terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Como sobreviver quando a chuva e as florestas estão diminuindo?

“Este ano, vimos a pior seca de todos os tempos”, diz a zambiana Julliette Machona, de 35 anos. “Normalmente, os rios secam nesta parte sul da Zâmbia em julho, mas este ano eles já estavam vazios em maio. A pouca água que nos resta é suficiente para as pessoas e o gado. Não temos água para cultivar.”
Percebendo as dificuldades crescentes de ganhar a vida cultivando tomates e milho em uma região que já recebe menos chuva do que a média, ela reuniu um grupo de mulheres para tecer cestas e vassouras como meio de subsistência. O relato é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
“Este ano, vimos a pior seca de todos os tempos”, diz a zambiana Julliette Machona. “Normalmente, os rios secam nesta parte sul da Zâmbia em julho, mas este ano eles já estavam vazios em maio. A pouca água que nos resta é suficiente para as pessoas e o gado. Não temos água para cultivar.”
Machona tem 35 anos e quatro filhos. Quando ela terminou o ensino médio, seus pais não tinham condições de enviá-la para a universidade a um custo de cerca de 2 mil dólares por ano, principalmente porque o salário mínimo é de cerca de 100 dólares por mês.
Percebendo as dificuldades crescentes de ganhar a vida cultivando tomates e milho em uma região que já recebe menos chuva do que a média, ela reuniu um grupo de mulheres chamado Tubeleke, que significa “vamos trabalhar juntas”, para tecer cestas e vassouras.
O negócio não estava indo muito bem até 2015, quando a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) interveio para apoiar o Departamento Florestal da Zâmbia através do Forest and Farm Facility (FFF), uma parceria entre FAO, Instituto Internacional para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, União Internacional para a Conservação da Natureza e a aliança AgriCord.
O FFF é uma iniciativa para paisagens resilientes ao clima e meios de subsistência aprimorados, com foco no fortalecimento das organizações de produtores florestais e agrícolas.
“Ajudamos o grupo com vários treinamentos para desenvolver sua capacidade em áreas como desenvolvimento de negócios, boa governança, gerenciamento de recursos e aprimoramento na fabricação de cestas”, afirma Vincent Ziba, Facilitador Nacional do FFF.
“O apoio da parceria é complementar à implementação do REDD+. No caso do grupo de tecelagem de cestas, o vínculo com REDD+ é a abordagem de gerenciamento da paisagem através da colheita sustentável de materiais de cestas e envolvendo os produtores no gerenciamento de recursos. Isso levou ao desenvolvimento de uma renda sustentável e diversificada”.
REDD+ é um incentivo desenvolvido no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados de redução de emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal.
“Olhe para a minha casa de tijolos”, diz Machona. “Foi assim que as coisas mudaram para mim. Além disso, nossa associação agora tem 27 famílias que se beneficiam com a confecção de cestas e, como grupo, diversificamos nossa renda também através de outras atividades”.
Machona e seu grupo começaram a criar coelhos, porcos e ovelhas, uma ideia que veio da FFF e da FAO, que apoiaram viagens à Tanzânia e Benin, onde Juliette aprendeu sobre a criação de animais. Agora ela está produzindo ração para o cultivo de soja e de girassóis, especialmente de espécies que não precisam de muita água.
Uma cesta leva dois dias para ser feita: um dia para coletar o bambu e um dia para fazê-la. Elas podem vendê-la no mercado local por 3 dólares. Agora elas também estão tentando plantar bambu para colher os materiais da cesta de maneira sustentável.
“Para combater as mudanças climáticas, precisamos participar de atividades que não dependem muito de florestas ou chuva, e é nisso que estamos trabalhando todos os dias”, diz Machona.
Fonte: ONU

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