sábado, 25 de janeiro de 2020

O pássaro mais barulhento do mundo é tão ensurdecedor quanto um trovão

Você conhece a araponga-da-amazônia? Caso a resposta seja não, apenas te aconselhamos a não chegar muito perto dela.
Esse pássaro é, de acordo com um novo estudo realizado por Jeffrey Podos, da Universidade de Massachusetts (EUA) e Mario Cohn-Haft, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Brasil), o mais barulhento do mundo.
O recorde anterior pertencia ao cri-crió com seus 116 decibéis, não páreos para os 125,4 decibéis da araponga, o que é mais alto que um show de rock e apenas um pouco mais baixo que um tiro. Basicamente um trovão.

Acasalamento

Por que a tal da araponga berra tão alto? Por que outro motivo seria, se não para o objetivo maior de cada espécie viva deste planeta? Atrair fêmeas.
Não tenho a menor ideia do porquê isso funciona, no entanto – aparentemente, os machos berram cada vez mais alto quanto mais perto as fêmeas estão deles, o que é diferente do comportamento da maioria das aves, que costumam utilizar sua força vocal para longas distâncias.
Glória amada, esse truque evolutivo não colou com a espécie humana – quem iria querer um macho berrando mais alto que o vocalista do Mettalica a menos de quatro metros da sua cara?
Como bem observaram os pesquisadores, a essa distância, as arapongas fêmeas podem prejudicar sua própria audição, de forma que é um verdadeiro mistério o fato de elas permanecerem por perto.
“Enquanto assistíamos aos pássaros, tivemos a sorte de ver as fêmeas se juntarem aos machos em seus poleiros”, Podos explicou em um comunicado à imprensa. “Nesses casos, vimos que os machos cantam apenas as músicas mais altas. Além disso, eles giram dramaticamente durante essas músicas, de modo a tocar a nota final da música diretamente para as fêmeas”.
É, meus caros. Tem gosto para tudo.
O estudo foi publicado na revista científica Current Biology. [Cnet]
Fonte: Hypescience

Brasil adianta ponteiros do Relógio do Juízo Final

O Relógio do Juízo Final teve seus ponteiros ajustados nesta quinta-feira (23/01) para a marca de apenas 100 segundos para a meia-noite, simbolizando o maior perigo para humanidade registrado desde criação do dispositivo em 1947.
O Brasil foi citado pela primeira vez como um dos causadores do aumento do nível de perigo em razão das políticas ambientais do governo e do desmantelamento da proteção à Amazônia.
O avanço dos ponteiros foi decidido pelo Boletim de Cientistas Atômicos, um painel internacional de especialistas que controla o dispositivo e conta com a participação de 13 vencedores do prêmio Nobel.
Outros fatores levados em conta foram o aumento das tensões internacionais, a maior utilização de tecnologias destrutivas, a militarização do espaço e o desenvolvimento de novas armas supersônicas, além do risco de uma nova corrida nuclear.
“Passamos a contar em segundos o quanto estamos próximos de uma catástrofe, não em horas ou minutos”, disse Rachel Bronson, presidente do organismo. O Relógio do Juízo Final foi inicialmente criado para medir os riscos de uma catástrofe nuclear, mas desde 2007 passou a incluir também as mudanças no clima do planeta e seus efeitos.
“No ano passado, alguns países agiram para combater as mudanças climáticas enquanto outros, incluindo os Estados Unidos, que deixaram o acordo de Paris, e o Brasil, que desmantelou políticas de proteção à floresta amazônica, deram vários passos para trás”, afirma um comunicado do Boletim.
Entre as causas de preocupação, os cientistas destacaram o fracasso da Conferência do Clima em Madrid, o aumento as emissões de CO2 e incêndios de grandes proporções ocorridos “desde o Ártico até a Austrália”.
No ano passado, o aumento das queimadas na Amazônia gerou comoção internacional e fez com que o Brasil se tornasse alvo de pesadas críticas de governos e organizações ambientalistas em todo o mundo.
Em 2019, em torno de 10 mil quilômetros quadrados de floresta foram devastados no Brasil. O desmatamento na Amazônia cresceu 85,3% em comparação com 2018, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O Brasil abriga 60% da Floresta Amazônica, que é um regulador chave para os sistemas vivos do planeta e também para o índice de chuvas no país. Suas árvores absorvem cerca de 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano e liberam 20% do oxigênio do planeta.
Depois de ter sido considerado uma história de sucesso ambiental, o Brasil vem perdendo prestígio, principalmente desde a eleição de Jair Bolsonaro à presidência. Ele já declarou várias vezes a intenção de explorar a floresta amazônica, ameaçando reservas naturais e terras indígenas, e chegou a negar a existência das mudanças climáticas.
Devido ao discurso do presidente e à agenda ambiental do governo, especialistas temem que o desmatamento no Brasil atinja níveis alarmantes nos próximos anos.
O Relógio do Juízo Final foi inicialmente acertado em sete minutos para a meia noite. A pior marca até agora – dois minutos para a meia-noite – havia sido registrada nos anos de 2018 e 2019.
Segundo o dispositivo, o mais longe que a humanidade já esteve de uma catástrofe foi em 1991 com o fim da Guerra Fria, quando o relógio marcou 17 minutos para o fim dos tempos. 
Fonte: Deutsche Welle

“Ricos com influência são os que mais desmatam a Amazônia”

Para o cientista Paulo Artaxo, que pesquisa a Amazônia desde 1984, não há dúvida: a recente fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a pobreza é a maior inimiga do meio ambiente está equivocada.
“A maior parte do desmatamento é feita por empresas e pessoas ricas que detêm o poder na região, têm muita influência no Judiciário e no Poder Executivo. Elas simplesmente fazem invasões de terras públicas, e o Ministério Público e a polícia não vão atrás”, afirma.
Doutor em física atmosférica pela USP, membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) desde 2003 e um dos cientistas mais citados no mundo segundo a Highly Cited Researchers, Artaxo falou com a DW Brasil sobre a gestão do presidente Jair Bolsonaro em relação ao meio ambiente e as ações mais recentes nesse sentido.
Nesta terça-feira (21/01), o presidente anunciou a criação do Conselho da Amazônia e de uma Força Nacional Ambiental, com o intuito, segundo ele, de preservar e combater o desmatamento. A taxa de desmatamento da Floresta Amazônica cresceu, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 29,54% entre agosto de 2018 e julho de 2019, ante o período imediatamente anterior.
DW Brasil: O presidente Jair Bolsonaro anunciou a criação de um Conselho da Amazônia, que a princípio vai coordenar os trabalhos relativos à floresta em diversos ministérios. Como o senhor vê essa iniciativa?
Paulo Artaxo: Depende de quem vai ser membro deste conselho, que autonomia política esse conselho vai ter para implementar políticas de preservação da Amazônia. Pode ser um conselho que incentive a ocupação de terras indígenas, que incentive o aumento de áreas de mineração em terras indígenas, que são as mais preservadas da Amazônia. É impossível saber se o papel vai ser negativo no desenvolvimento da Amazônia ou positivo, vai depender da autonomia de quem vai participar desse conselho.
Também foi anunciada a criação de uma Força Nacional Ambiental, ressuscitando uma iniciativa que se tentou implantar no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um efetivo militar seria eficaz no combate à destruição da floresta? Não faria mais sentido fortalecer o trabalho de fiscalização do Ibama, por exemplo?
Já está mais que demonstrado que se você faz um forte trabalho de fiscalização, de monitoramento, coloca a Polícia Federal para combater crimes na Amazônia, já que de 80% a 90% do desmatamento é criminoso, se você coloca o Exército, e dá autonomia para o Exército e para a PF fazer com que a lei seja cumprida na Amazônia, você vai conseguir reduzir o desmatamento em 90%, como na verdade ocorreu quando o Brasil reduziu de 2002, quando desmatava 28 mil quilômetros quadrados, para 2012, quando caiu para 4 mil somente. Hoje tá em 9.750 quilômetros quadrados. É possível reduzir desmatamento? É. Não custa muito dinheiro, na verdade não há maneira mais barata de reduzir a emissão de gases do efeito estufa do que reduzindo desmatamento. E pode ser feito de uma maneira muito rápida. Agora, é preciso que haja interesse político do governo, do Judiciário, do Ministério Público, do Ibama. Tem que fortalecer os órgãos fiscalizadores do Ibama, e com isso o Brasil conseguiria reduzir o desmatamento a praticamente zero.
Como o senhor avalia o que foi feito no último ano na gestão Bolsonaro em relação ao meio ambiente?
Os órgãos que fiscalizam foram todos enfraquecidos, sem orçamento, sem contratação de pessoal – por exemplo, o Prevfogo, que é uma ferramenta fundamental do Ibama na prevenção de queimadas na Amazônia. Foi muito eficiente na redução do desmatamento da Amazônia no governo Lula, e hoje foi totalmente desmantelado. Isso vai ter que ser refeito. Mas, para isso, é preciso que o Ministério [do Meio Ambiente] tenha uma orientação clara, forte e firme, tanto da sociedade quanto do governo, de que nós vamos trabalhar para reduzir o desmatamento a zero na Amazônia. É possível, não custa muito dinheiro, precisa somente de vontade política.
Olhando para nossa história, que políticas foram mais efetivas no combate ao desmatamento na Amazônia e quais foram mais desastrosas?
As políticas mais eficientes já são muito conhecidas hoje no Brasil. O Brasil é o país de maior sucesso na redução de desmatamento no mundo todo, nas décadas de 1990 e 2000. O Brasil sabe como fazer isso, funciona e custa muito pouco. A primeira delas é a implantação completa e fazer valer o chamado cadastro ambiental rural. Então, você vai poder monitorar por satélite e emitir multas para empresas que estão desrespeitando a lei, e para os indivíduos que estão desrespeitando a lei. As demais, que se tratam de invasões de terras públicas, aí é uma questão de polícia, porque é crime ambiental. Então, a Polícia Federal e o Exército têm que coibir esses crimes, porque, afinal, a lei tem que valer alguma coisa no nosso país.
E o que foi mais desastroso em termos de políticas para a Amazônia?
O que deu mais errado foi, na verdade, o incentivo a um processo de ocupação desordenado, sem qualquer planejamento e sem qualquer preocupação com a sustentabilidade ambiental do processo de ocupação da Amazônia. Hoje, o Brasil tem uma ciência muito forte, desenvolvida pela Embrapa, pelos institutos da Amazônia, pelas universidades, sobre como fazer o processo de ocupação da Amazônia ter o mínimo de dano ambiental. Isso é possível, temos exemplos muito fortes, inclusive financiados pelo Fundo Amazônia, de muito sucesso, de várias ONGs, como o ISA (Instituto Socioambiental), o Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), e assim por diante. Então, o Brasil tem o conhecimento científico necessário para implantar políticas públicas para a Amazônia. Agora, é necessário ter vontade política para implementar esse conhecimento científico. 
Quem são os maiores responsáveis pelo desmatamento ilegal na Amazônia? Nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em Davos que as pessoas destroem o meio ambiente porque têm fome.
Obviamente, esse argumento é totalmente falho e errado porque a grande maioria do desmatamento não é feita pela população faminta da Amazônia. A maior parte do desmatamento é feita por empresas e pessoas ricas que detêm o poder na região, têm muita influência no Judiciário e no Poder Executivo e que simplesmente fazem invasões de terras públicas, e o Ministério Público e a polícia não vão atrás. Não são os pobres que desmatam a Amazônia. Na verdade, são empresas muito ricas e que têm uma taxa de lucros imensa. Esse discurso é totalmente falso.
Em dezembro, o presidente Bolsonaro falou em enviar um projeto para autorizar mineração e criação de gado em terras indígenas. Qual sua avaliação sobre uma medida como essa?
Bom, não precisa nem ser cientista para responder. As áreas mais preservadas na Amazônia são as áreas indígenas. Porque os índios, ao longo dos milênios ocupando a Amazônia, sabem como fazer o desenvolvimento sustentável da região. As áreas mais bem preservadas são as áreas indígenas, e são protegidas pela Constituição brasileira – é importante salientar isso. Ao tentar abrir para o garimpo e para a exploração agropecuária territórios que hoje são os mais preservados da Amazônia, primeiro você está fomentando atividades ilegais, segundo, você está indicando que vai aumentar a invasão de terras públicas, de terras indígenas.
No ano passado, alguns líderes, como a chanceler federal alemã, Angela Merkel, se pronunciaram a respeito da Amazônia. Que atores hoje têm poder para pressionar, nacional e internacionalmente, o Brasil a preservar a floresta?
A questão das commodities é muito importante, é uma fração importante do PIB brasileiro, e evidentemente pressões, por exemplo, para que atores internacionais não comprem carne advinda de áreas de desmatamento nos últimos dez ou 20 anos podem ser muito efetivas. Por exemplo, não comprar soja de áreas desmatadas nos últimos 20 anos. Isso faz com que o ganho de novas áreas a serem desmatadas diminua bastante, já que você vai ter limitado o seu poder de exploração econômica sobre aquelas áreas. Então, as sanções econômicas são sim uma ferramenta de combate ao desmatamento.
Fonte: Deutsche Welle

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Espanha declara “emergência climática”

Premiê espanhol, Pedro Sánchez discursa diante de logomarca da COP25
Premiê espanhol, Pedro Sánchez, durante Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas, em Madri, em dezembro.
O novo governo da Espanha declarou “emergência climática” nesta terça-feira (21/01), dando um primeiro passo formal para promulgar medidas ambiciosas para combater as mudanças do clima.
A declaração afirma que o governo socialista enviará ao Parlamento, dentro de cem dias, sua proposta de legislação climática. As metas coincidem com as da União Europeia, incluindo a redução das emissões líquidas de carbono para zero até 2050.
O governo de coalizão da Espanha quer que 95% da eletricidade do país seja produzida a partir de fontes renováveis ​​até 2040. O plano prevê também a eliminação da poluição por ônibus e caminhões e a transformação da agricultura numa prática neutra em carbono.
Os detalhes do plano devem ser divulgados quando a proposta for enviada para aprovação parlamentar.
Com a declaração de “emergência climática”, a Espanha se coloca entre os primeiros países a aprovarem tal medida, de cunho principalmente simbólico. Entre os governos no mundo a implementarem declarações do tipo estão Irlanda, Canadá e França.
Em novembro passado, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução declarando “emergência climática”, tornando a Europa o primeiro continente a adotar a medida.
Além disso, mais de duas dezenas de cidades ao redor do planeta declararam “emergência climática” nos últimos anos.
Cientistas dizem que a década que acabou foi de longe a mais quente já registrada na Terra.
Fonte: Deutsche Welle

Chefe da Comissão Europeia defende taxa de carbono sobre importações

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, nesta quarta-feira (22/01)
“Não há sentido em reduzir as emissões em casa se aumentarmos as importações de CO2 do exterior”
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou os principais parceiros econômicos do bloco para a criação de uma taxa de carbono sobre as importações da União Europeia (UE) para compensar o que chamou de concorrência injusta.
“Não há sentido em reduzir as emissões de gases do efeito estufa em casa [na Europa] se aumentarmos as importações de dióxido de carbono do exterior. É uma questão de justiça perante nossas empresas e nossos trabalhadores. E vamos protegê-los de concorrência injusta”, afirmou Von der Leyen perante a plateia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, nesta quarta-feira (22/01).
Recentemente, a Comissão Europeia defendeu que o bloco alcance um balanço líquido de emissões igual a zero até 2050. Para isso, apresentou um plano de transição ao custo de 1 trilhão de euros, dos quais um terço de investimentos privados.
Von der Leyen elogiou o sistema de comércio de emissões da Califórnia e também a China pela criação de um mercado de carbono. Se medidas como essas virarem uma “tendência mundial, então não haverá mais necessidade de taxas de carbono nas alfândegas”, acrescentou.
O presidente da França, Emmanuel Macron, tem defendido a ideia de uma taxa de carbono sobre as importações europeias de países que não assinaram o Acordo de Paris e que não têm legislações sobre emissões de CO2 tão rígidas como as europeias.
Fonte: Deutsche Welle

A missão espacial que vai criar ‘impressão digital’ da Terra e ajudar a combater mudanças climáticas

Ilustração do satétilte Truths
Ilustração: Truths trabalhará com outros satélites para calibrar e validar suas observações
O Reino Unido vai liderar uma missão espacial para fazer uma medida absoluta da luz refletida na superfície da Terra.
As informações serão usadas para calibrar as observações de outros satélites, permitindo que seus dados sejam comparados com mais facilidade.
Os planos para desenvolvimento da nova sonda, chamada de Truths, foram aprovados em novembro pelos países da Agência Espacial Europeia (Esa, na sigla em inglês).
O objetivo é que os dados ajudem a reduzir a incerteza nas projeções de futuras mudanças climáticas.
Cientistas e engenheiros se reuniram na terça-feira (22/01) para começar o processo. Representantes da indústria do Reino Unido, Suíça, Grécia, República Tcheca e Romênia se reuniram no centro técnico da Esa, na Inglaterra.
A fase inicial do projeto conta com financiamento de 32,4 milhões de euros (R$ 160 milhões). A liderança científica da missão ficará sob responsabilidade do Laboratório Nacional de Física do Reino Unido (NPL, na sigla em inglês).
O NPL é o guardião dos “padrões” no Reino Unido — tem as referências para o quilograma, o metro, o segundo e todas as outras unidades usadas no sistema internacional de medição.
É nesse laboratório que se mede com precisão, por exemplo, a intensidade de uma fonte de luz — algo que pode ser feito usando um dispositivo chamado radiômetro criogênico.
E o objetivo da missão Truths é colocar um instrumento desses em órbita.

Mapa da luz

Trabalhando em conjunto com uma câmera hiperespectral, o radiômetro fará um mapa detalhado da luz solar refletida na superfície da Terra — e de seus desertos, campos de neve, florestas e oceanos.
O mapa deve ter uma qualidade tão boa que é esperado que se torne a referência padrão para todas as outras missões espaciais de imagem, que poderão ajustar e corrigir suas próprias observações.
Isso pode simplificar a comparação das imagens de diferentes satélites, não apenas das missões que voam hoje, mas também daquelas que há muito foram aposentadas e cujos dados agora estão em arquivos.
Terra
Fase inicial do projeto tem financiamento de 32,4 milhões de euros (R$ 160 milhões)
Um dos grandes objetivos da missão Truths é, ao medir a luz refletida pela Terra com tanta precisão, estabelecer um tipo de “impressão digital climática” que uma versão futura do satélite, 10 a 15 anos depois, pode refazer.
“Ao fazer isso, seremos capazes de detectar mudanças muito antes do nosso sistema de observação atual”, explicou Nigel Fox, professor da NPL.
“Isso nos permitirá limitar e testar os modelos de previsão climática. Portanto, saberemos mais cedo se as temperaturas previstas que os modelos estão nos dando são consistentes ou não com as observações”.
Um grande plano de como implementar a missão Truths deve estar pronto até a próxima grande reunião de pesquisadores dos Estados-membros da Esa, em 2022.
O trabalho de viabilidade também precisará chegar a um custo total para o projeto, provavelmente por volta de 250 a 300 milhões de euros (R$ 1,2 a 1,4 bilhão).
Exceto por obstáculos técnicos, os ministros devem dar sinal verde à missão com um lançamento em 2026.
O Reino Unido deve arcar com a maior parte do custo da implementação da missão.
“O NPL é notável. Tem o ‘tempo padrão’ para o mundo, tem o padrão do metro. Gostamos de pensar em nós mesmos liderando na área de mudanças climáticas, por isso devemos fornecer a referência padrão para radiação da Terra”, disse Beth Greenaway, chefe de observações da Terra e clima da Agência Espacial do Reino Unido.
Truths é um acrônimo, em inglês, para “Radiometria Rastreável de Apoio aos Estudos Terrestres”. Será sensível à luz na parte visível e no infravermelho próximo do espectro eletromagnético.
A Esa concordou recentemente em implementar outra missão liderada pelo Reino Unido chamada Forum, que mapeará a radiação da Terra de forma mais precisa.
Fonte: BBC

Calor de erupção do monte Vesúvio transformou cérebro de vítima em vidro.

O estudo conclui que o material encontrado é um pedaço de um cérebro humano vitrificado
O estudo conclui que o material encontrado é um pedaço de um cérebro humano vitrificado
O calor da mais notória erupção do Monte Vesúvio, na Itália, foi tão extremo que transformou o cérebro da uma das vítimas em vidro, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (23), na revista científica New England Journal of Medicine.
O famoso vulcão teve uma erupção no ano 79 d.C., matando milhares de pessoas e destruíndo assentamentos romanos na região onde hoje fica Nápoles.
O vilarejo de Herculaneum e seus habitantes foram soterrados por material vulcânico. O local virou um enorme túmulo, preservando os restos mortais de quem estava por ali.
Recentemente, uma equipe de pesquisadores estudou um dos corpos mumificados, desenterrado no vilarejo em uma escavação nos anos 1960, e retirou fragmentos de um material negro e envidraçado do crânio da vítima.
Os pesquisadores acreditam que o material negro é formado pelos restos vitrificados do cérebro do homem.
Sítio arqueológico de Herculaneum, na Itália
O Vesúvio enterrou o vilarejo de Herculaneum em cinzas e lava
O estudo explica que vitrificação é um processo no qual um material, normalmente areia, é aquecido a altas temperaturas e resfriado rapidamente, formando vidro.

Fragmento raro

“A preservação de um cérebro antigo é algo extremamente raro, muito difícil de encontrar”, diz o antropólogo forense Pier Paolo Petrone, da Universidade de Nápoles Frederico 2º, principal autor do estudo.
“Essa é a primeira vez que encontramos restos de cérebro humano vitrificados por calor.”
Fragmentos de um cérebro vitrificado
Fragmento encontrado pelos pesquisadores nas ruínas de Herculaneum
Os pesquisadores acreditam que a vítima era um homem de pouco mais de 20 de idade. Ele foi encontrado deitado em uma cama da madeira, enterrado por material vulcânico, em Herculaneum. Ele provavelmente foi morto instantaneamente pela erupção, diz Petrone.
Uma análise da madeira queimada encontrada perto do corpo mostrou que a temperatura máxima atingida foi de 520° C.
Corpo de uma vítima do vulcão, que explodiu no ano 79
A vítima foi encontrada deitada em uma cama da madeira, enterrada por material vulcânico
Essa altíssima temperatura significa que “o calor extremo irradiado foi capaz de incendiar a gordura corporal e vaporizar tecidos macios”, antes de uma “rápida queda de temperatura”.
O estudo conclui que houve vitrificação de tecido cerebral humano com base em vários indícios: a detecção de material envidraçado na cabeça da vítima, além de proteínas que existem no cérebro humano e de ácidos graxos que existem no cabelo humano.
O material envidraçado não foi encontrado em outros locais do sítio arqueológico.
Durante a erupção do Vesúvio, Herculaneum foi enterrada por rios de lava, rápidas correntes de rocha fragmentada, cinzas e gases quentes.
O material vulcânico carbonizou e preservou parte da cidade, incluindo os esqueletos de moradores que não conseguiram escapar.
Arqueólogos investigam há séculos as ruínas de Herculaneum e de Pompeia — outro vilarejo romano famoso por ter sido destruído pelo Vesúvio.
Fonte: BBC

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Vombates estão mesmo salvando outros animais em incêndios na Austrália?


O vombate é um tipo de marsupial de aproximadamente um metro de comprimento. Ele pode pesar entre 20 e 35 quilos (Foto: JJ Harrison / Wikimedia Commons
Durante os incêndios que assolam a Austrália desde julho de 2019, a internet encontrou um herói inesperado: o vombate. Recentemente, relatos nas redes sociais apontaram que esse tipo de marsupial estava trazendo animais menores para suas tocas, ajudando-os a se refugiarem das chamas. Mas será que isso é verdade?
“Estamos vendo mais liderança e empatia desses caras do que do Governo Federal inteiro [da Austrália]“, disse um dos tweets que viralizaram com a suposta boa ação dos vombates. A notícia chegou a ser compartilhada pelo Greenpeace – que logo editou a sua publicação original esclarecendo que as informações haviam sido retiradas das próprias redes sociais, e não estavam corretas.
Em entrevista ao site IFLScience, a diretora da Fundação The Wombat, Jackie French, colocou essa narrativa surpreendente de heroísmo em dúvida. De acordo com ela, vombates normalmente têm um comportamento limitado a comer, dormir e cavar, mas também são capazes de “uma ingenuidade extrema nas poucas vezes em que ela é necessária”.
“Eu descartaria a declaração de que [os marsupiais estão guiando outros animais para suas tocas] completamente se eu não tivesse conhecido um vombate que decidiu se tornar meu amigo há 40 anos”, admitiu a especialista. “Ele não me guiava – só me esperava, olhando para trás para ver se eu o seguia.”
French também explicou que vombates dificilmente teriam necessidade de guiar outras criaturas para as suas tocas: “[Outros animais] são inteligentes o bastante para procurar esse abrigo”.
As tocas desses marsupiais são estruturas complexas que podem chegar a mais de 100 metros de comprimento e ter diversas câmaras e entradas. Em abril de 2019, alunos da Universidade de Melbourne, na Austrália, conseguiram capturar imagens de um coala e um coelho saindo de um desses esconderijos:
“Em tempos de crise, já vi vombates compartiharem suas tocas com outros vombates, cobras, quolls, possuns, bandicoots, equidnas, bettongs e possivelmente, outras criaturas menores”, disse French. Dessa forma, é mesmo possível que vombates estejam compartilhando seu espaço com vizinhos; só é pouco provável que eles estejam chamando e guiando esses outros animais para suas casas.
Os incêndios na Austrália já devastaram cerca de 10 milhões de hectares e mataram 28 pessoas e mais de meio bilhão de animais. Apesar das queimadas acontecerem todos os anos de forma natural no país, elas saíram de controle em 2019, e estão agravando o aquecimento global.
Fonte: Revista Galileu

China anuncia plano para banir plásticos descartáveis até 2025

China anuncia plano para banir plásticos descartáveis até 2025 (Foto: Pixabay)
O governo chinês anunciou um novo plano para combater a poluição por plásticos em todo o país. Até 2025, a China pretende banir canudos, sacos plásticos e outros descartáveis
O governo chinês anunciou um novo plano para combater a poluição por plásticos em todo o país. Até 2025, a China pretende banir canudos, sacos plásticos e outros descartáveis.
Em comunicado divulgado neste domingo (19), a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China disse que tanto a produção quanto o uso de plásticos de uso único ​​serão gradualmente eliminados em todo o país.
Segundo as autoridades, os sacos de plástico serão proibidos em todas as principais cidades da China até o final de 2020 e em todas as cidades e vilas até 2022. Os mercados que vendem produtos frescos, entretanto, terão mais tempo para se adaptar à mudança: até 2025.
Já em restaurantes, até o fim deste ano os canudos descartáveis deverão ser substituídos por alternavas ecológicas. Até 2025, esses estabelecimentos terão de reduzir em no mínimo 30% seu consumo de itens de plástico descartável. As restrições também afetarão a rede hoteleira e os correios: pacotes embalados em plástico não poderão ser enviados.
Hoje os chineses são os maiores fabricantes de plástico do mundo, produzindo cerca de 29% do material descartável, de acordo com um estudo de 2019 realizado pela Universidade Columbia, nos Estados Unidos, em parceria com a Universidade de Zhejiang, na China.
O país também abriga alguns dos maiores consumos de plástico do mundo: segundo Fórum Econômico Mundial, o rio Yangtze transporta mais poluição plástica para o oceano do que qualquer outra hidrovia do mundo.
Além das proibições anunciadas ontem, o governo chinês disse que promoverá o uso de produtos plásticos degradáveis ​​ou reciclados e criará programas abrangentes de reciclagem. Em declaração divulgada à imprensa, a comissão disse que combater a poluição por plásticos é importante para a saúde das pessoas e essencial para “construir uma bela China”.
Fonte: Revista Galileu

Por que a maçã vermelha corre risco de desaparecer

Maçãs vermelhas juntas e com gotas d'água
Até no ‘berço’ das maçãs silvestres, variedades estrangeiras e conhecidas pela forte cor vermelha estão sendo cultivadas
Quando você pensa em uma maçã, provavelmente a imagina na cor vermelha
Até existem outras variedades, como as amarelas e verdes que às vezes vemos no supermercado. Em alguns lugares, é possível até encontrar variedades listradas e manchadas com uma profusão de tons, como a do tipo Cox.
Mas é o vermelho que costuma colorir as maçãs dos livros usados para alfabetizar. Isto não é trivial, porque as maçãs nem sempre foram tão monocromáticas.
Os ancestrais da maçã moderna eram árvores silvestres que cresciam no que é hoje o Cazaquistão, na encosta ocidental das montanhas que fazem fronteira com a China. Hoje, macieiras selvagens ainda crescem ali, perfumando o ar com frutas caídas e alimentando os ursos que cruzam a floresta — embora o número de maçãs silvestres tenha diminuído 90% nos últimos 50 anos, graças à interferência humana.
As maçãs silvestres variam do amarelo pálido ao vermelho cereja e o verde primavera, mas o vermelho não é, geralmente, mais proeminente do que as outras cores.
A cor da maçã corresponde ao nível de expressão de certos genes em sua casca, conforme já demonstraram cientistas. David Chagne, geneticista da Plant and Food Research na Nova Zelândia, explica que conjuntos de enzimas trabalham juntos para transformar certas moléculas em pigmentos chamados antocianinas, as mesmas que dão cor à batata doce roxa, às uvas e às ameixas.
Vale no Cazaquistão
Ancestrais de muitas variedades de maçãs que apreciamos até hoje vêm do Cazaquistão
Os níveis dessas enzimas são controlados por um fator de transcrição — uma proteína que regula a expressão de um gene — chamado MYB10, de modo que quanto mais MYB10 houver, mais vermelha será a casca da fruta. Em maçãs com listras vermelhas, um estudo mostrou que os níveis de MYB10 eram mais altos nas porções listradas das frutas.
Mas a cor também depende da temperatura. Para obter uma maçã totalmente vermelha, ela deve permanecer relativamente baixa, diz Chagne, Isso porque, segundo ele, se atingir cerca de 40° C, o MYB10 e os níveis de antocianina caem.
Na região dos Pireneus, na Espanha, o geneticista e seus colegas descobriram que maçãs com listras bastante vermelhas estavam completamente pálidas depois de um julho bastante quente. Com o aquecimento global, prevê ele, pode ficar mais difícil as maçãs ficarem vermelhas.
Ainda assim, explorando a biologia por trás da cor, a equipe está tentando produzir frutas muito vermelhas para o mercado asiático, onde um rubi profundo é muito popular.
Talvez a ameaça que as mudanças climáticas representam à maçã vermelha seja contrabalançada por nossa determinação de continuar cultivando-as, mesmo que sejam necessários investimentos mais altos na produção.
Mesmo antes de entendermos a genética, as maçãs com cores marcantes exerceram forte influência sobre os humanos. John Bunker, um colecionador de maçãs em Palermo, nos EUA, já salvou da extinção algumas variedades quase esquecidas. Isso inclui maçãs que eram cultivadas um século ou mais atrás, ou variedades com particularidades encantadoras, como a Black Oxford, cujo vermelho é tão escuro que você pode confundi-la com uma ameixa enorme antes de ver sua brilhante polpa branca.
“As cores são fenomenais. E acho que para algumas pessoas, inclusive eu, essa foi a primeira fonte de atração”, diz ele.
A cor provavelmente não superou outras características de uma maçã quando os produtores do passado estavam avaliando o que plantar. Outros fatores determinantes podiam ser o sabor ou o objetivo de uso da fruta: algumas são melhores para cidra, outras, para tortas, outras, para doces, outras, para comer na hora…
Não importava exatamente a aparência da fruta, porque os agricultores estavam produzindo alimentos para si e para o mercado local — assim, a função importava mais.
Bunker diz que tudo mudou há cerca de 100 anos.
“Em uma cultura de pequenas fazendas diversificadas, a uniformidade tem um valor limitado”, diz ele.
Mas se maçãs cultivadas a milhares de quilômetros de distância entre si forem compradas como intercambiáveis, a cor se tornará uma espécie de marca. Em um mercado globalizado, a uniformidade foi se tornando mais valiosa. Ao mesmo tempo, as maçãs começaram a ser colhidas antes de estarem realmente maduras — para que pudessem viajar longas distâncias sem apodrecer.
Dezenas de maçãs vermelhas, verdes e amarelas expostas
Aumento de temperaturas dificulta mudanças químicas que deixam cor da casca da fruta vermelha
Surgiu um problema, no entanto.
“A cor é um indicador de maturidade”, lembra Bunker.
Assim, maçãs colhidas cedo não tinham a cor “certa”.
E aí veio outra novidade: uma maçã com uma mutação que lhe dava um tom vermelho forte antes de amadurecer. Ela acabou sendo apelidada de Red Delicious e, em 1921, foi lançada comercialmente para pomaristas.
Outras maçãs também cresceram nas preferências — variedades com cores mais uniformes e regulares, especialmente se essas características já se mostrassem antes da maturação total, eram boas para os negócios.
O número de variedades cultivadas pelos agricultores começou a encolher. E pouco a pouco, algumas delas pararam de ter um sabor tão bom, pois a ênfase na aparência não incentivou o investimento no sabor.
David Bedford, criador de maçãs da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, diz que cresceu comendo Red Delicious e, consequentemente, não gostava muito de maçãs. Foi preciso tentar outras variedades na faculdade para finalmente descobrir que sim, ele apreciava a fruta — ou suas várias formas.
Ele e seus colegas estão por trás do bem sucedido cultivo da variedade Honeycrisp, lançada há alguns anos e conhecida por sua suculenta crocância. Na aparência, a Honeycrisp mescla listras amarelas e vermelhas.
Mas mesmo em maçãs criadas para fugir do padrão Red Delicious, a inexorável busca pelo vermelho continua. As pessoas já introduziram Honeycrisps com mutações que as tornam cada vez mais vermelhas.
“Isso acontece com todas as maçãs do mercado”, diz Bedford. “Essa é a natureza do nosso desejo de ter maçãs com a aparência que queremos. Desde que o homem começou a fazer escolhas, ele o faz tornando a fruta cada vez mais vermelha.”
“O vermelho vende, esse é o problema”, resume.
Para estimular mudanças de hábitos, a Universidade de Minnesota lançou um sistema de produção chamado de modelo de clube. Nele, os produtores não podem selecionar frutas mais vermelhas.
Surge então uma variedade selvagem de cores a apreciar — na vista e no paladar. Mas será que a verdadeira e estranha natureza da maçã triunfará sobre a mania vermelha?
Fonte: BBC

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Depois de tanto acasalar e salvar espécie, tartaruga gigante Diego se aposenta em Galápagos

A tartaruga gigante que é considerada a salvadora de sua espécie — graças a sua extraordinária libido — vai agora se aposentar, retornando à vida selvagem em sua ilha de origem.
Diego, como é chamado, estava entre os 14 machos selecionados para um programa de acasalamento de tartarugas na ilha de Santa Cruz, no arquipélago de Galápagos.
Diego
Atribui-se a Diego a salvação de sua espécie, que esteve à beira da extinção
O programa foi considerado bem-sucedido, produzindo mais de 2 mil tartarugas gigantes desde seu início, ainda nos anos 1960, e o apetite sexual de Diego foi crucial para isso.
Agora com cem anos de idade, Diego ajudou a produzir centenas de filhotes — segundo algumas estimativas, esse número talvez chegue a 800.
Diego
Ao voltar para sua ilha natal, Diego vai conviver com uma população de 1,8 mil tartarugas, das quais ao menos 40% são suas descendentes diretas
Com o programa concluído, Diego vai retornar em março para sua ilha nativa, Española, segundo informou o serviço de Parques Nacionais de Galápagos (PNG).
Assim, ele vai se somar a uma população de 1,8 mil tartarugas, das quais ao menos 40% são suas descendentes diretas.
“Ele contribuiu com uma grande porcentagem da linhagem que estamos devolvendo a Española”, afirmou Jorge Carrion, diretor do PNG, à agência France Presse.
“Estamos felizes com a possibilidade de devolver essa tartaruga a seu habitat natural.”
Diego é um Chelonoidis hoodensis, espécie encontrada na natureza apenas nessa ilha ao sul do arquipélago de Galápagos, no Pacífico.
O arquipélago, a 900 km da costa do Equador, ficou famoso mundialmente por ter sido palco de estudos do naturalista inglês Charles Darwin, autor da Teoria da Evolução, graças a sua grande e peculiar biodiversidade.
Calcula-se que Diego tenha sido retirado de Galápagos cerca de 80 anos atrás, por uma expedição científica que o levou ao Zoológico de San Diego, nos EUA.
Cerca de 60 anos atrás, sobravam apenas 2 machos e 12 fêmeas de sua espécie em Española. Para ajudar no programa de repovoamento, Diego foi identificado como um dos últimos remanescentes entre os Chelonoidis hoodensis e levado de volta para a Estação de Pesquisas Charles Darwin, em Galápagos, em 1977.
Técnicos medem e pesam tartaruga bebê nascida neste ano em Galápagos

Técnicos medem e pesam tartaruga bebê nascida neste ano em Galápagos; programa de acasalamento foi considerado bem-sucedido no arquipélago
Fonte: BBC