sexta-feira, 16 de março de 2018

Cientistas descobrem 1,5 milhão de pinguins na Antártida

As colônias foram localizadas nas ilhas Dangers, um arquipélago que fica no mar de Weddell, na ponta norte da península Antártica mais próxima à América do Sul. As ilhas abrigam a terceira e a quarta maiores colônias de pinguins-de-adélia do mundo, afirmaram os cientistas.
O primeiro censo realizado no arquipélago revelou que há mais de 750 mil pares reprodutores de pinguins-de-adélia espalhados pelas ilhas geladas – um número maior do que o existente em todo o restante da península.
“A descoberta é certamente surpreendente e tem consequências reais na forma com que nós, cientistas, lidamos com essa região”, afirmou a coautora do estudo Heather Lynch, da Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos, à agência de notícias AFP.
As ilhas rochosas ficam cobertas por gelo marinho espesso durante a maior parte do ano, e mesmo a mais visitada das ilhas, a Heroína, recebe apenas um barco anualmente – o que explica por que as comunidades de pinguins passaram despercebidas por tanto tempo.
“Elas não são chamadas de ilhas Dangers [perigo, em inglês] por acaso. Mesmo no auge do verão é difícil acessar essa região para fazer pesquisas”, afirmou Lynch.
A primeira evidência das colônias de pinguins surgiu a partir de dados captados por satélites de monitoramento terrestre administrados pela Nasa e pelo Serviço Geológico dos EUA. Quando os dados sugeriram a presença de centenas de milhares dessas aves no arquipélago, a cientista e sua equipe pensaram se tratar de um erro.
Aproveitando uma abertura nas geleiras que rodeiam essa zona inóspita, os cientistas conseguiram, em dezembro de 2015, confirmar a dimensão da colônia, usando drones, fotografias e contagem manual de ninhos e aves.
A apenas 160 quilômetros dali, no oeste da península Antártica, a população de pinguins-de-adélia caiu cerca de 70% nas últimas décadas devido ao derretimento dos bancos de gelo, causado provavelmente pelo aquecimento global.
“Esta é uma boa notícia também porque outros estudos já mostraram que essa área [parte leste da península Antártica] é provavelmente menos suscetível aos efeitos das mudanças climáticas do que a parte ocidental”, disse Lynch. “Ou seja, encontramos uma grande população de pinguins-de-adélia numa região que deve permanecer apropriada para eles por um bom tempo.”
Fonte: Deutsche Welle

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