quinta-feira, 23 de junho de 2011

Resíduos Sólidos

Resíduos sólidos são materiais heterogêneos, (inertes, minerais e orgânicos) resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos naturais. Os resíduos sólidos constituem problemas sanitário, ambiental, econômico e estético.
Os Resíduos sólidos podem ser divididos em grupos, como:
1. Lixo Doméstico: é aquele produzido nos domicílios residenciais. Compreende papel, jornais velhos, embalagens de plástico e papelão, vidros, latas e resíduos orgânicos , como restos de alimentos, trapos, folhas de plantas ornamentais e outros.
2. Lixo Comercial e Industrial: é aquele produzido em estabelecimentos comerciais e industriais, variando de acordo com a natureza da atividade.
Restaurantes e hotéis produzem, principalmente, restos de comida, enquanto supermercados e lojas produzem embalagens.
Os escritórios produzem, sobretudo, grandes quantidades de papel.
O lixo das indústrias apresenta uma fração que é praticamente comum aos demais: o lixo dos escritórios e os resíduos de limpeza de pátios e jardins; a parte principal, no entanto, compreende aparas de fabricação, rejeitos, resíduos de processamentos e outros que variam para cada tipo de indústria. Há os resíduos industriais especiais, como explosivos, inflamáveis e outros que são tóxicos e perigosos à saúde, mas estes constituem uma categoria à parte.
Classes dos Resíduos
Classe 1 - Resíduos Perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
Classe 2 - Resíduos Não-inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.
Classe 3 - Resíduos Inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de portabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações.




Origem
Possíveis Classes
Responsável
Domiciliar
2
Prefeitura
Comercial
2, 3
Prefeitura
Industrial
1, 2, 3
Gerador do resíduo
Público
2, 3
Prefeitura
Serviços de saúde
1, 2, 3
Gerador do resíduo
Portos, aeroportos e terminais ferroviários
1, 2, 3
Gerador do resíduo
Agrícola
1, 2, 3
Gerador do resíduo
Entulho
3
Gerador do resíduo

li x o o mal do mundo civilizado

A natureza trabalha em ciclos — nada se perde, tudo se transforma. Animais,
excrementos,folhas e todo tipo de material  orgânico morto se decompõem com a ação de milhões de microrganismos degradadores, como bactérias, fungos, vermes e outros, dando origem aos nutrientes que vão alimentar novas espécies de vida. Na natureza não existe lixo. Até o início do século passado, os seres humanos viviam em harmonia com a natureza. Todo o lixo que geravam — restos de comida, excrementos de animais e outros materiais orgânicos — se reintegrava aos ciclos naturais e servia como adubo para a agricultura. Mas, com a industrialização e a concentração da população nas grandes cidades, o lixo foi se tornando um problema. A sociedade moderna rompeu os ciclos da natureza: por um lado, extraímos mais e mais matérias-primas, por  outro, fazemos crescer montanhas de lixo. E como todo esse rejeito não retorna ao ciclo natural, transformando-se novas matérias-primas, torna-se uma perigosa fonte de doenças e de contaminação para o meio ambiente. Recentemente começamos a perceber que, assim como não podemos deixar o lixo acumular dentro de nossas casas, é preciso conter a geração de resíduos e dar um tratamento adequado ao lixo no nosso planeta. Para isso, será preciso brecar os consumos desenfreados, que gera cada vez mais lixo, e investir em tecnologias que permitam reaproveitar e reciclar os materiais em desuso. Precisamos ainda reformular nossa concepção a respeito do lixo. Não podemos continuar pensando que o saco de lixo é o fim do problema, quando é apenas o começo. Não podemos mais encarar o lixo como um “resto inútil”,e sim como algo a ser transformado em nova matéria prima para retornar ao ciclo produtivo de forma salutar.  

Quanto mais lixo, mais problemas.

O aumento na geração de resíduos sólidos tem várias conseqüências negativas: custos cada vez mais altos para coleta e tratamento do lixo; dificuldade para encontrar áreas disponíveis para aterrá-lo; grande desperdício de matérias primas. Por isso, o lixo deve ser integrado ao ciclo produtivo ou da natureza. Outras conseqüências do enorme volume de lixo gerado pelas sociedades modernas, quando o lixo é depositado em locais inadequados ou a coleta é deficitária, são:
contaminação do solo, ar e água;
proliferação de vetores transmissores de doenças;
entupimento de redes de drenagem urbana;
enchentes e desmoronamentos;
degradação do ambiente e depreciação imobiliária;
indiretamente, doenças, absenteísmo e mortes;

Classificação do lixo

Em geral, as pessoas consideram lixo tudo aquilo que se joga fora e que não tem
mais serventia. Mas, se olharmos com cuidado, veremos que o lixo não é uma massa indiscriminada de materiais. Ele é composto de vários tipos de resíduos que precisam de manejo diferenciado. Assim, para efeito de coleta e tratamento, o lixo pode ser classificado de várias maneiras de classificar. Com base em sua natureza física, o lixo pode ser “seco”ou “molhado”. O lixo seco é composto por materiais recicláveis (papel, vidro, lata e plástico).Alguns, porém, não são reciclados por falta de mercado, como é o caso de papéis sujos e vidros planos. O lixo molhado corresponde à parte orgânica dos resíduos, como as sobras de alimentos, cascas de frutas, restos de poda, etc., que pode ser usada para compostagem. Essa classificação é muito usada nos programas de coleta seletiva, por ser de fácil entendimento para a população. Outra forma de classificar o lixo é de acordo com sua composição química.
Nesse caso, é denominada matéria orgânica, ou seja, procedente de organismos vivos, como plantas e animais, ou matéria inorgânica, que inclui os minerais, materiais sintéticos e outros. Quando se leva em conta os riscos potenciais ao meio ambiente, o lixo pode ser classificado como perigoso ou tóxico; inerte; não inerte; e radioativo. Por fim, existe ainda outra forma de classificação, baseada na origem do lixo.

Nesse caso, o lixo pode ser, por exemplo, domiciliar ou doméstico, público, de serviços de saúde, industrial, agrícola, entulho e outros. Essa é a forma de classificação usada nos cálculos de geração de lixo. Veja a seguir as principais características dessas categorias:

lixo domiciliar: ou comercial: são os resíduos provenientes das residências
e dos estabelecimentos comerciais. É muito diversificado, mas contém principalmente
restos de alimentos, produtos deteriorados, embalagens em geral, retalhos, jornais e revistas, papel higiênico, pilhas, fraldas descartáveis, etc.
lixo público: restos de poda e produtos da varrição das áreas públicas, limpeza de praias e galerias pluviais, resíduos das feiras livres e outros;
lixo de serviços de saúde: resíduos provenientes de hospitais, clínicas médicas ou odontológicas, laboratórios, farmácias, etc. É potencialmente perigoso, pois pode conter germes patogênicos. em agulhas,seringas,algodões e curativos com sangue, além de materiais cortantes.
lixo industrial: são os resíduos resultantes dos processos industriais. O tipo de lixo varia de acordo com o ramo de atividade da indústria. Nessa categoria está a maior parte dos materiais considerados perigosos ou tóxicos;
lixo agrícola: resulta das atividades de agricultura e pecuária. É constituído por embalagens de agrotóxicos, rações, adubo, restos de colheita e dejetos da criação de animais;
entulho: restos da construção civil, reformas e demolição.
Agora, até o lixo é eletrônico
No início do século passado, o lixo urbano era rico em restos de alimentos, poda de jardins, produtos domésticos, têxteis e restos de construção. Ainda hoje o lixo é composto em sua maior parte por materiais orgânicos, mas é bem maior do que no início do século a quantidade de papel e material de embalagem (metais, plásticos e papelão), além de produtos como pilhas,  equipamentos eletrônicos, óleo de motor usado, restos de tinta e outros. De uns tempos para cá,um novo tipo de lixo acumula problemas para o meio ambiente: o lixo eletrônico. São computadores, telefones celulares, televisores e outros tantos aparelhos e componentes que, por falta de destino apropriado, são incinerados ou depositados. Em aterros sanitários alem de ocupar muito espaço, peças e componentes de micros feitos de metais pesados possuem efeitos tóxicos para a saúde humana. O chumbo dos tubos de imagem, o cádmio das placas e circuitos impressos e semicondutores, o mercúrio das baterias, o cromo dos anticorrosivos do aço e o plástico dos gabinetes são ameaças concretas que requerem soluções em curto prazo. A reciclagem é um dos meios de tratar esses resíduos; a outra é a substituição de metais pesados por outros menos tóxicos. A tendência é que os fabricantes sejam responsabilizados por receber os equipamentos descartados para dar-lhes um fim ambientalmente correta. No Brasil, os fornecedores de telefones celulares já têm que receber de volta as baterias fora de uso (Fonte: revista Tema. Serpro, no 160. Março, 2002. Ano XXVI).
No Brasil, a geração de lixo per capitã varia de acordo com o porte populacional do município. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), elaborada pelo IBGE em 2000, a geração per capita de lixo no Brasil varia entre 450 e 700 gramas nos municípios com população inferior a 200 mil habitantes  e entre 700 e 1.200 gramas em municípios com população superior a 200 mil habitantes. Não consegui encontrar dados atuais.
Para onde vai o lixo
Segundo a pesquisa do IBGE, 64% dos municípios brasileiros deposita seu lixo de forma inadequada, em locais sem nenhum controle ambiental ou sanitário.
São os conhecidos lixões, terrenos onde se acumulam enormes montanhas de rejeitos
a céu aberto. Além de degradar a paisagem e produzir mau cheiro, os lixões
são verdadeiros focos de contaminação, causando vários tipos de problemas ambientais
e de saúde pública. Expostos à água das chuvas, o material orgânico, os produtos químicos e metais pesados contidos em pesticidas, pilhas, baterias, produtos de limpeza e outros presentes no lixo formam um líquido altamente tóxico, que se infiltra na terra, contaminando o solo e as águas subterrâneas. Esses líquidos, chamados líquidos percolados ou lixiviador, podem ter um grau de poluição até 200 vezes superior ao esgoto doméstico e representam um sério risco para as reservas de água subterrâneas e superficiais. (Fonte: Ecolíderes,1998, p.345.).
Ao serem decompostos, os materiais orgânicos (restos de alimentos, verduras, etc.) produzem gases, principalmente o metano (CH4), um gás tóxico e inflamável que mata a vegetação. Forma-se também o dióxido de carbono (CO2), que, junto com o metano e outros gases presentes na atmosfera, contribui para o aquecimento da Terra. Devido ao mau cheiro, os lixões atraem moscas, insetos e ratos, que, em contato com os humanos, transmitem várias doenças. Do ponto de vista imobiliário, os lixões também se tornaram um transtorno. Afinal, quem gosta de morar perto de um lixão? Apesar de tantos aspectos repulsivos, os lixões se tornaram um meio de vida para os segmentos mais miseráveis da população. brasileira. Atualmente, a maioria dos lixões no País abriga famílias inteiras que tiram seu sustento da catação do lixo, trabalhando em condições indignas e totalmente insalubres.
oenças






Resíduos perigosos
Os resíduos industriais e alguns domésticos, como restos de tintas, solventes, aerossóis, produtos de limpeza, lâmpadas fluorescentes, medicamentos
vencidos, pilhas e outros, contêm significativa quantidade de substâncias químicas
nocivas ao meio ambiente. Estima-se que existam de 70 a 100 mil produtos químicos sintéticos, utilizados de forma comercial na agricultura, na indústria e nos produtos domésticos. Infelizmente, as conseqüências que eles acarretam só são percebidas depois de muito tempo de uso. Foi o que aconteceu com o clorofluorcarbono, conhecido como CFC,que há bem pouco tempo era amplamente usado em aerossóis, isopor, espumas, sistemas de ar condicionado, refrigeradores e outros produtos, até descobrisse que sua liberação na atmosfera vinha causando a destruição da camada de ozônio. Muitos desses produtos contêm metais pesados, como mercúrio, chumbo, cádmio e níquel, que podem se acumular nos tecilixo dos vivos,até atingir níveis perigosos para a saúde. Os efeitos da exposição prolongada do homem a essas substâncias ainda não são totalmente conhecidos. No entanto, testes em animais mostraram que os metais pesados provocam sérias alterações no organismo, como o aparecimento de câncer, deficiência do sistema nervoso e imunológico, distúrbios genéticos, etc. Quando não são adequadamente manejados, esses produtos químicos vão, de alguma forma, contaminar o solo, a água e o ar. A seguir, você vai ver alguns exemplos de resíduos perigosos, que devem ser adequadamente tratados para evitar riscos ao homem e ao meio ambiente:

Pilhas: algumas pilhas de uso doméstico ainda possuem elevadas concentrações
de metais pesados. Já as chamadas pilhas alcalinas são menos agressivas, e seu descarte não representa problema ambiental. Como o processo de reciclagem das pilhas é complicado e caro, não é feito na maioria dos países. Por isso, o consumo de pilhas que contêm altas concentrações de metais pesados deve ser evitado. Ao comprar pilhas, verifique na embalagem. as informações sobre os metais que a compõem e como descartá-las.
Baterias: as baterias de automóveis, industriais, telefones celulares e outras contêm metais pesados em concentração elevada, por isso o descarte deve ser feito de acordo com as normas estabelecidas para proteção do meio ambiente e da saúde. No Brasil, resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 1999,nos 257 e 263, determinaram que o descarte e o gerenciamento ambiental adequado de pilhas e baterias usadas é de responsabilidade dos fabricantes, dos importadores, da rede autorizada de assistência técnica e dos comerciantes. Portanto, o descarte das baterias de carro, que contêm chumbo, e de telefones celulares, que contêm níquel, cádmio e outros metais pesados, deve ser feito somente nos postos de coleta mantidos por revendedores, assistência técnica, fabricantes, importadores — é deles a responsabilidade de recolher e encaminhar esses produtos para a reciclagem. O mesmo vale para qualquer outro tipo de bateria, devendo o usuário criar o hábito de ler as instruções de descarte nos rótulos ou embalagem dos produtos.
Pneus: a quantidade de pneus em desuso tornou-se um sério problema ambiental, já que contêm metais pesados, hidrocarbonetos e outras substâncias contaminaram loradas. O Brasil descarta, anualmente, cerca de 20 milhões de pneus de todos os tipos: de trator, caminhão, automóvel, carroça, moto, avião e bicicleta, entre outros. Quando depositados nos lixões, podem contaminar o solo e a água, além de propiciar o acúmulo de água em seu interior e a proliferação do mosquito transmissor da dengue. Quando são queimados, produzem emissões extremamente tóxicas, devido à presença de substâncias que contêm cloro. Por esse motivo,o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) proibiu o descarte e a queima de pneus a céu aberto e responsabilizou fabricantes e importadores pela destinação final ambientalmente adequada daqueles que não tiverem mais condições de uso. De acordo com a Resolução no 258 do Conama, em 2002, para cada quatro pneus novos, o fabricante deve recolher um em desuso. Em 2003, a empresa recolhe um para cada dois novos. A relação chega a um para um em 2004 e, a partir de 2005,para cada quatro pneus novos,a empresa deverá recolher cinco. Existem várias formas de reutilizar os pneus de borracha, como a recauchutagem ou reparação e a reciclagem, para extração de combustível destilado de pneus e aglomerados. A partir dos pneus, pode-se produzir também um pó de borracha que serve para fabricar tapetes e outros produtos. Quando incinerados de forma segura, podem produzir energia.
No Brasil e em muitos outros países, os pneus velhos já têm sido utilizados na pavimentação de ruas, misturando-se a borracha ao asfalto. Para obter mais informações sobre o que vem sendo feito com os pneus usados, faça contato com as associações de classe, Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) ou Associação Brasileira da Indústria de Pneus Remoldados (Abip).
Lâmpadas: fluorescentes: mais econômicas, as lâmpadas fluorescentes se tornaram muito populares no Brasil,principalmente em função da necessidade de economizar energia durante o período de racionamento de energia elétrica ocorrido em 2001.Isso,no entanto, criou um problema: é que as lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, um metal pesado altamente prejudicial ao meio ambiente e à saúde. Como ainda não há dispositivos legais específicos que regulem o descarte nem tão pouco interesse dos fabricantes em proporcionar soluções tecnológicas e sistemas de destinação
adequados para esse tipo de material, toda essa quantidade de lâmpadas fluorescentes que vem sendo vendida acabará depositada no lixo comum,contaminando o meio ambiente e colocando em risco a saúde da população. Resta ao consumidor usar o seu poder de escolha e de pressão sobre as autoridades e as empresas,exigindo o estabelecimento de medidas adequadas e seguras para descartar esse tipo de lâmpada.
Embalagem:
quanto mais simples, melhor
Você já prestou atenção na quantidade e variedade de embalagens que acompanham os produtos que consumimos? Será que precisamos de todas elas? É certo
que as embalagens são muito úteis: elas protegem os produtos contra sujeira e o
ataque de insetos e roedores, conservam os produtos por mais tempo e os deixam
mais atraentes, facilitam o transporte e trazem informações importantes para o
consumidor. O problema é que,depois de cumprir sua função, elas, inevitavelmente,
vão acabar no lixo. O pior é que as embalagens estão ficando cada vez mais sofisticadas e complexas. Com o aperfeiçoamento das técnicas de conservação de produtos, novos
materiais foram agregados às embalagens para torná-las mais eficientes. Essas
misturas, no entanto, dificultam tanto a sua degradação natural como a separação
de materiais para reciclagem. Por esse motivo, o setor de embalagens poderá contribuir de forma substancial para o consumo sustentável se encarar o desafio de atender à demanda e ao mesmo tempo eliminar os resíduos pós-consumo que comprometam o futuro. Isso implica desenvolver materiais menos agressivos ao meio ambiente, reduzir o emprego de materiais desnecessários e promover a coleta de lixo, a reutilização e a reciclagem.
A responsabilidade é de quem produz
Vários países europeus como Alemanha, Holanda, Áustria, Espanha e Suécia, entre outros, introduziram nos últimos anos leis para reduzir a geração dos resíduos de vasilhames e embalagens. Na Suécia, por exemplo, as empresas são responsáveis pelo recolhimento de seus vasilhames de alumínio, papel, papelão, papel corrugado, plásticos, aço e vidro. O mesmo ocorre com jornais, folhetos publicitários, revistas e catálogos, além de pneus. Para racionalizar esse processo e tornar mais econômico o
manejo da reciclagem, os produtores uniram esforços e se organizaram. A medida resultou numa redução significativa dos volumes de vasilhames e embalagens encaminhadas aos aterros sanitários, o que demonstra que, quando as empresas são obrigadas a encontrar soluções, sob pena de receber sanções econômicas, podem fazê-lo com muita rapidez. No Brasil, é ainda bastante reduzido o número de municípios que possuem sistemas adequados de coleta seletiva, manejo, tratamento e disposição final dos resíduos, e nem todos os Estados brasileiros possuem leis que regulamentam o tema. No plano federal, existem resoluções de órgãos como o Conama que obrigam os fabricantes a dar destino ambientalmente adequado a certos produtos descartados. Lei nº 12305, 2 de agosto de 2010 da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

O lixo e o consumo
A geração de lixo cresce no mesmo ritmo em que aumenta o consumo. Quanto mais mercadorias adquirem, mais recursos naturais consomem e mais lixo geramos. A situação é mais grave nos países desenvolvidos — eles são os que mais geram lixo. Porém, nos países em desenvolvimento o quadro também é preocupante. O crescimento demográfico, as concentrações da população nas grandes cidades e a adoção do estilo de vida dos países ricos fizeram aumentar o consumo e a conseqüente geração de lixo. Hoje já sabemos que, se os países em desenvolvimento passarem a consumir matérias-primas no mesmo ritmo dos países desenvolvidos, chegaremos rapidamente a um colapso ecológico, com o esgotamento dos recursos naturais e níveis altíssimos de contaminação provocada por lixo. A situação tem sido amplamente debatida nos fóruns internacionais, nos quais especialista de todo o mundo aponta uma saída: para que os países pobres do mundo possam aumentar seu consumo de maneira sustentável, os países desenvolvidos devem diminuir os seus. O desafio, de qualquer maneira, se impõe a todos, pobres e ricos: consumir de forma sustentável implica poupar os recursos naturais, conter o desperdício, reutilizar e reciclar a maior quantidade possível de resíduos. Só assim conseguiremos diminuir a geração de lixo e prolongar o tempo de vida dos recursos naturais do planeta.
Como resolver o problema
do lixo?
Para alguns ambientalistas, uma das soluções para o problema do lixo está na. Política dos três erres: reduzir, reutilizar e reciclar. Porém, outros fatores, como a adoção de padrões de consumo responsável, visando poupar recursos naturais e conter o desperdício, antecedem a aplicação dessa política.
Reduzir significa consumir menos produtos e preferir aqueles que ofereçam menor potencial de geração de resíduos, tenham maior durabilidade e ocupem menos espaço.
Reutilizar é usar novamente as embalagens.
Exemplo: as caixas plásticas de sorvetes usadas atualmente sempre servem para guardar alguma coisa.
Reciclar é fabricar um produto a partir de material usado. Por exemplo, podemos produzir papel reciclando papéis usados. Papelão, latas, vidros e plásticos também podem ser reciclados. Para facilitar o trabalho de encaminhar material usado para reciclagem, é importante fazer a separação no lugar de origem do lixo — a casa, o escritório, a fábrica, o hospital, a escola, etc. A separação também é necessária para o descarte adequado de resíduos perigosos.


Reciclagem: a indústria do presente
A reciclagem é uma das alternativas de tratamento de resíduos sólidos mais vantajosas, tanto do ponto de vista ambiental como do social. Ela reduz o consumo de recursos naturais, poupa energia e água e ainda diminui o volume de lixo e a poluição. Além disso, quando há um sistema de coleta seletiva bem estruturado, a reciclagem pode ser uma atividade econômica rentável. Pode gerar emprego e renda para as famílias de catadores que devem ser os parceiros prioritários na coleta seletiva. A coleta seletiva, além de
beneficiar o meio ambiente, é uma oportunidade de trabalho que pode ajudar a diminuir o desemprego. Para atrair mais investimentos para o setor, é preciso uma união de esforços entre o governo, o segmento privado e a sociedade no sentido de desenvolver políticas adequadas e desfazer preconceitos em torno dos aspectos econômicos e da
Confiabilidade dos produtos reciclados. Os materiais que podem ser reciclados
são o vidro (garrafas, frascos e potes), o plástico (baldes, copos descartáveis, frascos
de detergente,xampu,sacos plásticos, canos, etc.), papel e papelão de todos os tipos e metais (latas de alimentos, refrigerantes, etc.).Por questões de tecnologia ou de mercado, alguns materiais ainda não são reciclados.
Tratamento e disposição
adequada do lixo
Existem algumas formas possíveis para o tratamento do lixo e sua disposição na natureza. No Brasil, o gerenciamento dos resíduos é de responsabilidade das Prefeituras Municipais. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada pelo IBGE em 2000, (Ate o fechamento desta pesquisa não foi encontrado dados atualizados)64% dos municípios brasileiros depositam seus resíduos em lixões. Apenas 14% possuem aterros sanitários e 18% possuem aterros controlados. Veja a seguir como funciona cada um dos sistemas de tratamento e disposição e suas conseqüências para o homem e o meio ambiente:
Compostagem
É um processo que permite aproveitar os resíduos orgânicos, como restos de alimentos, folhas, etc., transformando-os em um excelente fertilizante para o solo. Deixar de aproveitar esses resíduos é um grande desperdício, pois eles representam mais da metade do lixo doméstico. A compostagem pode ser feita em casa ou, em escala maior, em unidades de tratamento biológico. O material orgânico é depositado na composteira, que pode ser um buraco feito no chão, onde deve ficar por três a cinco meses. O resultado da decomposição do material orgânico é um composto que pode ser utilizado para adubar vasos, jardins e até hortas comunitárias.
Como exemplo: A Câmara Municipal do Seixal tem priorizado a resolução dos problemas
ambientais do Concelho no entendimento que tem por base uma estratégia económica e ambientalmente sustentável. O projecto de Compostagem Doméstica, que conta com o apoio da Comunidade Europeia através do Programa Life, insere-se nesta estratégia com a implementação de um conjunto de acções que têm como objectivo reduzir os resíduos domésticos a enviar para o aterro sanitário através da sua transformação num composto fertilizante que pode ser usado como nutriente e correctivo do solo nos jardins e quintais. Trata-se, assim, de um projecto conomicamente e ecologicamente sustentável e amigo do ambiente, uma vez que implica a redução do volume de resíduos ao mesmo tempo que os munícipes que aderirem ao projecto passam a dispor, sem custos, de um óptimo fertilizante. Estamos, pois, convictos de que este guia da Compostagem Doméstica que agora se publica será de grande utilidade para todos quantos, no exercício pleno da cidadania, decidirem aderir a esta iniciativa.
Câmara Municipal do Seixal – Portugal
Aterro sanitário
O aterro sanitário é um método de aterramento dos resíduos em terreno
preparado para a colocação do lixo, de maneira a causar o menor impacto ambiental
possível. Veja a seguir algumas das medidas técnicas empregadas para proteger
o meio ambiente:
o solo é protegido por uma manta isolante, de maneira a impedir que os
líquidos poluentes, lixiviados ou chorume, venham a se infiltrar, atingindo
as águas subterrâneas;
são colocados dutos captadores de gases, para impedir explosões e combustões espontâneas causadas pela decomposição da matéria orgânica. Os
gases são queimados para evitar sua dispersão na atmosfera;
é implantado um sistema de captação o chorume,para encaminhamento
desse lixiviado tóxico a lagoas ou outros sistemas de tratamento;
as camadas de lixo vão sendo compactadas,para redução do volume,
e cobertas com terra, de maneira a impedir a exalação de odores e atração
de animais, roedores e insetos.
o acesso ao local deve ser controlado, para evitar o aparecimento ou
abandono de resíduos de natureza perigosa, colocados sem controle.
Aterro controlado
Do ponto de vista ambiental, o aterro controlado não é eficiente porque não
utiliza todos os recursos de engenharia para evitar a contaminação, como no
caso do aterro sanitário. Embora seja uma alternativa melhor do que os lixões – a
cobertura dos resíduos com terra e o controle de entrada e saída de pessoas na área evita a presença de catadores e a proliferação de animais transmissores de doenças –, o aterro controlado, no entanto, não é considerado uma forma adequada de tratamento para o lixo.
Incineração
A incineração é um processo de redução do volume por meio de queima, a alta temperatura (800ºC ou maior), que exige análise criteriosa e cuidadosa para a sua
adoção. Trata-se de um sistema complexo, que envolve milhares de interações
físicas e de reações químicas. Esse fato atinge maior relevância porque:
a massa de lixo é muito heterogênea (resíduos urbanos ou hospitalares);
a combustão nunca se processa de forma ideal, podendo haver formação
de outros produtos. Além do dióxido de carbono e do vapor de água, da incineração resultam gases que podem incluir diversas substâncias tóxicas, como chumbo, cádmio, mercúrio e outros metais pesados, ácido clorídrico e dióxido de enxofre, dioxinas e furanos, PCBs, etc. Entre eles, destacam-se as dioxinas e os furanos, que integram os chamados poluentes orgânicos persistentes — POPs. São tóxicos, cancerígenos, resistentes à degradação e bioacumulam em tecidos gordurosos (humanos e animais). São transportados pelo ar, água e pelas espécies migratórias, através das fronteiras internacionais, e depositados distantes do local de sua emissão, onde se acumulam em ecossistemas terrestres e aquáticos. Em decorrência dessas características, em setembro
de 1998 a Environmental Protection Agency (EPA), a agência de proteção ambiental
americana, anunciou que não existe um nível “aceitável” de exposição às dioxinas.
No Brasil, os incineradores são mais empregados para os resíduos hospitalares,
apesar de vários estudos já demonstrarem que os aterros sanitários são ainda mais
adequados para a sua deposição. Existem unidades de incineração no Brasil que estão sendo desativadas por operarem precariamente, sem sistemas de limpeza adequados dos gases emitidos, e com custos de implantação e operação muito elevados.

Fontes:
Câmara Municipal do Seixal - Portugal

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