sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Níveis dos mares podem aumentar muito mais rápido do que se esperava.

OS CUBOS DE GELO” DA ANTÁRTIDA EM FOTO CLICADA PELO ECOLOGISTA PETER CONVEY (FOTO: PETER CONVEY/DIVULGAÇÃO)
Há 125 mil anos, em um breve período entre eras glaciais, a temperatura era apenas um pouco maior que hoje. O nível do mar, no entanto, era entre seis e nove metros mais alto, deixando submersas muitas áreas que hoje conhecemos como terra firme.
Segundo um documento divulgado durante uma reunião da União Geofísica Americana, em Washington, nos Estados Unidos, esse volume de água extra do período Eemiano veio do colapso do manto de gelo no oeste da Antártida. Por ter base abaixo do nível do mar, o aquecimento das águas oceânicas tem forte influência sobre essa parte do manto de gelo, que derrete rapidamente.
O problema é que a temperatura global está cada vez mais próxima da de 125 mil anos atrás. “O grande aumento na perda de massa observado na última década ou duas talvez seja o começo desse processo, e não um acontecimento de curto prazo”, afirmou Jeremy Shakun, paleoclimatologista do Boston College.
Se for assim, o mundo talvez precise se preparar para o aumento nível do mar mais rápido do que o esperado: uma vez que o antigo colapso da camada de gelo começou, as águas oceânicas subiram cerca de 2,5 metros por século.
Durante o Eemiano, a temperatura global era 2°C acima dos níveis pré-industriais (em comparação com 1°C hoje). Os gases de efeito estufa não foram os responsáveis pelo aquecimento, e sim as pequenas mudanças na órbita e no eixo de rotação da Terra. A Antártida era, inclusive, mais fria do que é hoje. O mistério era o que teria causado o aumento do nível do mar, descoberto por meio de fósseis de corais em áreas secas.
A pesquisa
Um grupo de geólogos glaciais da Universidade Estadual de Oregon, também nos Estados Unidos, focou seus esforços de pesquisa no extremo sul do planeta. Os cientistas começaram usando núcleos de sedimentos marinhos ao longo da borda do manto de gelo ocidental. Estudando 29 núcleos, identificaram assinaturas geoquímicas para três diferentes regiões de origem: a montanhosa Península Antártica; a província de Amundsen, perto do mar de Ross; e a área intermediária, ao redor da geleira Pine Island, que é bastante vulnerável ao degelo.
Com essas impressões digitais, a equipe analisou os sedimentos marinhos de um único núcleo, perfurados mais longe no mar de Bellingshausen, a oeste da Península Antártica. Uma corrente estável circula ao longo da plataforma continental da Antártida Ocidental, coletando sedimentos pelo caminho.
A corrente despeja grande parte desse lodo perto do local do núcleo, onde se acumula rapidamente e captura microorganismos com casca chamados foraminíferos, que podem ser datados comparando suas proporções de isótopos de oxigênio com aquelas em núcleos com datas conhecidas. Ao longo de um trecho de 10 metros, o núcleo continha 140 mil anos de sedimentos.
Durante a maior parte desse período, esses sedimentos continham assinaturas geoquímicas de todas as três regiões do leito da Antártica Ocidental, relatou a equipe, sugerindo erosão contínua por gelo. Mas em uma seção datada do início do Eemiano, as impressões digitais se apagaram: primeiro da geleira Pine Island, depois da província de Amundsen.
Suas conclusões, no entanto, ainda são preliminares. A datação não é precisa, significando que a erosão pode ter ocorrido em outra época, e as próprias correntes oceânicas podem ter mudado temporariamente ao longo dos milênios, o que acabaria com toda a hipótese.
Para tirar a prova, um navio parte em janeiro para uma nova rodada de pesquisas com duração de três meses. A ideia é fazer a perfuração de mais cinco núcleos marinhos ao largo da Antártida Ocidental.
O objetivo é que os resultados fiquem prontos antes da conclusão do próximo relatório climático do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Nos relatórios de 2001 e 2007, o colapso da Antártida Ocidental não foi sequer considerado em estimativas do nível do mar no futuro. Suas descobertas podem indicar que, se a temperatura do planeta chegar próxima da que era durante o Eemiano, o nível do mar também acompanhe o aumento, com consequências ainda pouco exploradas pela ciência.
Fonte: Revista Galileu

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Canadá: baleias jubarte perdem status de proteção por causa de oleoduto.

Ambientalistas e a oposição no Canadá denunciaram o governo pela decisão de deixar de considerar as baleias jubarte espécie ameaçada e o acusam de querer facilitar, assim, um controverso projeto de oleoduto.

Alegando basear-se em dados científicos, o governo canadense anunciou no sábado, no jornal oficial, que o mamífero, o maior do planeta depois da baleia azul, será considerado a partir de agora “uma espécie preocupante” e não mais uma “espécie ameaçada”.
Por causa desta distinção, o hábitat do cetáceo deixará de ser protegido por lei.
A decisão foi tomada de forma “incrivelmente rápida”, declarou na terça-feira à AFP Jay Ritchlin, da Fundação David Suzuki, uma das organizações ecologistas mais influentes do país.
Ele considerou “inquietante” que esta modificação tenha ocorrido “no mesmo momento em que se estuda um grande projeto de desenvolvimento”, em alusão ao projeto de oleodutos Northern Gateway.
O principal partido da oposição no Parlamento canadense, o Novo Partido Democrático (NPD, esquerda), acusou o governo conservador de querer “satisfazer seus amigos da indústria petroleira e abrir a porta ao projeto de oleodutos Northern Gateway”.
No jornal oficial, o governo destacou, no entanto, ter agido após a apresentação, em 2011, de um informe realizado por um comitê independente de cientistas, que destacou a existência de “grande abundância da espécie” ao longo da costa do Pacífico canadense.
A baleia jubarte foi oficialmente declarada espécie ameaçada em 2005 por recomendação de um painel de especialistas. Em 2003, um informe independente registrava “umas centenas” de exemplares do cetáceo. O governo estima que atualmente, a população da espécie seja de 18.000 exemplares.
Empreendido pelo grupo canadense Embridge, o projeto Northern Gateway, de 1.200 km, pretende transportar 525.000 barris de petróleo por dia ao longo do litoral pacífico canadense da província de Alberta (oeste) através das Montanhas Rochosas. O duplo oleoduto projetado concluiria sua trajetória ao norte da província da Columbia Britânica, no porto de Kitimat, em uma região desabitada próxima à fronteira com o Alasca.
 (Fonte: Terra)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Por que Japão quer voltar a caçar baleias apesar de proibição internacional.

A caça de baleias com fins comerciais levou algumas espécies quase à extinção
O Japão planeja deixar a Comissão Baleeira Internacional (IWC, na sigla em inglês) e retomar a caça comercial do mamífero, segundo notícias publicadas pela imprensa japonesa.
O governo japonês já teria informado seus parlamentares a respeito da decisão, noticiou a NHK, a maior emissora do país. Não houve confirmação oficial sobre a medida, que está sendo criticada por grupos de ambientalistas.
A caça comercial de baleias foi banida pela IWC em 1986, depois que algumas espécies foram quase extintas.
Por muitos anos, o Japão capturou baleias supostamente com fins científicos – ainda que a carne dos animais mortos sob essa prerrogativa acabasse sendo usada comercialmente -, algo que era amplamente criticado por conservacionistas.
Especula-se que o governo japonês vá argumentar que houve recuperação nos níveis populacionais de certas espécies de baleias como uma justificativa para a retomada da caça.
Autoridades do país dizem que comer baleias é parte da cultura local. Algumas comunidades na costa do Japão caçaram-nas por séculos, mas o consumo só cresceu no país após a Segunda Guerra Mundial, quando os animais eram a principal fonte de carne.
Nas últimas décadas, a procura despencou.

O que se sabe sobre a medida?

Apesar de a mídia japonesa estar noticiando que a decisão já foi tomada, não houve anúncio oficial.
Hideki Moronuki, da Agência de Pesca do Japão, falou à BBC que o Japão estava considerando algumas opções, mas que ainda “não havia chegado a uma decisão”.
Citando uma fonte governamental não identificada, a agência de notícias Kyodo informou que um anúncio formal deve ser realizado nesta semana.
Em setembro, o governo japonês tentou convencer a IWC a permitir a caça comercial de baleias estabelecendo cotas para a captura do animal, mas a proposta foi rejeitada.

Como funciona a proibição à caça comercial de baleias?

Em 1986, os membros da IWC concordaram em estabelecer uma moratória à caça para permitir que o estoque de baleias se recuperasse.
Países que exploram a atividade esperavam que a proibição fosse temporária, até que se chegasse a um consenso sobre o número de baleias que poderia ser capturado para caça.
Em vez disso, o banimento foi praticamente permanente. Nações como Japão, Noruega e Islândia argumentam que a caça a baleias é parte de cultura local e, por isso, deveria ser mantida de forma sustentável.
Hoje, o estoque de animais é cuidadosamente monitorado. Enquanto algumas espécies continuam em perigo, outras não são mais consideradas nessa situação – como a baleia-de-minke, a principal espécie caçada no Japão.

O Japão pode sair do IWC?

Se o Japão quiser sair da organização, deve enviar-lhe uma notificação até o final do ano. Então, poderia se retirar formalmente em 30 de junho de 2019.
Mas, mesmo assim, o país estaria obrigado a cumprir determinadas leis internacionais. A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar obriga países a cooperarem para a conservação das baleias “por meio de organizações internacionais apropriadas para a conservação, gestão e estudo”.
O texto, no entanto, não diz que organizações seriam essas.
O Japão poderia até tentar criar um outro organismo internacional, se conseguisse apoio de um número suficiente de países, ou se juntar a um grupo já existente, como a Comissão de Mamíferos Marinhos do Norte do Atlântico (Nammco), nascida a partir da frustração de alguns membros com a IWC, que reúne a Noruega, Islândia, Groelândia e Ilhas Faroé.

O Japão hoje caça baleias?

Sim, o país tem capturado baleias nos últimos 30 anos como parte de seu programa científico, autorizado pela IWC como uma exceção ao banimento.
Como os animais abatidos com fins científicos podem ter a carne posteriormente vendida, críticos afirmam que a prática é uma espécie de fachada para o que, na realidade, se configura como exploração comercial da caça ao mamífero.
O Japão captura algo entre 200 e 1,2 mil baleias por ano sob a justificativa de que, com isso, está investigando os níveis populacionais dos animais, para verificar se estão ameaçados ou não.

Por que a IWC não aceita os pedidos de flexibilização da regra?

O Japão tem reiteradamente tentado reverter a moratória à caça e costurar um novo acordo que estabeleça cotas para uma caça sustentável.
A última tentativa foi em setembro, em uma reunião realizada em Florianópolis, no Brasil.
O país propôs um pacote de medidas, que incluía a criação de um Comitê para a Caça Sustentável de Baleias e a fixação de cotas sustentáveis de captura para “espécies/níveis abundantes”.
A proposta foi rejeitada em votação. Desde então, tem se falado sobre a possível saída do país da organização para que ele pudesse teoricamente deixar de se submeter às suas regras.
Fonte: BBC

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018


Legado de Chico Mendes sofre maior ameaça em três décadas.

Em todo o país, 86 reservas de uso sustentável foram criadas desde Chico Mendes
Os mesmos 48 seringais que, há quatro décadas, colocaram no mapa do mundo a pequena Xapuri, região amazônica no Acre, continuam ativos. Essas árvores que produzem látex deram evidência a Chico Mendes, que buscava proteção para os seringais, para a Floresta Amazônica e populações que dependiam dela.
“Para nós, hoje, os seringais têm um peso ainda maior. Nesses anos todos, eles trouxeram melhora de vida, proteção ambiental e do território”, afirma Julio Barbosa, da Amoprex (Associação dos Moradores e Produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes em Xapuri).
Barbosa era vice-presidente do sindicato dos trabalhadores rurais quando Chico Mendes, que o chefiava, foi assassinado. O seringalista não resistiu aos tiros de espingarda disparados a mando do fazendeiro Darly Alves em 22 de dezembro de 1988, há 30 anos.
Pouco antes de sua morte, Chico Mendes havia ganhado prêmios internacionais pela ideia que tentava dar vida: a criação de áreas para proteger a floresta e suas populações tradicionais.
Na sequência do assassinato, o governo brasileiro criava as primeiras Reservas Extrativistas (Resex). A que leva o nome de Chico Mendes e fica no território onde ele atuou foi reconhecida em 1990.
Trinta anos depois da morte do ambientalista, o seu maior legado está em risco. “É a maior ameaça de todos os tempos”, avalia Barbosa. “Estamos muito preocupados com essa conjuntura nacional. Não podemos deixar nossas conquistas desapareçam”, pontua ao mencionar o governo Jair Bolsonaro, que critica o número de áreas protegidas dizendo que elas atrapalham o desenvolvimento do país.
Marina Silva, ex-ministra de Meio Ambiente que conviveu com Chico Mendes e participou do processo de criação das reservas, vê um cenário apreensivo: “No momento em que você sinaliza que pode mudar o marco regulatório para que tenha mineração ou para que se possa virar fazendeiro dentro das reservas, os conflitos aumentam”.
As disputas são causadas não apenas por quem quer invadir as terras, mas também por rachas internos, complementa Marina. “É um momento perigoso não só para extrativistas, mas para outras comunidades, como indígenas e quilombolas”.
Dentro dos quase mil hectares da Resex Chico Mendes, mais de duas mil famílias geram renda com o que coletam da mata. Atualmente, o látex é retirado de aproximadamente 60 mil seringueiras, que rendem R$ 1 milhão por ano aos extrativistas, revela Tião Aquino, da Cooperacre (Cooperativa Central de Comercialização do Acre).
Por outro lado, os pastos para pecuária cresceram nas últimas décadas. E o desmatamento também: chega a quase 7% da área.
“O desmatamento ocorre muito perto de uma rodovia, que é o principal eixo do desenvolvimento agropecuário no Acre. Mais para dentro da reserva, isso não acontece”, afirma Cláudio Maretti, diretor de Ações Socioambientais do Icmbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), órgão responsável pela gestão das unidades de conservação no país.
Chico Mendes, morto a tiros de espingarda em 22 de dezembro de 1988
Segundo Julio Barbosa, da Amoprex, a criação de gado é um complemento para as famílias. Mas a pressão para que a floresta seja derrubada aumenta. “Como os fazendeiros já desmataram o que podiam, eles pressionam o seringueiro para desmatar e colocar gado no pasto dentro da Resex”, admite.
Em todo o país, 86 reservas de uso sustentável foram criadas desde Chico Mendes, por demanda das populações locais. A maioria delas, 58, está na Amazônia e as demais, 28, na zona costeira. Estima-se que 70 mil famílias dependam desse modelo.
“As reservas são excelentes para conservar a natureza e preservar o modo de vida que essas populações querem manter. O desmatamento nessas áreas é baixíssimo: 1%”, avalia Maretti. O caso da Chico Mendes, diz ele, foge à regra.
Ainda assim, a gestão esbarra em dificuldades conhecidas. “O número de servidores e o orçamento colocado à disposição é inferior ao necessário”, afirma o representante do Icmbio. “Muitas vezes, há apenas um servidor pra cobrir uma área enorme na Amazônia”.
A situação atual já era prevista por Chico Mendes há décadas, afirma Barbosa. “Ele tinha absoluta certeza de que, se a gente não lutasse pelas florestas, o clima iria mudar, a desigualdade social iria aumentar. É por isso que ele defendia as reservas como forma de manter o equilíbrio. Para ele, valorizar o meio ambiente e a biodiversidade era cuidar das pessoas”.
Por motivos semelhantes aos que motivaram o assassinato de Chico Mendes, 57 ambientalistas foram mortos no Brasil em 2017. O país lidera o ranking internacional, segundo levantamento da ONG Global Witness.
Fonte: Deutsche Welle

sábado, 22 de dezembro de 2018

Japão planeja voltar a caçar baleias comercialmente em 2019.

(FOTO: CREATIVE COMMONS / THREE-SHOTS)
ano de 2019 não deve ser bom para as baleias – pelo menos se depender do Japão. O país, com longa e polêmica tradição de caça desses mamíferos aquáticos, afirmou em um relatório que deve deixar a Comissão Internacional Baleeira (IWC) e retomar a caça comercial.
O Japão informará a IWC de sua decisão até o final do ano, informou a agência de notícias Kyodo, meses depois de o órgão ter rejeitado sua última tentativa de retomar a atividade baleeira comercial.
A Kyodo citou fontes não identificadas do governo dizendo que o Japão abandonaria suas controversas expedições ao Oceano Antártico e, em vez disso, permitiria que as frotas baleeiras operassem em suas águas costeiras e na zona econômica exclusiva (ZEE).
Um oficial da agência de pesca negou o relatório, no entanto, insistindo que não havia sido tomada nenhuma decisão sobre a retirada da IWC, que proibiu a caça comercial em 1986. “A posição oficial do Japão, de que queremos retomar a caça comercial o mais rápido possível, não mudou”, disse a autoridade ao jornal The Guardian. “Os relatórios que deixaremos o IWC estão incorretos.”
A ministra do Meio Ambiente da Austrália, Melissa Price, se manifestou contra a possibilidade. Ela se opõe a “todas as formas de caça comercial e científica”, acrescentando: “Embora nós prefiramos fortemente que o Japão continue sendo parte da convenção e membro da comissão, a decisão de retirar-se é uma questão para o próprio país”.
A Agência France-Presse citou uma autoridade japonesa dizendo que a agência estava “considerando todas as opções”, incluindo a possível retirada da comissão de 89 membros. Um funcionário do Ministério das Relações Exteriores confirmou que “todas as opções estão na mesa, mas nada formal foi decidido ainda”.
Conservacionistas gostaram do possível fim da caça às baleias no Oceano Antártico, mas com ressalvas. “Gostaríamos de celebrar de todo o coração o fim da caça ao baleia no Oceano Antártico, mas se o Japão deixar a Comissão Baleeira Internacional e continuar matando baleias no Pacífico Norte, estará operando completamente fora dos limites da lei internacional”, disse Nicola Beynon, chefe de campanhas na Humane Society International na Austrália. “Este é o caminho de uma nação baleeira pirata, com uma desconsideração desconcertante pelo domínio internacional.”
Comissão
Não é de hoje que o Japão ameaça abandonar a IWC, argumentando que a moratória deveria ser uma medida temporária e acusando a organização de abandonar seu propósito original – administrar o uso sustentável dos estoques globais de baleias. Autoridades japonesas afirmam que populações de certos tipos de baleias – como o minke – se recuperaram o suficiente para permitir a retomada da caça “sustentável”.
Na reunião da IWC, que aconteceu em setembro em Florianópolis, Brasil, nações anti-baleeiras lideradas pela Austrália, a União Européia e os EUA votaram contra uma proposta japonesa de mudar o processo de tomada de decisão – uma medida que tornaria mais fácil para o Japão garantir votos suficientes para acabar com a proibição comercial da caça às baleias.
A derrota levou o comissário do Japão na IWC, Joji Morishita, a alertar que as diferenças do país com os países anti-caça às baleias eram “muito claras” e que planejaria seu “próximo passo”.
O Japão tem sido capaz de usar uma cláusula na moratória da IWC, permitindo-lhe conduzir caçadas de “pesquisa” todos os anos e vender carne de baleia no mercado aberto, embora o consumo tenha despencado nas últimas décadas.
O país enfrentou críticas no começo deste ano, depois de informar que sua frota baleeira havia matado 122 baleias grávidas durante sua busca anual de pesquisas no Oceano Antártico, no inverno passado. Das 333 baleias-anãs capturadas durante a expedição de quatro meses, 181 eram do sexo feminino.
Em 2014, um tribunal internacional de justiça ordenou ao Japão que suspendesse suas caçadas anuais no Oceano Antártico depois de concluir que não eram, como alegaram autoridades japonesas, conduzidas para pesquisa científica. Mas o Japão retomou a caça à baleia na região dois anos depois, sob um programa reformulado que incluiu a redução de sua cota de capturas em cerca de dois terços.
Fonte: Revista Galileu

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Proliferação de emas preocupa fazendeiros alemães.

Emas alemãs descendem de casais que escaparam de uma fazenda de carnes exóticas em Lübeck
Nesta semana, cooperativas de agricultores anunciaram que “pássaros gigantes sul-americanos não voadores” estão causando caos no norte da Alemanha.
Um censo no segundo semestre deste ano da única população selvagem de emas da Europa, na fronteira entre os estados alemães de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Schleswig-Holstein, constatou que seu número aumentou de 205 para 566 pássaros, de acordo com o Ministério da Agricultura.
A explosão populacional das emas aconteceu apesar dos esforços de controle populacional na Reserva da Biosfera de Schaalsee.
Quase 300 das aves contadas nasceram neste ano, possivelmente devido ao verão excepcionalmente quente e seco.
Parentes do avestruz, as emas podem crescer até 1,7 metro de altura e podem pesar até 40 quilos. Os fazendeiros não gostam desses pássaros gigantes pois eles estão devorando as suas plantações de colza e cereais.
O sindicato dos agricultores locais alega que as aves causam dezenas de milhares de euros de prejuízos às fazendas a cada ano. Eles também passeiam ocasionalmente sobre as autoestradas, causando dores de cabeça para passageiros e condutores.
A população alemã de emas descende de alguns casais reprodutores que escaparam de uma fazenda de carnes exóticas perto de Lübeck, no final dos anos 1990 e início dos anos 2000.
Elas migraram para Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde encontraram um refúgio e prosperaram nos extensos campos e prados da Reserva da Biosfera de Schaalsee, que está na lista da Unesco.
Agentes responsáveis pela vida selvagem têm controlado a população, perfurando os ovos de ema e cobrindo-os com cera, mas a campanha parece estar perdendo eficácia.
Os agricultores têm pressionado o governo para expandir seus esforços e permitir que os machos sejam caçados. As autoridades estaduais concordaram em investigar métodos alternativos de controle populacional.
No entanto, esses chamados “neozoas” (espécies introduzidas) não são listados como espécies invasoras, pois não causam danos à fauna e flora nativas, dificultando os esforços de erradicação.
Fonte: Deutsche Welle

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Lítio, “ouro branco” e esperança da Bolívia.

Brancura preciosa no país andino
O futuro da Bolívia é branco e salgado. Ele jaz sob um lago seco de 10 mil quilômetros quadrados, o Salar de Uyuni. O engenheiro Juan Montenegro bate na crosta de sal e diz: “Aqui começa a época industrial do nosso país.”
Ele se refere ao lítio, uma matéria-prima que atualmente interessa a firmas de todo o mundo. O local pode abrigar até 10 milhões de toneladas do metal alcalino, a maior reserva do mundo. Ele é um componente central das baterias de relógio e indispensável para um futuro provavelmente movido a eletricidade.
Sem baterias recarregáveis de íon-lítio, nada de telefone celular, bicicleta elétrica e, naturalmente, nada de carro elétrico. Michael Schmidt, da Agência Alemã de Matérias-Primas, estima que a demanda global alcançará 111 mil toneladas ate 2025, em comparação com apenas 33 mil toneladas em 2015.
Ao governo de esquerda de Evo Morales não escapou o tesouro que jaz sobre o pobre Estado andino. Atualmente, uma tonelada de lítio está cotada em 16 mil dólares, e o preço vem subindo de ano para ano. Investidores da China, Estados Unidos e Rússia fazem fila, mas a Bolívia mantém suas portas fechadas.
“Não queremos uma segunda Potosí”, afirma Juan Montenegro, que Morales nomeou chefe da empresa estatal Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB). Ele se refere a uma velha cidade mineira, a mais de duas horas de carro do deserto salino.
Ao longo de séculos, os colonizadores espanhóis extraíram ali tanta prata que, diz-se, teria sido possível construir uma ponte da Europa até a América do Sul. Milhões morreram nas atividades de mineração, até hoje crianças procuram restos pelos túneis. No centro de Potosí uma exposição fotográfica junta donativos para que elas possam ir à escola.
Essa história não deve se repetir em Uyuni. Quem queira extrair lítio aqui, deve se ater às condições de La Paz, mantendo no local os empregos e a agregação de valor.
Não se trata apenas de ser fornecedores de matéria-prima, afirma Montenegro: a meta é produzir baterias made in Bolivia. Os pacotes de baterias recarregáveis improvisadamente embalados com fita adesiva, que os cientistas trouxeram de La Paz, são prova de quanto falta até alcançar essa meta.
Joint venture com firmas alemãs
É um dia seco e frio em Uyuni, a YLB comemora seu primeiro aniversário de fundação. A banda militar se apresenta, escolares dançam em trajes andinos, e a prefeita louva as “perspectivas de emprego” graças ao lítio.
E há mesmo o que festejar: está prometido para Uyuni um investimento bilionário vindo da Alemanha. A empresa de energia sustentável ACI Systems, de Baden-Württemberg, e a turíngia K-Utec, de tecnologia de sais, ganharam a concorrência para o megaprojeto.
Dada a partida oficial, nesta quarta-feira (12/12), uma joint venture teuto-boliviana extrairá sulfato de lítio do Salar em escala industrial, calculam-se 25 mil toneladas da preciosa matéria prima por ano. A partir dela se produzirá carbonato de lítio, a alma das baterias recarregáveis.
Até agora só há uma pequena central-piloto no deserto de sal. O caminho até lá passa pelo lugarejo de Colchani. Quando acabam as casas, a pista se perde no branco infinito. Chegando finalmente à pequena fábrica, soldados vigiam a entrada.
Dentro, o operário Jorge Macías afirma que consegue viver bem do lítio: seu salário equivale a 600 euros, o que é relativamente muito na Bolívia. Depois de três semanas trabalhando direto, ele já sente falta da mulher e dos filhos, maas está convencido: “Finalmente, nós mesmos, bolivianos, estamos nos beneficiando das riquezas da terra.”
O diretor geral da ACI Systems, Wolfgang Schmutz, vê a situação de forma surpreendentemente semelhante: “A coisa toda é um projeto de igual para igual. Decisiva para o nosso trabalho aqui foi a confiança dos bolivianos, que contam com um desenvolvimento sério e sustentável no Salar.”
Agora se busca na Alemanha quem esteja disposto a passar alguns meses na Bolívia, revela Schmutz: justamente no setor de técnica de baterias ainda falta muito know-how aos sul-americanos.
Um outro fator se interpõe no caminho dos bolivianos à era industrial: o país não tem acesso ao mar, as exportações têm que ser transportadas pela cadeia andina até o porto chileno de Antofagasta, para cuja utilização Santiago exige altas taxas. Isso também deverá encarecer as baterias bolivianas. Em outubro o país perdeu uma causa contra o Chile no Tribunal Internacional de Justiça.
Em Uyuni, porém, as esperanças permanecem altas. No momento, os mochileiros são a única fonte de verbas para a desolada região: o deserto de sal é uma cenário apreciado para fotos do Instagram. Mas em geral os turistas só permanecem por poucos dias.
“Para os agricultores da região, a única outra fonte de renda é a criação de lhamas”, comenta a prefeita Carmen Gutiérrez. Ela espera que o lítio vá finalmente lhes trazer prosperidade – uma prosperidade que nenhuma potência colonial será capaz de tomar.
Fonte: Deutsche Welle

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Cientistas desenvolvem vacina para salvar as populações de abelhas.

(FOTO: WIKIMEDIA COMMONS)
São muitos os perigos para as abelhas nos dias de hoje. Agrotóxicos, doenças e até estresse estão ligados ao colapso de colmwias dos polinizadores fundamentais para a produção de alimentos em todo o mundo. Enquanto diversos estudos apontam para o declínio das populações de abelhas, Dalial Freitak e Heli Salmela, da Universidade de Helsinque, buscam formas de salvá-las.
Trabalhado com insetos e o sistema imunológico ao longo de sua carreira, começando com mariposas, Freitak notou que, se a geração dos pais é exposta a certas bactérias através de sua comida, suas crias mostram respostas imunes elevadas.
Acontece que, diferente dos mamíferos, os insetos não tem nenhum sistema de memória imunológica, como os anticorpos, e a pesquisadora não entendia direito como o processo acontecia.
Foi então que, já na Universidade de Helsinque Dalial Freitak encontrou Salmela, que trabalhava com a vitelogenina, uma proteína que dá origem a formação da gema do ovo e tem ligação direta com o desenvolvimento das abelhas. Os cientistas descobriram que quando as abelhas rainhas comiam algo que causasse doenças, a vitelogenina era ativada e transmitia informações de respostas imunes futuras aos ovos da rainha, realizando a imunização.
“Agora descobrimos o mecanismo para mostrar que você pode realmente vacinar as abelhas. Você pode transferir um sinal de uma geração para outra”, afirmou Freitak.
Os pesquisadores planejam agora desenvolver uma vacina contra a loque americana, uma doença bacteriana que é a mais difundida e destrutiva entre as crias de abelhas. “Nós já iniciamos testes iniciais. O plano é ser capaz de vacinar contra qualquer micróbio”, afirma Freitak.
“Precisamos ajudar as abelhas. Mesmo um pouco teria um grande efeito na escala global. Claro, as abelhas também têm muitos outros problemas: pesticidas, perda de habitat e assim por diante, mas doenças surgem juntas com esses problemas de qualidade de vida”, continuou a pesquisadora.
“Se pudermos ajudar as abelhas a serem mais saudáveis ​​e se pudermos salvar até mesmo uma pequena parte da população de abelhas com essa invenção, acho que fizemos nossa boa ação e salvamos um pouco o mundo.”
Fonte: Revista Galileu

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Hikvision e Green River unem forças para proteger a população ameaçada de gansos indianos.

A Hikvision, fornecedora líder mundial de soluções e produtos de segurança inovadores, está fazendo uma parceria com a Green River, uma ONG localizada na China que promove e organiza atividades de proteção ambiental para proteger o ganso indiano, uma das aves que voam mais alto do mundo.

A fonte do Rio Yangtze e do Lago Bender na China Ocidental é um habitat natural de altitude alta do ganso indiano selvagem. Embora esta área seja uma “terra de ninguém” a 4.700 metros acima do nível do mar, ela serve como refúgio para espécies raras de animais. O número de gansos indianos desta área, ameaçados por caçadores clandestinos e ladrões de seus ovos, chegou a baixar para cerca de 1.000. Em 2012, a Green River lançou seu programa para monitorar e proteger o ganso indiano, com contínuo monitoramento e proteção das aves e do meio ambiente local.
No início deste ano, a Green River começou a usar câmeras de segurança Hikvision para monitorar e proteger os gansos indianos. Foram criadas dezenas de pontos de observação de aves para instalar uma solução de monitoramento 24/7 para todos os climas na área selvagem de alta altitude. A Hikvision forneceu a tecnologia de vídeo que reduz a necessidade de patrulha manual convencional, bem como o impacto negativo associado às atividades humanas nos habitats das aves. A Green River usa equipamento Hikvision de vídeo de alta definição a fim de transmitir ao vivo para o público online, aumentando a conscientização sobre a necessidade de proteger todos os tipos de animais selvagens, incluindo o ganso indiano.
Em 6 de dezembro de 2018, a Green River e a Hikvision assinaram um Memorando de Entendimento (MdE) para continuar com a parceria em 2019. A Hikvision desenvolverá câmeras de vídeo personalizadas para serem usadas em habitats de alta altitude do ganso indiano. A empresa continuará a apoiar a Green River usando processamento de imagem, tecnologia de armazenamento e transmissão de dados avançados para garantir que a organização possa eficientemente coletar e processar dados sobre a fauna selvagem. Tudo isso serve para proteger a biodiversidade e a sustentabilidade da região de origem do Rio Yangtze.
“O bem-estar público e a proteção ambiental estão se beneficiando da adoção de alta tecnologia em todo o mundo. Em particular, a tecnologia de vídeo ajuda imensamente os esforços de proteção da vida selvagem. A Hikvision tem os recursos e a vontade de ajudar”, disse Yang Xin, fundador e presidente da Green River. “A assinatura deste MdE é apenas o começo. No futuro, vamos colaborar para promover a pesquisa e a conservação, e usaremos novas tecnologias para desvendar a beleza da biodiversidade”.
A Hikvision é mais conhecida como fornecedora de equipamentos de segurança que são usados para proteger empresas, comunidades e famílias. No entanto, como evidenciado em sua parceria com a Green River, os equipamentos de segurança da Hikvision também podem ser usados para proteger a natureza. Observando que a tecnologia de vídeo da Hikvision tem sido usada em diversos projetos de proteção ambiental, Cai Changyang, vice-presidente sênior da Hikvision, disse que a empresa está feliz em promover a conservação e a proteção ambiental.
“Nos últimos anos, a Hikvision ganhou valiosa experiência e conhecimento técnico sobre proteção ambiental com a tecnologia de vídeo. Já participamos de programas de proteção de pandas e tigres siberianos, e agora de gansos indianos. Mas ainda há um longo caminho a percorrer”, disse Cai Changyang. “E vamos continuar a explorar novas tecnologias no futuro para dar nossa contribuição para o desenvolvimento sustentável do mundo”.
Assista ao vídeo sobre proteção do ganso indiano chamado de “Let the world see more hope of life” (Deixe o mundo ver mais esperança de vida).
Sobre a Hikvision
A Hikvision é líder mundial no fornecimento de produtos e soluções de segurança inovadores. Com a mais importante força de trabalho em P&D do setor, a Hikvision desenvolve as principais tecnologias de codificação de áudio e vídeo, processamento de imagens de vídeo e armazenamento de dados relacionados, além de tecnologias voltadas para o futuro, como computação em nuvem, big data e aprendizado profundo. Além do setor de vigilância por vídeo, a Hikvision amplia seu alcance para as indústrias de tecnologia residencial inteligente, automação industrial e eletrônica automotiva para realizar sua missão de longo prazo. Sempre agregando valor para seus clientes, a Hikvision opera 38 subsidiárias regionais no mundo todo para alcançar uma presença verdadeiramente global.
Fonte: Hikvision Digital Technology

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Ibama proíbe exploração de petróleo em região dos corais da Amazônia.

Localizado primeiramente na costa norte do Brasil, Corais da Amazônia se estendem até Guiana Francesa
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovais (Ibama) negou nesta sexta-feira (07/12) a licença ambiental para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas pela petroleira francesa Total.
Segundo a decisão, assinada por Suely Araújo, presidente do Ibama, o pedido foi indeferido “em razão de um conjunto de problemas técnicos identificados ao longo do processo de licenciamento”.
O pedido estava em andamento desde 2014. Em agosto, o Ibama solicitou, pela terceira vez, complementos ao estudo ambiental e alertou que, caso a Total não conseguisse novamente esclarecer as questões, o processo de licenciamento seria arquivado.
Em nota, o Ibama apontou a existência de “profundas incertezas relacionadas ao Plano de Emergência Individual (PEI) do empreendimento, agravadas pela possibilidade de vazamento de óleo
afetar os recifes biogênicos presentes na região e a biodiversidade marinha de forma mais ampla”.
Em abril, um artigo publicado na revista científica Frontiers in Marine Science por pesquisadores brasileiros afirmou que o local abriga um recife que pode chegar a 56 mil quilômetros quadrados – uma área submersa maior que o estado do Rio de Janeiro.
O local seria refúgio de mais de 40 espécies de corais, 60 de esponjas, 70 espécies de peixes, lagostas, estrelas-do-mar, além de peixes que já desapareceram da costa brasileira, como o mero.
“As pesquisas com o material que coletamos continuam em andamento”, afirmou à DW Brasil o pesquisador Fabiano Thompson, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que participou de uma expedição científica em abril e um dos autores do estudo.
Em 2016, pesquisadores surpreenderam o mundo da ciência ao revelar a presença de recifes na região da Foz do Amazonas. A faixa de recifes está localizada entre 70 e 220 metros de profundidade na costa ao longo dos estados do Maranhão, Pará e Amapá. Até então, livros diziam que corais não cresciam perto da foz de grandes rios, onde a água doce chega ao mar carregada de lama, é mais escura e impede a entrada a luz – fonte usada pelos recifes para produzir alimento.
Os blocos para exploração de petróleo foram adquiridos em 2013, num leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Estima-se que a região da Bacia da Foz do Amazonas armazene até 14 bilhões de barris de petróleo.
Segundo o Ibama, outras incertezas foram identificadas pela equipe técnica no pedido de licenciamento. O órgão afirmou que todas as oportunidades foram dadas a Total para que  esclarecesse os problemas técnicos apontados durante o processo.
Michel Mahiques, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e um dos autores do estudo de 2016, saudou a decisão do Ibama.
“Antes de se tomar alguma decisão de perfurar, é importante aprofundar o conhecimento desses recifes. Existem alguns aspectos que são fundamentais, como a conectividade das espécies do Caribe com América do Sul, espécies de interesse comercial e até novas”, ressaltou Mahiques. Sua equipe pesquisa agora como esses recifes evoluíram sob o ponto de vista geológico e o tipo de material sobre o qual eles cresceram.
“Foi uma vitória das comunidades do Amapá, que seriam ameaçadas pelo derramamento de petróleo, das mais de 2 milhões de pessoas que assinaram a petição contra a Total”, comentou Thiago Almeida, porta-voz do Greenpeace, que conduziu uma campanha internacional para proteção do sistema recifal.
Fonte: Deutsche Welle