ainda mais investimentos – algo em torno de 150 milhões de dólares – na prática da sustentabilidade em nosso estado”, explicou o secretário, sobre a importância do Maranhão estar presente nesse tipo de discussão.
Além das discussões focarem maneiras de se viabilizar os objetivos do Acordo de Paris (firmado durante a COP 21), o governo maranhense uniu-se aos demais governos que integram a Amazônia Legal a fim de discutir os desafios e as oportunidades para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. No painel apresentado por Marcelo Coelho, foram destaque questões sobre o controle do desmatamento nos estados, produção sustentável e financiamento para a Amazônia.
Um dos pontos altos da interlocução do governo maranhense com as instituições que fomentam as boas práticas e também oportunidades de negócios está na viabilização de projetos financiados por fundos internacionais. O secretário Marcelo Coelho reforçou que a aplicabilidade dos projetos abrange a fiscalização e a conservação de matas ciliares e das florestas do estado do Maranhão. O Governo do Maranhão continua a sua participação nos eventos do Espaço Brasil, na COP 23, até amanhã.
Fonte: O Imparcial

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE

A certificação da sustentabilidade indica uma pesca mais ecológica.


Em todo o mundo, o certificado emitido pelo Marine Stewardship Council (MSC) permite um maior controle da pesca ecológica e a sobrevivência dos cardumes

A Islândia é o país que mais respeita as pescarias marítimas, mostram relatórios recentes. Na região do Pacífico Norte, 83% da pesca é certificada como prática sustentável. De acordo com o site do WWF , "as populações do Báltico e do Atlântico Norte estão sobreexplotadas, enquanto as da Islândia são melhor gerenciadas e conservadas, pelo que é recomendável que estas sejam consumidas em comparação com as anteriores".
A certificação de sustentabilidade é alcançada a partir dos padrões do Marine Stewardship Council (MSC) , o rótulo mais difundido na pesca industrial, com 104 pescarias certificadas e 20 mil produtos rotulados. A organização do WWF depende dos métodos de certificação do MSC, que também é reconhecido pela Global Sustainable Seafood Initiative .
No entanto, o Greenpeace tem algumas críticas sobre a certificação, pois alguns provêm de métodos de arrasto de fundo. Mas o MSC afirma no relatório mais recente, exemplo de cardumes que foram recuperados depois que as empresas pescadoras na área alcançaram o certificado de sustentabilidade.
Salmão do Alasca, exemplo de sustentabilidade
O salmão do Alasca está fortemente associado à pesca sustentável. Desde 1946, há um monitoramento da Universidade de Washington em uma área onde a maior pesca de sockeye é concentrada, na baía de Bristol, nos Estados Unidos. Os dados permitem um controle estatal sobre a propagação anual.
Mediterrâneo, insustentável
Entre a indústria da pesca do Mediterrâneo, nenhum deles tem o selo de certificação do MSC. Para melhorar esta situação e a exploração excessiva da pesca na região do Mediterrâneo, o MSC começou a desenvolver um trabalho conjunto com o WWF para mapear e avaliar as deficiências das empresas pesqueiras. Depois de concluir a segunda etapa do projeto, a conclusão parece desencorajadora: "o estado das populações em que operam essas pescarias é preocupante. Apenas uma população está em um estado adequado para garantir sua continuidade a longo prazo. Para o resto, a priori o nível exigido pelo padrão MSC não seria alcançado ".
Para os profissionais que trabalham na área de Meio Ambiente e Sustentabilidade dos oceanos, recomendamos o Programa de Mestrado em Ciência e Tecnologia do Mar , patrocinado pela  FUNIBER .
Foto: todos os direitos reservados

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE

Conferência Distrital do Meio Ambiente debate questões hídricas no fim de semana

Além de 65 servidores do governo de Brasília, participarão 144 delegados — representantes da sociedade civil — eleitos nas pré-conferências que ocorreram de junho a outubro deste ano.
No sábado, os participantes debaterão as cerca de 340 propostas feitas durante as etapas prévias e, no domingo, escolherão 10 de cada eixo
Foram seis encontros prévios, divididos por região e bacia hidrográfica, para ouvir a população sobre questões ambientais e para colher sugestões dentro de seis eixos — clima; biodiversidade e Cerrado; educação ambiental, cidadania e participação; gestão territorial e gestão hídrica; resíduos sólidos, saneamento e saúde; e usos econômicos da água.
Os seis temas serão novamente colocados em pauta no evento do próximo fim de semana. No sábado, os participantes debaterão as cerca de 340 propostas feitas durante as etapas prévias e, no domingo, escolherão 10 de cada eixo.
Essas sugestões integrarão o relatório final da Conferência Distrital do Meio Ambiente, a ser encaminhado aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Além disso, elas servirão de base para a elaboração do Plano Distrital de Proteção do Meio Ambiente.
O secretário adjunto do Meio Ambiente, Carcius Santos, reforça que a conferência distrital é um evento de mobilização e conscientização.
Segundo ele, cerca de 750 pessoas participaram dos encontros preparatórios. Nos debates, foram elencadas diversas possibilidades de ter maior volume e qualidade de água no DF. “Discutimos como evitar novas crises hídricas, como economizar mais água e como recuperar nascentes.”
Tema é em alusão ao Fórum Mundial da Água
A escolha do tema desta edição do evento distrital também é uma forma de preparação para o 8º Fórum Mundial da Água, marcado para 2018 em Brasília.
A Conferência de Meio Ambiente foi criada pelo Decreto nº 12.960, de 1990, que regulamenta a Lei nº 41, de 1989. A última edição ocorreu em 2013 e teve como tema resíduos sólidos
Fonte: Governo de Brasilia

terça-feira, 21 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE

Seminário discute gestão de águas subterrâneas

O evento é organizado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), por meio da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas (CTAS), e tem o apoio do governo da Bahia, Banco Mundial e Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA-Brasil).
O seminário visa difundir noções sobre as águas subterrâneas, apresentar estudos desenvolvidos na esfera da União, divulgar iniciativas em âmbito local e regional e discutir a participação dos estados, comitês de bacia, sociedade civil e usuários na gestão desse recurso, especialmente no que diz respeito aos instrumentos de outorga e planos de bacia.
Deverão participar do evento órgão gestores estaduais de recursos hídricos, comitês de bacia hidrográfica (CBH), representantes da sociedade civil, organizações técnicas e de pesquisas, além de usuários. Eles apresentarão suas experiências, visão e desafios que enfrentam para concretizar a gestão integrada e uso sustentável das águas subterrâneas.
CURSO
Na tarde da terça-feira, das 14h às 18h, será ministrado o minicurso introdutório “Águas subterrâneas e os aquíferos do Brasil: conceitos básicos e ocorrência”, pelo professor Ricardo Hirada, da Universidade de São Paulo (USP). A ideia é apresentar para um público mais diversificado um panorama sobre águas subterrâneas e os principais aquíferos no Brasil.
A sessão de abertura do seminário está marcada para às 9h da quarta-feira. A mesa será composta por representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente da Bahia (Sema/BA); Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (SRHQ/MMA), Conselho Nacional de Recursos Hídricos – Câmara Técnica de Águas Subterrâneas (CNRH/CTAS).
Na ocasião, o ex-presidente da CTAS Everton de Souza dará palestra sobre o tema “Os 20 anos da Lei 9.433/97 e a importância do CNRH/CTAS nas discussões sobre águas subterrâneas e no aprimoramento da legislação”.
Ainda na parte da manhã, haverá palestras sobre “Águas subterrâneas no Plano Nacional de Recursos Hídricos”, com representante da SRHQ/MMA; e “Mapeamento Hidrogeológico” e “Rede de Monitoramento das Águas Subterrâneas no Brasil: Panorama Atual e Planejamento”, ambas com gestores da CPRM (Serviço Geológico do Brasil).
À tarde, representantes da Agência Nacional de Águas (ANA) e CPRM falarão sobre “Aquíferos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco: sistemas aquíferos Urucuia e Carste e as perspectivas da gestão integrada de águas subterrâneas e superficiais” e, na sequência, sobre “Província Hidrogeológica do Amazonas – Cenário Atual do Conhecimento das Águas Subterrâneas da Região Amazônica”.
AQUÍFERO GUARANI
Na quinta-feira (23/11), pela manhã, haverá duas palestras o sobre o aquífero Guarani. A primeira enfocando “Vulnerabilidade Natural e Estratégias de Proteção na área de afloramento”, com representante da ANA, e a segunda sobre estudos nas universidades, com professores da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) de Rio Claro (SP).
Após intervalo, ainda na parte da manhã, será realizada mesa-redonda sobre o tema “A outorga de águas subterrâneas, estágios de implementação e desafios”, que enfocará experiências dos estados de São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Ceará e Pará.
Na parte da tarde, está prevista nova mesa-redonda, desta vez sobre “A abordagem das águas subterrâneas nos Planos de Bacia – Aplicações práticas, com Emílio Prandi, do CBH Paranapanema (SP/PR), Didier Gastmans, do CBH dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (SP) e mais um representante do CBH Salitre (BA).
No final, antes do encerramento, haverá um grande debate com o público presente e representantes da sociedade civil sobre a percepção deles a respeito dos temas discutidos no seminário.
SAIBA MAIS
A Lei nº 9433/1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, também conhecida como Lei das Águas, fez 20 anos em janeiro. É uma legislação específica que define como o Estado brasileiro fará a apropriação e o gerenciamento dos recursos hídricos nacionais. Isso já estava previsto na Constituição Federal de 1988, em seu 21º artigo, inciso XIX, quando se propõe “instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso”.
A Política Nacional de Recursos Hídricos apresenta 57 artigos, divididos em seis seções e quatro títulos. Seu texto sofreu algumas alterações em 2000 e em 2010, essa última pela Lei nº 12.334, acerca da política de barragens no país.
A Câmara Técnica de Águas Subterrâneas (CTAS), do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) está em sua 101º reunião. Na segunda revisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos, a aprovação das prioridades, ações e metas para o período de 2016-2020 (Resolução CNRH nº 181/2016), complementaram e atualizaram o Volume IV – Programas Nacionais do PNRH.
Dentre as prioridades elencadas na resolução, algumas são diretamente relacionadas às águas subterrâneas, tendo a CTAS como interlocutora. Dentre elas, destaca-se a prioridade que propõe a ampliação do conhecimento sobre a quantidade e qualidade das águas superficiais e subterrâneas.
SERVIÇO:
Seminário 20 Anos da Política Nacional de Recursos Hídricos: avanços de desafios na gestão das águas subterrâneas
Data: 21 a 23 de novembro
Local: Instituto Anísio Teixeira (Estrada da Muriço s/n, bairro São Marcos) Salvador (BA)
Fonte: MMA

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE

“Com mais mil agentes, Ibama pode zerar desmatamento na Amazônia”

Na 23ª Conferência do Clima (COP23), em Bonn, na Alemanha, Evaristo apresentou detalhes de ações na Amazônia, falou sobre a violência crescente no campo – com ataques a viaturas do Ibama e prédios e equipamentos do órgão incendiados.
O uso da força para coibir a ilegalidade, o que na linguagem técnica é chamado de “comando e controle”, foi fundamental para a queda de 16% na taxa de desmatamento da Amazônia registrada entre agosto de 2016 e julho deste ano, afirma Evaristo. Mas essa estratégia está no limite, diz.
Após cortes no orçamento no início do ano, o Ministério do Meio Ambiente fez uma realocação de recursos para garantir a continuidade das operações do Ibama na Amazônia. Segundo Evaristo, a proposta de orçamento do Congresso para o ano que vem prevê mais recursos para a pasta.
Evaristo também aguarda autorização para fazer um concurso público. “Com mais mil agentes, eu conseguiria zerar o desmatamento na Amazônia. À força. Zerar na força tem um curso social”, adverte em entrevista à DW Brasil.
DW Brasil: As ações de comando e controle vão a campo dentro de uma estratégia de inteligência?
Luciano Evaristo: Houve a melhoria das ferramentas e tecnologias de monitoramento, das ferramentas de inteligência, de levantamento, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) expurgou os fantasmas e laranjas. Na hora que você cruza Prodes (dados de satélite que indicam onde há desmatamento), com o CAR, você tem crime ambiental qualificado. Você atua, embarga e manda pelo correio a multa, e o cara já recebe a multa com bloqueio de crédito pelos bancos.
Foi assim que inauguramos a operação Controle Remoto, com prioridade para o estado do Mato Grosso e Pará. Já foi feito quase 1 bilhão de reais em multa no sistema de cruzamento.
Com a Operação Carne Fria, pegamos aeronaves e fomos a campo. Identificamos 56 mil bois “esquentados” numa carga só. Eles saiam da área embargada, eram “esquentados” numa propriedade para chegar ao frigorifico. A gente flagrou os frigoríficos, principalmente da JBS. Outra operação Carne Fria está em planejamento.
Vamos apertar mais o cerco da cadeia ilegal, em cima do financiamento dos bancos com cédulas de empréstimos da soja que sai de área embargada, operação direta no campo e ações de força. O que as ações de força estão demonstrando nesse ano é digno de se repensar numa nova forma de barrar o desmatamento na Amazônia.
Com aumento dessas ações e com aumento do orçamento que está previsto no Congresso hoje, temos muita esperança de acabar com o desamamento. Aguardamos uma autorização do governo pra fazer um concurso público, alguns agentes aposentaram. Vamos intensificar as ações nas áreas críticas, nas áreas de ações de presença de inibição direta de crime ambiental com as ações de cunho remoto.
E o poder do garimpo na Amazônia?
O garimpo está acabando com a Amazônia. Não se pode dissociar. A renda do garimpo também financia o desmatamento. O garimpo por si só desmata de uma forma muito agressiva: esburacando, poluindo, destruindo. Além da poluição social – com trabalho escravo, tráfico de droga, tudo o que carrega junto -, a renda da atividade criminosa financia a grilagem.
Como acabar com o desmatamento?
Mantido o orçamento, a gente vai conseguir manter esse patamar. As ferramentas tecnológicas nos dão a segurança de escolher estratégia para conseguir atingir o fim, mas isso não resolve. A taxa ficaria sempre ter perto dos 5 mil km2 (a menor taxa de desmatamento registrada foi de 4,6 mil km2, em 2012).
Eu disse ao ministro: “Com mais mil agentes, eu zero o desmatamento na Amazônia”. À força. Zerar à força tem um custo social. Isso que a gente tem que ter em mente plenamente. É preciso mecanismos de conversão da economia criminosa para uma economia formal.
Se ações desse tipo vierem com o comando e controle ajustado, vamos baixar o desmatamento com sustentabilidade, sem haver o descumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento das Nações Unidas, sem haver fome, sem haver a miséria, num processo de conversão.
Por que é tão difícil reverter essa lógica da ilegalidade?
Ali tem um processo de ocupação que foi surpreendido com as leis ambientais que se fortaleceram. Esse processo de ocupação (da Amazônia) foi se dando com movimento de pessoas de outros estados, com atuação dos grileiros.
O desmatador olha o preço do valor especulativo da terra. Enquanto o comércio da terra estiver valendo, ele vai desmatar, invadir. Como é o crime organizado que opera essa invasão, ele segura nas armas, rouba a madeira, depois vem com fogo, limpa, joga o capim e vai vender essa área. Para maximizar o lucro, o desmatador põe pequenos acampamentos na floresta e submete as pessoas a trabalho escravo.
Quem banca esse crime organizado?
A investigação da Polícia Federal poderá dizer. Sabemos que atrás do ouro está o contrabando. Não se trata de um monte de pequenos garimpeiros tentando sobreviver: são vários garimpeiros que têm um patrão que recolhe o ouro e leva pra fora do país, gera divisas lá fora. E parte do dinheiro desse ouro é usada para comprar parte de terra de desmatamento.
Esse crime organizado, como está sendo atacado de uma maneira muito pesada pelo Ibama, está reagindo. Na cidade de Humaitá , por exemplo, fomos para uma operação planejada para apreender balsas, desmontá-las na marina e frear a ilegalidade. Ocorre que contratamos um rebocador pra puxar as balsas. Os garimpeiros atacaram e queimaram o rebocador e ameaçam matar a tripulação. Nós resgatamos a tripulação do rebocador. Sem meio de levar as balsas para a desmontagem, não tinha outra opção que não fosse a destruição das balsas sob pena de elas continuarem degradando o meio ambiente, despejando mercúrio no rio Madeira e dando continuidade à atividade criminosa. Fizemos a destruição das balsas dentro da lei. Daí o crime organizado resolveu atacar as unidades do Ibama.
O que você sente quando vê uma unidade do Instituto Chico Mendes e do Ibama sendo incendiada em Humaitá? Nos vídeos, eu vi distribuição de cerveja pelo prefeito local, vi o prefeito andando diante da massa, vi policiais militares fotografando a destruição, e não tomando atitude nenhuma de proteção aos prédios públicos. Eu me senti, assim, numa cidade sem lei. Se considerasse aquele pedaço de terra um país, seria um país sem lei, com valores invertidos.
E que relação isso tem com o nosso Congresso, com Brasília?
Não posso apontar relação direta com os parlamentares. Eu consigo apontar, dentro do que a gente enxerga lá no campo, o envolvimento dos políticos locais. Eles são defensores daquela economia que está ligada ao crime. Eles se elegem com ela.
Há uma pressão para tentar mostrar que há um exagero da atividade de repressão do Ibama, mas não há um exagero. O Ibama está adotando a força necessária para conter a criminalidade. Quanto mais a criminalidade fica forte, mais a gente vai ter que agir com mais força.
Na Terra Indígena Caiapó, destruímos 39 equipamentos de alto custo. Os criminosos foram fechar a rodovia protestando pelo direito de continuar a cometer crimes em terras indígenas. Isso é uma inversão de valores inaceitável. O prefeito da cidade foi a Brasília pedir que eu fosse falar com os garimpeiros. Eu disse a ele: “Por mim, eles podem ficar 200 anos naquela rodovia. Se vocês querem resolver o problema da rodovia, vão lá e deem voz de prisão a todos eles que estavam praticando crime dentro de terra indígena.”
Nós, como autarquia responsável ao combate pelos crimes ambientais, olhamos para o Estado brasileiro, para leis de crimes, para a legislação que nos determina a agir. Tem instituições nesse Estado brasileiro que não vão parar de cumprir a legislação. Aconteça o que acontecer. A não ser que mudem a Constituição.
Nós podemos deixar que se envenenem as comunidades indígenas. Estive na BR 163 e peguei um garimpo enorme, o Esperança 4. Para você licenciar uma coisa daquela ali você tinha que ter mil medidas mitigatórias, mil projetos de recomposição. Vi um afluente completamente morto. Sem peixe, sem nada. Era um garimpo licenciado pelo município de Altamira. Coincidência ou não, o secretário do Meio Ambiente da cidade, depois disso, foi assassinato.
Os garimpeiros voltaram depois para a área?
Temos informação de que eles voltaram, os indígenas nos disseram. Teremos que fazer outra operação. O bom dessa história é que descobri que trabalhar com os índios é a melhor coisa que existe para defender a Amazônia. O nosso parceiro são esses caras. Montamos com eles um sistema de acionamento. Eles acionam meu Whatsapp e eu mando a aeronave combater diretamente, na hora que o garimpo entra.
É possível avançar no combate ao desmatamento nesse cenário hostil?
Temos uma falha: somos bons de pancada, e somos ruins de comunicação. Precisamos lançar uma grande campanha em defesa da Amazônia brasileira, que mobilize todo mundo. Porque se você está sentando num lugar e vê que a madeira da mesa é da Amazônia, e diz que não vai tomar café no lugar por que a madeira pode ter vindo do desmatamento ilegal, o dono vai pressionar o fornecedor da madeira. Os elos da cadeia têm que estar conscientizados e pressionar um a outro.
Estou pressionando os frigoríficos para saber a origem do boi. Mas os supermercados precisam pressionar os frigoríficos para que não comprem boi de área de desmatamento. Quando a cadeia de produção se conscientizar, nós vamos atingir a nossa meta de acabar com o desmatamento.
Fonte: Deutsche Welle

domingo, 19 de novembro de 2017

MEIO AMBIENTE

Dez questões sobre a economia da água


Conheça quais foram os dez temas principais debatidos no Fórum da Economia da Ägua que aconteceu na Espanha

Durante o Fórum da Economia da Água, em Barcelona (Espanha), que ocorreu há dois dias, alguns debates importantes remarcaram a importância do diálogo social para garantir o manejo adequado da água.
Sobre a economia da água, dez assuntos estiveram em pauta:
1) Escassez – Existem muitas zonas hidrográficas com baixa reserva de água. Para conseguir uma gestão sustentável, é importante encontrar outras fontes de água para uso como podem ser as águas já utilizadas. Para isso, é necessário avançar nos processos de aproveitamento das águas residuais, tema importante debatido neste ano, no Dia Mundial da Água.
2) Mudança Climática – Gabriel Borràs, da Oficina Catalã de Mudança Climática defendeu a necessidade de um planejamento para o futuro. “A ameaça da mudança climática é pouco considerada nos planos hidrológicos estatais, apesar de ter uma grande influência sobre a demanda”, disse durante o Fórum.
3) Agricultura – A agricultura demanda uma grande quantidade de água, tanto que é o setor que mais utiliza deste recurso hídrico em todo o mundo. A Organização das Nações Unidas (ONU) indicou que quase 70% de toda a água disponível no mundo é usada para irrigação. E alguns países é ainda maior, como por exemplo na Espanha, onde esse índice chega a 85%. Especialistas já avaliaram que há desperdício no setor e que muito pode ser feito pra economizar água.
4) Preço – Borràs ressalta que “os usuários devem pagar pelo custo da água”, diz e deve-se evitar a subvenção estatal para infraestruturas caras e ineficientes. “Não há evidências de avanços na recuperação de custos na agricultura, pecuária, energia e indústria que não estão integradas às redes urbanas”, disse Carlos Gómez, diretor de economia da Universidade de Alcalá de Henares.
5) Consumo – De acordo com Carlos Gómez, não se consome mais água que há alguns anos, na Espanha. Porém, deve-se analisar se a quantidade de água consumida é a necessária e se este consumo não vai comprometer o futuro. Os países devem relacionar o consumo de água com o crescimento econômico, para prever secas em determinados períodos.
6) Recuperar os ecossistemas aquáticos – Uma das orientações principais para o bom manejo da água trata-se da recuperação do bom estado dos rios e aquíferos. Para isso, é importante uma política pública que permita o uso de diversos recursos hídricos para aumentar a eficiência e a reutilização da água na indústria e outros setores.
7) Remedir impactos ambientais – As disputas pelos custos de limpeza da água contaminada pela atividade agrícola, industrial e pecuária revelam cada vez mais que “quem contamina paga”. O Estado deve controlar de forma contínua os impactos provocados pela atividade econômica, analisando os casos de descontaminação por parte das empresas, e evitar que o processo de limpeza das águas contaminadas saia dos cofres públicos.
8) Dessalinização da água – Cerca de 97% da água do mundo provem dos mares. Para aumentar a oferta de água potável, muitas técnicas foram desenvolvidas para a dessalinização para retirar o sal das águas de mares e oceanos. Os especialistas recomendam usar a água dessalinizada quando a disponibilidade de recursos hídricos a longo prazo seja menor do que uma possível demanda futura, ou quando se percebe uma sobre-exploração dos recursos hídricos.
9) Países em Desenvolvimento – A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) recomendou que um preço fixo para o serviço de água poderia resolver todas as carências nos países do Terceiro Mundo (que representa a 670 milhões de pessoas sem acesso melhorado à água ou 2.400 milhões de pessoas sem acesso ao saneamento). Mas o enfoque estava errado. De acordo com Carlos Gómez, “o objetivo não deve ser cobrar mais pela água senão resolver os problemas e garantir o bem-estar das pessoas com recursos disponíveis”.
10) Bom governo – A participação de todos os setores sociais é importante para o manejo da água. Como disse Gonzalo Delacámara, diretor acadêmico do Fórum da Economia da Água, “qualquer crise da água é uma crise de governança” e revela a falta de colaboração entre setores públicos, privados e organizações sociais que devem participar no controle dos recursos hidráulicos.
Os profissionais que se formam com os programas na área ambiental da FUNIBER devem estar atentos às discussões sobre o manejo dos recursos hídricos que possam oferecer formas para garantir a sustentabilidade do desenvolvimento econômico.
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