sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Produção de baunilha entra em crise e a torna um produto de luxo no mundo.

Na ilha de Madagascar agricultores estão sofrendo com a falta de segurança em suas plantações de baunilha. O Produto teve um aumento significativo na procura. Madagascar representa o maior produtor mundial deste fruto que está valendo mais que a prata nos últimos anos.
A ilha de Madagascar, na África, é um dos lugares mais pobres do mundo.
Agricultores saem à noite para fazer patrulhamento nas áreas de plantio para evitar furtos. Além disso, eles gravam nas cascas verdes e lisas das favas da baunilha o nome do dono da plantação, para que possam ver a quem ela pertence.
Por medo de serem furtados, muitos produtores antecipam a colheita. O governo, por sua vez, está tentando coibir o uso desta estratégia, estabelecendo colheitas fixas para cada aldeia. Há pouco tempo, autoridades queimaram 500 quilos de vagens imaturas como uma forma de pressionar os produtores a cumprirem o calendário.
A ilha de Madagascar é um local de difícil acesso. Para se chegar lá a partir de Antananarivo, capital da ilha, é preciso fazer dois voos, percorrer poucas horas de lancha e ainda alguns minutos de canoa.
Dadas as condições de umidade, sombra e temperatura moderada da região, sua floresta é apropriada ao cultivo de baunilha.

A baunilha

100 kg de favas frescas (à esquerda) viram 15 kg de baunilha seca (à direita) – cada fava rende sete bolas de sorvete. (Fellipe Abreu/Reprodução)
A baunilha é nativa do México, porém o país a produz pouco. Madagascar ganhou este mercado ainda na década de 60, sendo hoje o maior produtor mundial. A Indonésia segue em segundo lugar neste ranking.
Demora em torno de 5 anos para uma nova planta produzir vagens, depois de colhida é necessário esperar mais dois anos para a próxima safra.
O processo de polinização da planta deve ser feito manualmente, assim como a colheita. Consiste em lavar as favas em água quente, secar, enrolar em mantas de lã e deixar dois dias secando ao sol.
Se imaturas ou curadas de maneira errada, sofrem perdas no teor de vanilina e podem ficar com gosto de mofo.

Elevação do custo

Por seus custos elevados a indústria optou por substituir a baunilha natural pela essência de baunilha sintética, uma vez que esta última era bem mais barata.
Com a valorização recente dos produtos naturais, a demanda por baunilha voltou a crescer. Contudo, a produção não acompanhou, fazendo com que os preços do produto se elevassem. O quilo, que há cinco anos atrás custava US$ 20, chegou a US$ 600. Foi então que surgiu a crise da baunilha.

Produção afetada por desastres naturais

Não bastassem todas as dificuldades já citadas anteriormente, esta planta ainda sofre com o aumento dos desastres naturais. Em março de 2017, o ciclone Enawo atingiu Madagascar, destruindo a maior parte da safra do ano. As duas maiores produtoras foram diretamente atingidas.
Com informações de BBC, Revista Galileu e Super Interessante, Redação Ambientebrasil

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