segunda-feira, 17 de junho de 2019

Algas tóxicas brilhantes estão se espalhando de modo descontrolado.

As belas algas (Noctiluca scintillans) conhecidas como “lágrimas azuis” estão se proliferando excessivamente, de acordo com um estudo realizado com a ajuda de imagens de satélites. O grande problema é que esses microrganismos produzem as chamadas “marés vermelhas”, ricas em substâncias tóxicas e que prejudicam a vida marinha.

Essas algas conseguem drenar o oxigênio ao seu redor, matando outras espécies nesse processo. “A Noctiluca scintillans em si não é tóxica (isto é, não produz toxinas). No entanto, em altas concentrações, elas podem bloquear a luz solar, consumir oxigênio ou liberar amônia, criando um ambiente hostil aos animais marinhos”, disse o coautor do estudo, Chuanmin Hu, ao IFLScience.
Para identificar esses organismos a equipe utilizou mais de mil imagens captadas por instrumentos a bordo de dois satélites da NASA e da Estação Espacial Internacional entre 2000 a 2017. A “impressão digital” criada tem base na capacidade dos plânctons de absorver luz azul e “espalhar” luz vermelha.
O especialista afirma que há mais de 10 anos os pesquisadores já notavam a cor única, mas duvidavam que os satélites pudessem capturá-las porque a emissão de luz pode ser muito pequena para os dispositivos conseguissemr realizar o registro. “O que descobrimos foi que, mesmo que o tamanho da emissão seja de apenas algumas porcentagens de um pixel de satélite, ela ainda pode ser detectada. Como as observações de satélite são feitas há várias décadas, as descobertas estabelecem um modelo para estudar seu histórico de mudanças e entender o que as causou”, relatou Hu.
É possível que o escoamento de nutrientes de fazendas tenha contribuído para o acúmulo excessivo de nutrientes na água, interrompendo o delicado ecossistema e produzindo marés vermelhas tóxicas. Outros possíveis motivos incluem temperaturas das águas acima do normal e maior disponibilidade de luz, mas a equipe não pode dizer com certeza se essa tendência continuará nos próximos anos. 
Os autores do estudo ressaltaram que uma “limitação significativa é que a detecção atual é aplicável apenas a altas concentrações de Noctiluca scintillans vermelhas na superfície”.Ou seja, muitas mais “lágrimas azuis” podem estar misturadas nas águas do oceano.
Fonte: Revista Galileu

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