quinta-feira, 26 de junho de 2014

ISOPOR (2º PARTE)

Um dos vilões do lixo por ocupar muito espaço nos aterros sanitários, o EPS - também conhecido como isopor - vem sendo reciclado graças a um projeto catarinense
Um acordo entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a empresa joinvilense Termotécnica está reciclando parte do material produzido no Estado, depois de mais de um ano de pesquisas nos laboratórios do departamento de engenharia química e de alimentos da universidade. "Estamos fazendo desse lixo um novo produto", explica o professor Ricardo Antônio Francisco Machado, coordenador do projeto.
Havia alguns anos, o isopor era considerado o vilão ambiental por ter em sua composição o temível gás clorofluorcarbono (CFC), maior agressor da camada de ozônio.
Hoje, esse gás já foi substituído por outro componente, o isômero de pentano, mas o EPS continua sendo um dos responsáveis pelo entupimento dos lixões e aterros sanitários.
Outra dificuldade é o transporte: um caminhão baú, por exemplo, só consegue transportar 190 quilos de EPS, tornando a reciclagem praticamente inviável.
No Brasil se produz 40 mil toneladas de EPS e grande parte vai parar nos lixões.
O primeiro desafio dos pesquisadores era encontrar uma maneira de reduzir o volume do isopor. A equipe desenvolveu um equipamento para aglomerar o material, facilitando o transporte e diminuindo os custos.
A segunda parte do projeto era saber o que fazer com o EPS. Como é um produto inerte (sofre poucas alterações ao longo do tempo) e não pode ser reutilizado para embalagens de alimentos, o desafio era transformar o antigo isopor em um novo isopor.
E isso foi conseguido: hoje os pesquisadores mantêm uma fórmula de 20% do isopor velho mais 80% de estireno, formando um novo EPS.
A descoberta de que a reciclagem do isopor não era tão difícil foi fruto de um trabalho de 20 pesquisadores, entre químicos, engenheiros e técnicos de laboratório.
O projeto está sendo benéfico para os dois lados: a universidade recebe investimentos privados e abre mercado de estágio para seus alunos, enquanto a empresa utiliza o know-how para se tornar a primeira do Brasil a reciclar o EPS. "Ganha o meio ambiente, ganha a universidade, ganha a empresa.
Além disso, os alunos têm a oportunidade de desenvolver tecnologia aplicada", explica Machado.
Além da reciclagem como matéria-prima, o EPS já está se tornando útil em outras áreas produtivas. Em Curitiba funciona uma usina que utiliza o isopor na construção civil. O produto substitui a pedra britada na fabricação de concreto leve (mistura de cimento, areia, cola e isopor).

O EPS também será utilizado no processo de compostagem no solo em outro projeto desenvolvido na capital paranaense. "É fundamental conscientizar a população de que o isopor não é um produto poluente e que existem soluções fáceis para seu reaproveitamento", diz o diretor da Termotécnica e presidente Associação Brasileira de Poliestireno Expandido (Abrapex), Albano Schmidt.
Fonte: www.setorreciclagem.com.br
Isopor Embalagens


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